O NEGRO PODE SER UMA ANTECÂMARA DO AZUL
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Lembro-me sobretudo das cores que assaltaram e transformaram as cidades. E do movimento. A iconografia do 25 de Abril resultou de uma explosão de criatividade. Recordo, com nitidez, o cartaz que Vieira da Silva criou para a palavra de ordem de Sophia, A POESIA ESTÁ NA RUA: foi assim que aprendi que a poesia escrita em liberdade é azul. Vêm estas recordações a propósito do livro que o artista plástico Agostinho Santos apresentou esta semana na Casa Comum, A Substância do Tempo: Na antecâmara do cinquentenário do 25 de abril de 1974. A obra, editada como se um livro de poesia fosse (o professor, investigador, poeta e editor José Rui Teixeira formatou-a para que fosse essa a nossa experiência de leitura), usa o risco negro para nos falar não da Revolução dos Cravos, mas dos tempos que lhe serviram de antecâmara. E por isso encontramos, nos 50 desenhos a preto e branco que esculpem o livro, sobretudo traçamentos de cérebros de pessoas, de onde nascem cravos, pássaros e vegetações densas. Na verdade, os próprios indivíduos são desenhados como árvores – dos seus dedos saem plantas, das costas brotam-se-lhes flores, e juntas, as suas cabeças formam cravos. Poeticamente, Agostinho Santos transformou-os em Árvores da Liberdade, o ícone que, a par de Marianne, se tornou o símbolo dos ideais da Revolução Francesa.
Após a Revolução de Abril, a pergunta que a todos os artistas se colocava – das artes plásticas à literatura, da música ao teatro e ao cinema – era: “Como poderemos representar a Liberdade?”. Daí a experimentação sem precedentes de uma estética desviante da que o Estado Novo estabelecera. A pergunta que Agostinho Santos explora no seu novo livro é diferente: “Como poderemos representar a repressão do tempo anterior à Liberdade?”. Neste sentido, os seus desenhos a preto e branco adquirem a importância de um lugar de memória, como lhe chamou Pierre Nora: um artefacto que funciona como memorando de lições que importa não esquecer.
Lendo o livro de Agostinho Santos fui investida por uma feliz convicção: o negro pode ser sempre uma antecâmara do azul.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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U.Porto oferece cinema em dose tripla n'O Dia Mais Curto do ano
A 10.ª edição d’O Dia Mais Curto passa pela Galeria da Biodiversidade, Planetário do Porto e Casa Comum na tarde/noite de 21 de dezembro. Entrada livre. E cá está, mais um ciclo que se encerra e outro que começa. O Inverno chega agora ao hemisfério Norte do globo terrestre, transição que dá pelo nome de Solstício de Inverno, altura em que vivemos O Dia Mais Curto do ano. A data inspirou a celebração do formato mais curto do cinema, que leva já uma década de existência. Na Universidade do Porto, a festa faz-se, pelo terceiro ano, na tarde/noite de 21 dezembro, com três propostas de cinema, em três espaços distintos: o Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva e a Casa Comum (à Reitoria). Começamos pelo Planetário da U.Porto, onde a sessão tem início às 17h00. A qualidade do cinema português tem sido reconhecida internacionalmente, revelando todos os anos novos talentos. O programa Novas Curtas Portuguesas promete atravessar os géneros da animação e ficção, incluindo alguns dos favoritos do público na última edição do Curtas Vila do Conde.
A Primavera Volta Sempre, da espanhola Alicia Núñez Puerto. É a história da avó Margara e dos seus quatro netos. Uma história sobre aqueles que partiram, e, sobretudo, os que ficaram.
Seguimos viagem e, logo ali ao virar da esquina com a Rua do Campo Alegre, entramos, às 18h30, na Galeria da Biodiversidade para assistir a Amiguinhos. A partir de uma seleção de filmes de vários países europeus do Short Circuit – uma rede europeia de organismos que se dedicam à promoção e divulgação de curtas-metragens – sucumbimos a diferentes encantamentos do Cinema. Nesta sessão, a primavera transforma-se em inverno, encontramos uma lagarta que se transforma em borboleta e uma toupeira pode até transformar-se na própria lua!
