Precisamos de Metáforas

Nós, humanos, precisamos de metáforas. Recorrendo a elas, explicamos conceitos complexos, estruturamos os nossos processos de pensamento, compreendemos o mundo em que vivemos. Através das metáforas, relacionamos novas ideias com aquilo que já conhecemos. As metáforas representam um salto da nossa imaginação; com elas, estabelecemos associações e conexões inesperadas, esticamos o pensamento, alargamos o nosso quadro de referências.


Ao longo dos últimos meses, a Nova Bauhaus Europeia tornou-se uma imagem poderosa, uma metáfora dinâmica da sociedade que precisamos de construir, contribuindo para a perceção pública do que a arquitetura e o design são capazes de fazer – do que precisamos que sejam capazes de fazer.


Quando a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nos desafia a concretizarmos um novo tempo que seja o tempo de uma nova Bauhaus europeia, está a oferecer-nos uma nova metáfora do que poderá vir a ser a nossa vida em sociedade. A Presidente tem vindo a exprimir-se com clareza: precisamos de experimentar – novos materiais, instrumentos digitais, formas de produção que sejam catalisadoras da saúde do ambiente em que vivemos; precisamos de uma arquitetura e de um design que cumpram uma função social, que sejam capazes de inspirar a uma mudança de paradigma, à construção de uma sociedade cooperativa, inclusiva, verde, onde ninguém seja deixado para trás. Trata-se, afinal, de reconhecer à arquitetura e ao design capacidade para renovarem comunidades, ofícios, paisagem urbana, espaços de hospitalidade e lazer – para encorajarem as comunidades a encontrarem formas satisfatórias de vida, de estudo e de trabalho, de convivialidade.  


A Bauhaus rapidamente se afirmou como uma metáfora para a nossa capacidade de imaginarmos novas possibilidades para a vida humana. Tomo-a como lema para estes novos tempos: que a ética do cuidado que a Bauhaus representa inspire a nossa imaginação e ação coletivas.


Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora

Coreografias do riso em exposição na Casa-Museu Abel Salazar

Exposição de desenhos da artista Bárbara Fonte vai estar patente ao público de 2 de outubro a 27 de novembro. Entrada gratuita.

O ciclo chama-se O desenho contemporâneo em diálogo com a obra de Abel Salazar, tem curadoria de Sílvia Simões, e traz, a partir do dia 2 de outubro, uma nova proposta à Casa-Museu Abel Salazar (CMAS): Coreografias do riso, de Bárbara Fonte. É uma exposição de desenho que surge no âmbito das Jornadas Europeias do Património e pode ser visitada até 27 de novembro, .


A exposição apresenta desenhos a preto e branco, grande escala, a  tinta da china, e ainda um trabalho em vídeo, onde se explora o papel do  riso, em contexto público e privado. O convite foi dirigido a Bárbara  Fonte há dois anos, altura em que começou a aprofundar a investigação  sobre o desenho de Abel Salazar.


De início, a artista julgou que iria estabelecer uma relação com os  microorganismos que o médico e artista plástico desenhava com base nas  observações que fazia ao microscópio.Aos poucos, contudo, foi sendo surpreendida por  outras descobertas, novas perspetivas e, como consequência, desenvolveu  outras aproximações.


A diversidade de campos de interesse de Abel Salazar levou assim  Bárbara Fonte por caminhos que não tinha sequer previsto, nomeadamente  com a descoberta de um livro de caricaturas que o então estudante, de 15  ou 16 anos, havia feito dos professores.  E esta é a altura em que os  microorganismos ganham outra vertente, a da sátira.


Numa conversa com Sílvia Simões, curadora do ciclo de exposições e  professora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP),  Bárbara Fonte identifica a “sátira, a ironia e a comédia” dos trabalhos  expostos numa relação com o teatro e drama. Fazer uma caricatura,  diz-nos Bárbara Fonte, implica “uma empatia e uma troça”. Há,  efetivamente uma “aproximação” àquele que é representado e depois um  “afastamento” que permite a criação da caricatura.


Explorar desse lado ridículo “é uma coisa intimista”, ao qual não é  alheio “um certo nível de maldade”. Algo que até se esconde porque “não é  para mostrar”. Simultaneamente, aos “rostos de riso largo, ou riso  exagerado” também se associa “uma postura de superioridade e  segurança. Há um certo lado de autoridade de quem ri”, nota a artista.