A entrada requer marcação através do e-mail galeria@mhnc.up.pt. Logo depois do jantar, às 21h30, o convite é para que venha até à Casa Comum, ao edifício da Reitoria da U.Porto, conhecer filmes provenientes dos "quatro cantos" do Mundo. O programa Curtas do Mundo é uma sessão de curtas-metragens internacionais que apresenta várias visões do mundo nos dias de hoje, desde uma viagem de reformadas pela Europa, passando pela realidade musical dos estafetas brasileiros, sem esquecer o espírito da época natalícia em tom de humor negro pela curta checa A Glória da Malvada Eliz.
Para mais informações, consultar o programa completo d’O Dia Mais Curto 2022.
Fonte: Notícias U.Porto
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Casa Comum exibe A mãe é que sabe do realizador Nuno Rocha
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O premiado filme de Nuno Rocha vai passar no próximo dia 20 de dezembro, pelas 21h00, na Casa Comum. A apresentação contará com a presença do realizador. A mãe é que sabe de Nuno Rocha
Foi a primeira longa-metragem que Nuno Rocha realizou, em 2016, e valeu-lhe dois prémios Sophia, bem como o de melhor filme português no festival espanhol Reino de León. A mãe é que sabe vai ser exibido no próximo dia 20 de dezembro, às 21h00, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Acendemos a foco e entramos na intimidade e nas memórias de uma família. Ana Luísa (Maria João Abreu) organiza um encontro, em sua casa, para festejar o aniversário do pai. Enquanto os convidados se sentam à volta da mesa, vão-se partilhando memórias que acabam por ter um denominador comum: Josefa (Joana Pais Brito), a falecida mãe de Ana Luísa. Ao ouvir o desfiar destas histórias, Ana Luísa vai ganhando consciência do impacto que a mãe teve nas escolhas que foi fazendo ao longo da vida. Um jogo entre a ficção e a realidade, que a faz pensar no que teria acontecido se, por acaso, tivesse seguido outros caminhos. Se tivesse tomado outras decisões. Se tivesse dito o que ficou por dizer.
Em simultâneo, há um evento astrofísico, de origem desconhecida, que provoca uma alteração do espaço-tempo, que faz com que, um pouco por todo o mundo, algumas pessoas entrem em universos paralelos. A nossa personagem, Ana Luísa, é uma delas. E assim nasce a oportunidade de alterar o seu percurso. Só que há um preço a pagar. Claro que para se reescrever a história, tem de se abdicar de tudo aquilo que, no momento, representa o presente…
Fica servido o “aperitivo” para uma sessão de cinema que será complementada com uma conversa entre Nuno Rocha e outro realizador premiado, José Paulo Santos, autor de …além da sala de espera e 1965 – Panreal um edifício de Nadir Afonso.
A entrada é livre.
Sobre Nuno Rocha
Nuno Rocha é realizador, argumentista e produtor de cinema. Licenciou-se em 2007 pelo Instituto Politécnico do Porto, no Curso de Tecnologia da Comunicação Audiovisual. Dois anos mais tarde, frequentou o mestrado em realização cinematográfica na Universidade do Texas, nos Estados Unidos. É autor de várias curtas-metragens premiadas, incluindo 3×3, Vicky and Sam e Momentos.
Fonte: Notícias U.Porto
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U.Porto Press lança campanha de Natal
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A campanha decorre na loja online da U.Porto Press até 8 de janeiro e oferece descontos especiais em dezenas de títulos, incluindo novidades, bem como livros desta Editora. “Neste Natal a U.Porto Press oferece-lhe presentes” é o tema da campanha, que inclui descontos em títulos diversos, com preços desde 1 euro. FOTO: U.Porto Press
“Neste Natal a U.Porto Press oferece-lhe presentes” é o mote para uma campanha especial que a editora da Universidade do Porto promove na sua loja online até 8 de janeiro de 2023. A campanha estende-se, assim, até à celebração de Reis, a encerrar a quadra natalícia. Durante este período a U.Porto Press tem presentes para os seus leitores: descontos especiais até 60% em dezenas de títulos, com preços de capa desde 1 euro, e oferta de um livro à escolha,
a partir de uma seleção de títulos. Esta oferta é aplicável em compras de valor igual ou superior a 15€. No caso das novidades editoriais, abrangidas pela Lei do Preço Fixo, estão disponíveis descontos que ascendem a 20% até 31 de dezembro.