Jardim Botânico do Porto

Bárbara Fonte explorou um conjunto de caricaturas feitas por Abel Salazar durante a sua juventude. (Foto: DR)

O riso enquanto espaço de troça e de medo

Com desenhos em grande escala, Coreografias do riso apresenta  formas viscerais para descobrir. O riso surge, nas palavras de Bárbara  Fonte, “enquanto espaço de troça e de medo, de idiotice e de agressão,  de animalidade e honestidade, de verdade e de satisfação, de prazer”.


Mote para esta exposição e inquietação que a artista vai continuar a  explorar, o riso também marca presença nos seus sonhos. Será o “medo de  ser alvo de riso”, atira Bárbara Fonte. “Mas ao mesmo tempo estou sempre a  procurar esse riso”. (…) “Eu gosto de fazer com que o riso apareça.  Gosto dos extremos”. A propósito desta exposição diz ainda que “o  gracejo e a sátira são instrumentos de entendimento humano, onde a carne  dá passagem aos estados psíquicos e o desenho acede à máscara.”


Bárbara Fonte é licenciada em Pintura e Pós-graduada em Teoria e  Prática do Desenho pela FBAUP. Tem desenvolvido trabalho criativo na  área do desenho, da fotografia, do vídeo, da performance e da  instalação. Participou com textos e ilustrações em revistas de livros e  expõe regularmente, em parceria com outros autores ou individualmente,  em diversas galerias e espaços culturais desde 2001.

Jardim Botânico do Porto

O desenho contemporâneo de Abel Salazar

Esta é a quinta exposição do ciclo O desenho contemporâneo em diálogo com a obra de Abel Salazar.  Sílvia Simões, curadora do ciclo, pretende com esta iniciativa colocar a  obra artística do antigo investigador e professor da Universidade do  Porto, Abel Salazar, numa relação dialógica com desenhos de artistas  contemporâneos, salientando a relevância dos desenhos na atualidade.


A conversa entre a curadora e Bárbara Fonte pode ser ouvida na íntegra aqui


Com entrada gratuita, Coreografias do riso  ficará patente na Casa-Museu Abel Salazar até 27 de novembro. A  exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 13h00 e  das 14h30 às 18h00. Aos sábados, abre portas das 14h30 às 17h30.  Encerra aos domingos e feriados. 


Fonte: Notícias U.Porto

Outubro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Planetário do Porto comemora a Semana Mundial do Espaço 2021

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

De 4 a 10 de outubro comemora-se a Semana Mundial do Espaço 2021 e o Planetário do Porto – Centro Ciência Viva não poderia deixar passar a oportunidade de abrir as suas portas e recebê-lo para comemorar connosco. 


No dia 5 de outubro poderá participar num debate sobre o Espaço, com a cientista-astronauta Ana Pires, e assistir ao filme imersivo O Despertar da Era Espacial. Uma oportunidade para partilhar com a família uma tarde diferente, onde o Espaço será personagem principal. 


O Planetário do Porto – Centro Ciência Viva convida-o, desta forma, a participar no seu programa especial comemorativo da Semana Mundial do Espaço, que este ano é dedicada a celebrar as mulheres no Espaço. 


Programa:

*15h00 - O Espaço à conversa, com a cientista-astronauta Ana Pires (INESC-TEC)

*16h00 - Filme imersivo “O Despertar da Era Espacial


A entrada é gratuita, mas limitada aos lugares disponíveis (30 participantes). 


Para participar inscreva-se AQUI

Ana Sofia Ribeiro leva From, With and By Nature à Galeria da Biodiversidade

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

De 1 a 20 de outubro, a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência  Viva acolhe a exposição From, with and by nature, de Ana Sofia  Ribeiro.


Esta exposição é uma mostra individual da artista emergente e finalista de Mestrado em Artes Plásticas  e Pintura da  Faculdade de Bela Artes da Universidade do Porto. 