A completar esta lista de presentes, a editora também oferece os portes para encomendas a serem entregues em Portugal Continental.
A oferta temática é variada, abrangendo obras editadas pela U.Porto Press em áreas como Arquitetura, Arte, Ciências da Comunicação, Criminologia, Direito, Política, Economia, Filosofia, História, Psicologia, Sociologia, Biologia, Medicina, Nutrição, Física, Química, Matemática, Mecânica e Eletrónica, mas também artes plásticas, ficção, teatro e poesia.
Esta é uma nova oportunidade para conhecer o site da U.Porto Press. Em www.up.pt/press os visitantes poderão, além de adquirir obras e aceder a esta e outras campanhas, ficar a conhecer melhor o projeto editorial da Universidade do Porto, os seus autores, coleções e publicações.
Fonte: U.Porto Press
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Dezembro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Aurélia de Souza. Inédita, a Preto e BrancoEntrada livre. Mais informações aqui
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Todo o Abel SalazarEntrada Livre. Mais informações aqui
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A Mãe é que Sabe, de Nuno RochaCinema, conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Dia Mais Curto: A Festa da Curta-Metragem 2022Cinema | Galeria da Biodoversidade, Planetário do Porto, Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cota 1,20 | ExposiçãoExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Depositorium 3 - Encontros às CegasExposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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Musas em Ação 3 | ExposiçãoExposição | Casa-Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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O mundo à cota de 1,20 m no Museu de História Natural e da Ciência
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Exposição reúne trabalhos de um grupo de estudantes da escola OSMOPE que saiu à rua com todos os sentidos bem alerta. São olhares de 1,20 m sobre o que nos rodeia. São painéis, desenhos, fotografias, construções modulares e em papel…. Trabalhos do olhar, de 1,20 m, desenvolvidos por cerca de 70 alunos e adaptados para ambiente expositivo. Um grupo de alunos saiu da escola com pranchetas, lápis de grafite e máquinas fotográficas na mochila. Partiram à aventura, pela cidade, com um objetivo concreto: as leituras, a materialização de tudo o que iriam absorver, serviria para produzirem peças para expor em museu. O resultado? Chama-se Cota 1,20 e é para conhecer na Polo central do Polo Central (Reitoria) do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Deixaram os portões da escola OSMOPE
(Creche, Jardim de Infância e 1.º Ciclo) para trás, na Rua Costa Cabral, e avançaram em direção ao metro do Marquês. Destino: Estação de São Bento. De volta ao azul do céu, e olhando para a Rua Mouzinho da Silveira, alguém disse: “Que rua com uma boca tão grande!!!”. Depois? Depois foi um processo de osmose, com o burburinho, as luzes, as sombras, as formas e as cores. Foi deixar o casario entrar…
Potenciar a criatividade e o pensamento crítico
Através de “práticas educativas não formais, como a inclusão de crianças em processos de criação de conteúdos para ambiente expositivo, a Cota 1,20 pretende potenciar junto não só das crianças, mas também das famílias e das comunidades uma maior acessibilidade aos conteúdos museológicos”, explicam Rita Brandão e Sílvia Berény, da coordenação do projeto. É desta forma que se pretende “potenciar a criatividade, o pensamento crítico e o capital cultural destes públicos. As estratégias e elementos de mediação utilizadas com as crianças permitiram que surgissem “outras visões e leituras sobre o material recolhido”. A Cota 1,20 foi também uma forma de se “refletir sobre a necessidade de se investir na relação das crianças com os espaços “urbanos, os lugares, as funções, as ambiências”. Para isso, acrescentam as coordenadoras, é fundamental a criação de “condições para que se possam ver, olhar, reparar, sentir, desenhar, criar, experimentar, comunicar, e por fim traduzir e transcriar”.
De resto, um museu, “como espaço público de comunicação artística”, funciona como um lugar privilegiado onde a voz das crianças poderá estar presente e potenciar novos discursos e perspetivas”.
Descodificar a sociedade e o território onde vivem
Todo o trabalho desenvolvido a montante da exposição permitiu à criança “descodificar/decifrar o ambiente urbano em que vive”, uma vez que foi envolvida e implicada “em projetos de investigação/ação sobre a descoberta da nova condição urbana e do seu leque de ofertas”. Esta ação ajudou a contrariar a sensação “opacidade” da cidade, no contexto “da sociedade e do seu território”, mas não só. Ao potenciar “a riqueza cultural e as formas de produção artística”, estas práticas educativas incentivam os públicos a “tirarem partido das vantagens que os Museus e outras instituições culturais podem oferecer”, concluem Rita Brandão e Sílvia Berény.
A Cota 1,20 pode ser visitada gratuitamente até 29 de janeiro, no Polo Central do MHNC-UP (entrada pela Cordoaria), de terça a domingo, das 10h00 às 18h00 (último acesso: 17h30).
Fonte: Notícias U.Porto
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Biblioteca de Eugénio de Andrade já "mora" na Casa dos Livros
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O contrato de depósito do acervo portuense foi assinado a 14 de dezembro, na sede do Centro de Estudos da Cultura em Portugal da U.Porto. Por enquanto ainda estão guardados em caixotes, mas não tardarão a ver a luz do dia os mais de 17 mil livros, mas também manuscritos, desenhos, postais, fotografias e outros objetos que integram a Biblioteca de Eugénio de Andrade, agora à guarda do Centro de Estudos da Cultura em Portugal da Universidade do Porto (CECUP). O contrato de depósito do acervo de um dos mais relevantes poetas portugueses do século XX foi assinado na passada quarta-feira, 14 de dezembro, na Casa dos Livros. A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, do Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, e da diretora da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), Fernanda Ribeiro.
Sobre Eugénio de Andrade
Natural do Fundão, onde nasceu a 19 de janeiro de 1923, Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, é um dos maiores poetas portugueses contemporâneos, com uma extensa obra traduzida para mais de 20 línguas. Autor de dezenas livros de poesia, mas também de diversas antologias poéticas, livros de prosa e livros infantis, é, depois de Fernando Pessoa, o poeta português mais traduzido – em quase todas as línguas românicas, mas também em inglês, alemão, checo, sueco, servo, croata, búlgaro, letão, japonês, ou chinês. É, também, o poeta mais celebrado pela crítica e o mais editado.
Entre os inúmeros prémios e distinções que recebeu em vida, destacam-se o prémio da “Associação Internacional dos Críticos Literários” (1986), o “grande prémio da Poesia da Associação Portuguesa de Escritores” (1989), o prémio “APCA” (Brasil, 1991), o prémio “Vida Literária”, da Associação Portuguesa de Escritores (2000), ou o “prémio Camões” (2001). Foi ainda agraciado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito (1988) e com o título de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada (1982).
A 22 de março de 2005, foi condecorado com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Porto, juntamente com a também escritora Agustina Bessa-Luís.
Faleceu três meses depois, a 13 de junho de 2005, aos 81 anos de idade.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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36. A fuga é um grandioso final, André Tecedeiro "A fuga é um grandioso final", de André Tecedeiro, in A axila de Egon Schiele (poesia reunida 2014-2020), 1.ª edição, Porto Editora, outubro de 2020
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49. RFID – Eidentificaçon por Rádiofrequéncia.mp3 NEiqui atrasiado, screbie-se nun blogue de sou nome “L Bolo de l Beiso”. Alhá se cuntában cuontas, fazien-se bersos, amostrában-se dezeinhos… mormente para ninos. Todo era falado: cuontas de fadas i princesas, amboras, çcubiertas… i até las eiboluçones de la tecnologie cumo esta screbida an 2008. Cumo tal, quien diç que la lhéngua mirandesa solo sirbe para falar de canhonas i outras bidas agro pastoriles, al melhor oubírun la cuonta pula metade. Ye assi: Ousada purmeiro na guerra an abiones armados para çcubrir ls que éran alemanes ou aliados. Ne l Porto ye andante, bia berde nas portaiges brinco de baca amportante, chip de perros salbaiges. Ye eitiqueta cun pilha que n’altemoble colamos para facelitar la bida se nas portaiges passamos. Ne ls sotos fai pi pi pi quando sálen sien pagar, cada beç ye más assi la eitiqueta de l radar. Has de passar cul carrico cheno de compras na caixa i nun tenerás que tirar café ou chicha ou bolaixa. Son óndias sien lhuç nien son a ler toda cumenéncia: Cháman-le Eidenteficaçon Por Rádio Frequéncia. Lhápeç de Piedra, 2008