Operando no campo da  pintura, desenho e escultura, Ana Sofia Ribeiro apresenta-nos uma obra  assente numa trajetória que desconstrói a matéria artística enquanto  agente social e que funde o espaço natural com o tecnológico. Através de  transmutações metabólicas e simbólicas, esta exposição problematiza a  relação simbiótica entre o ser humano e a natureza, questionando a sua  própria condição hierárquica e refutando arquétipos de produção  convencionais poluentes, com o objetivo de promover uma consciência  ética ecológica no mundo da arte e testar a autenticidade do silogismo  sustentável.


A exposição, de entrada livre, estará aberta de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00 (último acesso às 17h30). 


+Info: AQUI

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

7. Carlos Gonçalves

Carlos Gonçalves é professor catedrático da FLUP e investigador do  IS-UP, dedicando grande parte da sua pesquisa ao estudo das organizações  e à transição dos diplomados universitários para o mundo do trabalho.  Faz parte da primeira “fornada” de sociólogos/as do país, tendo-se  formado em pleno período revolucionário. Neste episódio, evidencia  preocupações com o rumo que a sociologia tem tomado e com o papel que  ela pode ter nas sociedades contemporâneas. No seu entender, utopia e  sociologia encontram-se na possibilidade de permitirem uma análise e  compreensão crítica das realidades, articulada com a definição de  propostas concretas de transformação.

19. Polifonias d’agora e d’outrora – Grupo Folclórico da Universidade do Minho 

Neste episódio, André Marcos, diretor técnico do Grupo Folclórico da  Universidade do Minho (GFUM), explica como o grupo chegou ao repertório  que interpreta e o processo de “botar” cada cantiga. Refere, ainda, as  inovadoras estratégias de salvaguarda ativa do canto a vozes que o GFUM  está a implementar.

41. “HyperNormalisation”, de Adam Curtis (2016)

Comentário de José Gabriel Bastos (Curso de Documentário KINO-DOC)

Mais podcasts AQUI

Jardim Botânico do Porto vai ser "mágico" até final de outubro

O "Magical Garden", idealizado pelo Atelier OCubo, já trouxe mais de 50 mil visitantes ao Jardim Botânico do Porto

Desde que abriu as portas, no passado dia 24 de junho, o Magical Garden já atraiu ao Jardim Botânico do Porto mais de 50 mil visitantes. Um número que reflete o sucesso do espetáculo imersivo que tem espalhado magia pelas noites do Porto, e que levou a que a organização decidisse prolongar a “estadia” no pulmão verde da Universidade do Porto até 31 de outubro (em vez do dia 3, como inicialmente previsto).


“Chegamos, depois de apenas 2 meses e meio, a 50.000 visitantes, de  mais de  20 nacionalidades diferentes. É um resultado incrível que nos  dá somente vontade de continuar essa linda aventura”, destaca Edoardo Canessa, Produtor Executivo do Atelier OCubo, responsável pela criação do evento.


Consistindo num circuito noturno de cerca de um quilómetro cheio de surpresas, com direito a micro e video mapping, light design e experiências interativas, o Magical Garden desafia os visitantes a explorar o Jardim Botânico do Porto na  companhia de templos e ídolos egípcios, guerreiros em chamas e budas  flamejantes, dinossauros, tigres e cobras gigantes. A estes juntam-se  ainda várias personagens eternizadas nos contos de Sophia de Mello  Breyner Andresen, escritora que, na infância, passou longas temporadas  nesta casa e no jardim que, para si, era já um “território fabuloso”.


“Estamos muito felizes com o incrível sucesso que o Magical Garden está a ter no Jardim Botânico do Porto. Graças à preciosa colaboração  com a equipa do Jardim Botânico e à parceria com a Universidade do  Porto, conseguimos criar nesse belíssimo espaço um percurso mágico, um  momento de alegria e serenidade e magia para muitas famílias”, realça  Edoardo Canessa.


E se “as crianças sonham de olhos abertos”, já “os adultos voltam a  ser crianças” nesta viagem que conjuga realidade e fantasia, recorrendo a  elementos da natureza e a efeitos especiais. “Essa é a nossa jóia  maior, ver os olhos das pessoas a brilhar”, remata o responsável  d’OCubo.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Visite o Magical Garden

O Magical Garden pode agora ser visitado até dia 31 de outubro. Os espetáculos acontecem de quinta-feira a domingo, a partir das 18h00 (e assim que escureça). Nestes dias, a Galeria da Biodiversidade –  Centro de Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da  U.Porto (MHNC-UP) está aberta ao público à noite. Em vez de fechar às 18h00, como acontece atualmente, passa a fechar às 23h00, com último  acesso às 22h00.