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Estudante da FBAUP pinta peça histórica do Museu de Anatomia do ICBAS
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Figura retratada na pintura doada por Mariana Maia Rocha ao Instituto foi a primeira peça anatómica que o Museu de Anatomia Professor Nuno Grande obteve. Mariana Maia Rocha junto à obra agora exposta no corredor principal do Departamento de Anatomia do ICBAS. (Foto: DR)
Chama-se Entre e toma como inspiração a primeira peça anatómica que o Museu de Anatomia Professor Nuno Grande obteve, da autoria do próprio fundador e antigo docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). A pintura é assinada por Mariana Maia Rocha, estudante da licenciatura em Artes Plásticas – Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), e acaba de ser doada ao ICBAS. Na obra agora patente no corredor principal do Departamento de Anatomia do Instituto, a jovem pintora retrata “a relação dicotómica entre a vida e a morte”. Para a artista, tratou-se também de uma tentativa de dar forma à escuridão, pois encontrava-se num período mais triste da vida com a morte da avó e tal incidiu sobre a sua arte. Exemplo disso é a data presente na obra – 1945 – que “representa a idade de nascimento da minha avó tornando-se parte integrante da obra juntamente com outras legendas presentes nas várias peças”.
“Desenhar sempre foi um veículo preponderante no modo como compreendo o mundo. Assim, senti que precisava de ter esta experiência do lugar, do espaço Museu, enquanto revelador e potenciador de outros sentidos e, como escreve John Berger, outro modo de ver. E, sem dúvida alguma, esta foi uma experiência preponderante na minha relação com o corpo, o corpo interior, o corpo enquanto um todo, mas também as variadas partes”, explica Mariana Maia Rocha.
A jovem pintora admite até que esta obra representa “uma nova direção do meu trabalho autoral artístico” e confessa-se apaixonada por ilustração científica, uma vez que passar por este processo individual de conhecimento tornou-a mais atenta à especificidade de cada objeto enquanto objeto de estudo, enquanto parte de um corpo, enquanto carne – “Sim, este lado carnal tornou-se uma preocupação para mim. Perceber melhor a composição e organização de elementos que o definem”.
Arte e Ciência “podem e devem coexistir”
A obra foi realizada no âmbito da colaboração institucional existente entre o ICBAS e a FBAUP. Ao abrigo desta parceria, o Museu Prof. Nuno Grande recebe, desde 2013, os estudantes de Belas Artes das Licenciaturas em Artes Plásticas e Design de Comunicação. Esta cooperação evidencia-se na transmissão e difusão da arte dela produzida e resultou já em várias exposições ao longo dos anos, entre as quais O Corpo transparente – desenho no Museu Anatómico: partilha e experiências pedagógicas 2017. Nestes desenhos, ensaiam-se diferentes estratégias de conhecimento das peças humanas, animais e modelos anatómicos que integram o Museu.
Segundo o Diretor do ICBAS, Henrique Cyrne Carvalho, a doação da pintura de Mariana Maia Rocha vem “enriquecer o espólio do ICBAS e demonstrar que a Arte e a Ciência podem e devem coexistir”.
Maria João Oliveira, Diretora do Departamento de Anatomia do ICBAS, e Henrique Cyrne Carvalho, Diretor do ICBAS, estiveram presentes no momento da doação. (Foto: ICBAS)
Uma forma de “retribuir a experiência”
A doação da obra ao ICBAS surgiu por iniciativa da própria artista, já que sentiu que esta seria mais útil no Instituto. Tal como “tantas pessoas doaram o seu corpo à ciência e o ICBAS foi tão generoso a receber a FBAUP, penso que isto seria o mínimo que poderia fazer. Retribuir a experiência, retribuir a emoção que esta obra me faz sentir, dar uma parte de mim que poderá ser útil mesmo até para os jovens estudantes do ICBAS poderem estudar”, frisa a estudante e Pintura.
Mariana Maia Rocha salienta ainda que, ao longo das várias aulas que teve no ICBAS, foi-se apercebendo de que queria aumentar a escala do trabalho. Para tal, resolveu levar os vários desenhos que fizera nas aulas no ICBAS para as aulas de Atelier II de Pintura da FBAUP, com a docente Joana Rêgo Sofia Torres. No fundo, percebia-se que o desenho acabaria por ser para ela uma estratégia de conhecimento, quase como uma ‘reportagem’ do lugar, mas também uma ‘reportagem’ das legendas das peças, das relações cromáticas entre si, nas diferenças de luz e espessura de linhas. Deste modo, a pintura foi crescendo através dos vários esboços, esquissos, realizados no Museu.
A jovem pintora reforça ainda a importância que a FBAUP teve no início do seu percurso académico e o modo como marcou o seu projeto autoral e a sua paixão pelo espaço, pelos cheios e vazios. Quanto ao futuro, irá passar no ramo da investigação, mas essencialmente, a ser artista, investigadora e quiçá docente.. Quer conhecer o mundo, viajar a desenhar, a investigar, mas acima de tudo quer ser feliz. E, na FBAUP, ela é verdadeiramente feliz. “É como uma casa para mim, parece que aqui todos falamos a mesma língua, respiramos arte”, revela.
A obra de Mariana Maia Rocha encontra-se exposta no Museu de Anatomia Prof. Nuno Grande, no ICBAS, no corredor principal do Departamento de Anatomia do ICBAS.
Fonte: Notícias U.Porto
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Figuras Eminentes da U.Porto
Artur de Magalhães Basto
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Em 2005 a figura em destaque na Universidade do Porto foi o Professor, historiador e jornalista Artur de Magalhães Basto (1849-1960). Magalhães Basto nasceu no Porto a 5 de março de 1894.
Formou-se em 1922 na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
No ano seguinte foi convidado pelo antropólogo e historiador António Augusto Esteves Mendes Correia (1888-1960), seu cunhado, a lecionar na 1.ª Faculdade de Letras da Universidade do Porto (aberta em 1919 e extinta em 1928; contudo as aulas funcionariam até 31 de julho de 1931, data dos últimos exames).
Entre 16 de janeiro de 1923 e o final de 1924 ocupou o lugar de Assistente do 5.º Grupo (Ciências Geográficas), sendo transferido nessa altura, a seu pedido, para lugar equivalente no 4.º Grupo (Ciências Históricas).
Foi regente das cadeiras de Geografia Colonial, Geografia Política e Económica, História dos Descobrimentos e Colonização portuguesa, Paleografia e Diplomática. Cessou as suas funções docentes com o encerramento da 1.ª Faculdade de Letras, com a ditadura, passando então a lecionar no ensino particular liceal, nomeadamente no Colégio João de Deus, na sua área da sua especialidade, a História.
Depois enveredou pela carreira municipal como Chefe da Secção de Ciências Históricas da Biblioteca Pública Municipal do Porto (1934-1938) e com a criação do Gabinete de História da Cidade pela Câmara Municipal do Porto (1936) foi nomeado seu diretor.
Em 1939 ascendeu ao cargo de Chefe dos Serviços Culturais do município portuense, que acumulou com a direção do Arquivo Distrital do Porto.
Foi um dos mais destacados historiadores da cidade, não só pela sua investigação e produção científica, mas também pela sua responsabilidade no renascimento da revista O Tripeiro (1945), da qual foi diretor; na secção Falam Velhos Manuscritos, do periódico portuense O Primeiro de Janeiro e nas rubricas no Emissor Regional do Norte da Emissora Nacional.
Foi autor de importantes obras, designadamente: O Porto e o Romantismo (1932), História da Santa Casa da Misericórdia do Porto (1934-1964) e Memória da Academia Politécnica (1937). Colaborou noutras publicações periódicas tais como: A Águia, Revista de Estudos Históricos, Revista de Guimarães, Boletim da Câmara Municipal do Porto e Verbo – Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura; e entre outros organismos culturais e artísticos proferiu conferências no Ateneu Comercial do Porto, no Clube Fenianos Portuenses e no Clube Portuense.
O seu trabalho foi oficialmente reconhecido pela eleição para a Comissão das Comemorações Henriquinas (1960) e ainda pela nomeação para Chefe do Cartório da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Artur de Magalhães Basto morreu no Porto a 3 de junho de 1960.
Sobre Artur de Magalhães Basto (up.pt)
Sobre António Mendes Correia (up.pt)
Evolução da Universidade do Porto (up.pt)
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