O preço dos bilhetes para o Magical Garden varia  entre os 8 e os 15 euros, com condições especiais para famílias, bem  como para residentes no concelho do Porto, seniores, estudantes, pessoas  com mobilidade reduzida e jovens dos 4 aos 17 anos. Crianças até aos 3  anos têm acesso gratuito.


Quem comprar o bilhete para o Magical Garden pode ainda adquirir um bilhete promocional de acesso à Galeria da Biodiversidade por 2,5 euros por pessoa.

Mais informações e bilhetes aqui. 


Fonte: Notícias U.Porto

DOUTORES HONORIS CAUSA PELA UNIVERSIDADE DO PORTO

Gregorio Marañon

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Foto: Jornal de Noticias

Em 1946, por proposta da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Gregorio Marañon, humanista, cientista, pensador e escritor recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade do Porto. A cerimónia de imposição das insígnias doutorais aconteceu dia 13 de novembro, no Salão Nobre da Universidade do Porto. No dia seguinte, o 9.º reitor da Universidade, o Dr. Amândio Tavares (1945-1961), ofereceu um banquete em sua honra no Salão Dourado do Palácio da Bolsa, sede da Associação Comercial do Porto, como noticiou o diário portuense Jornal de Notícias.              


Gregorio Marañon y Posadillo nasceu em 1887, no seio de uma família burguesa madrilena. Estudou Medicina, com brilhantismo, na Faculdade de S. Carlos em Madrid e, após o curso, trabalhou na Alemanha com o médico e cientista Paul Ehrlich (1854-1915) e o Professor Gustav Georg Embden (1874-1933).


Em 1911 a sua tese de doutoramento foi distinguida com o Premio Extraordinario de Doctorado e Gregorio Marañon foi nomeado médico do Hospital Provincial de Madrid, no Departamento de Doenças Infeciosas.


Durante a epidemia de gripe no seu país (1918) foi incumbido pelo Estado Espanhol de estudar, na França, a etiologia da epidemia gripal.  Nos anos seguintes foi nomeado Consejero de Sanidad e de Instrução Pública e regressou à Alemanha para preparar a montagem de um hospital de doenças infeciosas.


Gregorio Marañon foi politicamente ativo durante da Ditadura de Miguel Primo de Rivera (1870-1930), o que lhe custou a destituição do cargo de diretor do Hospital del Rey, e aind pena de prisão por se ter associado à conspiração cívico-militar La Sanjuanada.


Em 1931 foi cofundador do movimento político Agrupación al Serivicio de la República e foi deputado às Cortes Constituintes. Ainda no início dos anos 30 foi nomeado primeiro catedrático de Endocrinologia da Faculdade de Medicina de Madrid e fundou o Semanário de Medicina Experimental.


Entre 1936 e 1942, no exílio em França, escreveu sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), exerceu Medicina e estudou a história da emigração política nos Arquivos Nacionais franceses.


No regresso a Madrid montou consultório, recuperou o lugar de Medico de la Beneficencia Provincial de Madrid (1944) e retomou a cátedra de Endocrinologia (1946). No ano seguinte, publicou uma das suas obras capitais: Ensayos Liberales e, em 1958, foi nomeado 1.º presidente do Centro de Investigaciones Biológicas.


Era académico de número da Real Academia Nacional de Medicina, da Real Academia Española de la Lengua, da Real Academia de la Historia, da Real Academia de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales e da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando; académico de Ciencias Morales y Políticas e membro da Academia de Ciências de Nova Iorque.


Foi distinguido com o título de doutor honoris causa também pela Universidade de Paris-Sorbonne (1932) e pelas universidades do Chile (1937), de Lima (1939) e de Coimbra (1959).


Morreu em Madrid em 1960.


U. Porto - Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto - Gregorio Marañon (up.pt)

U. Porto - Reitores da Universidade do Porto: Amândio Joaquim Tavares (up.pt)


Repositório Temático da Universidade do Porto, Arquivo Digital da U.Porto, Recortes de Imprensa (1919-1987) : 1 e 2

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