ACESSIBILIDADE PARA TODOS MESMO

Conheço o César Casanova há já alguns anos, desde que foi a um seminário de mestrado que eu coordenava sobre Comunicação Intercultural na Faculdade de Letras. Nunca mais o esqueci.


O César nasceu surdo. Aprendeu, nos primeiros anos de escolaridade, Língua Gestual Portuguesa. Mas depois surgiu o problema de uma perda atroz da visão periférica até ficar apenas com visão tubular, e ainda assim muito reduzida. Foi nesse momento que o César se viu fechado num casulo: sem ver e sem ouvir, não conseguia comunicar com o exterior.


Perante a forte depressão que o acometeu, um professor seu rumou aos Estados Unidos para aprender interpretação tátil, uma forma de comunicação e de orientação por meio de toque. Foi assim que o César comunicou connosco, quando foi ao meu seminário: ele comunicava em Língua Gestual Portuguesa e a intérprete comunicava com ele fazendo interpretação tátil, tocando-lhe na mão. É assim também que ele tem vindo a estudar na Universidade do Porto, onde concluiu, na Faculdade de Ciências, o curso de licenciatura em Matemática, encontrando-se agora a frequentar o curso de mestrado em ensino da Matemática. Nesse dia, o César confidenciou-nos as suas aspirações: ensinar Matemática a estudantes afetados por surdocegueira; e ofereceu-nos um presente inesquecível: em Língua Gestual Portuguesa, interpretou dois poemas de sua autoria. Recordo, em particular, o que interpretou sobre o mar, e como cerrava os olhos e inclinava a face quando descrevia a forma como os salpicos das ondas lhe afagavam o rosto.


Pois este domingo voltei a ter notícias do César. A Mónica Guerreiro, Presidente da Direção do Coliseu AGEAS Porto, que comigo comunga o objetivo de tornar a cultura acessível a TODOS, ligou-me para me dizer que o César ia ao circo e que a Cláudia Braga, intérprete de Língua Gestual Portuguesa, para ele iria fazer interpretação tátil. Falando com a Cláudia, esta contou-me como usou uma tampa de um balde de pipocas para dar a compreender ao César o formato circular do palco. Ao longo do espetáculo, a Cláudia foi fazendo a interpretação das falas e indicando a localização dos diferentes artistas para que o César pudesse, apesar das suas limitações de visão, vislumbrar partes do evento; confesso que foi com muita emoção que ouvi a Cláudia descrever a alegria que sentiu no César quando ele conseguiu entrever uma artista fazendo acrobacias no ar, pendurada pelo cabelo. 


Hoje o César sente ter uma missão: lutar pelo reconhecimento da Surdocegueira como deficiência única, com necessidades especiais. Reivindica, nesse sentido, para todos os indivíduos surdocegos, o acesso a formas de comunicação e tecnologia assistida que lhes permitam ter uma vida social com qualidade; o direito à aprendizagem e prática da Língua da Língua Gestual Portuguesa Tátil como meio privilegiado de comunicação; e a disponibilização, por parte do Estado, de assistentes pessoais que deem apoio no que respeita à interpretação tátil, mas também em relação à orientação e mobilidade. 


A Cláudia Braga, conhecedora das limitações de vida dos indivíduos surdocegos, preparou, na Internet, uma Petição Pública para que estes direitos sejam conquistados. A Mónica Guerreiro, com o seu coração imenso, chamou-me a atenção para esta causa nobre. A Unidade de Cultura / Casa Comum da Reitoria associa-se a esta iniciativa. Convidamos todos os casacomunianos a assinar a petição disponível em https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT114897  Porque isto é mesmo algo que temos de fazer.


Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Casa da Música e Museu Soares dos Reis voltam a ser salas de aula da U.Porto


As unidades curriculares transversais "Cultura, Arte e Património" convidam os estudantes a descobrir alguns dos mais emblemáticos espaços culturais do Porto.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Chamam-se unidades curriculares transversais Cultura, Arte e Património e, não só aproximam, como colocam os estudantes da Universidade do Porto dentro de algumas das principais instituições culturais da cidade. Aberta a todos os estudantes, esta iniciativa pioneira é uma oportunidade para introduzir no processo de apreensão do que nos rodeia outras ferramentas que vão para além dos clássicos manuais de aprendizagem.


Depois do sucesso que foi a experiência do ano letivo passado, o programa regressa no ano letivo 2022/2023, voltando a ter como parceiros desta aventura o Teatro Nacional S. João, o Museu Nacional de Soares dos Reis e a Casa da Música. A estes juntam-se ainda a Faculdade de Ciências (FCUP), com um programa a decorrer no Jardim Botânico da U.Porto, e a Faculdade de Belas-Arte(FCUP), com uma disciplina de Desenho orientada especificamente para os estudantes das áreas médicas.


Com estas unidades curriculares em competências transversais e transferíveis pretende-se não só propor aos estudantes da U.Porto conteúdos culturais que se afastam da sua formação de base, complementando-a, mas também proporcionar uma imersão no quotidiano das instituições que estão na base da vida cultural do Porto.


Podem candidatar-se a uma destas unidades curriculares os estudantes cujo plano de estudos inclua a realização de uma unidade curricular de opção CTT (competências transversais e transferíveis), bastando, para isso, substituir a unidade curricular anteriormente escolhida. Também se poderá inscrever, em segunda prioridade, quem as queira frequentar como unidades de formação contínua.

Do Museu ao Jardim


Numa viagem pelas unidades curriculares Cultura, Arte e Património que já estão disponíveis para o segundo semestre do ano letivo 2022/23, fazemos a primeira paragem na Casa da Música, palco do programa Música e Sociedade. Dar a conhecer as “entranhas da Casa” é o grande objetivo deste programa em que, ao longo de várias visitas semanais, os estudantes têm a oportunidade acompanhar músicos, compositores, maestros e programadores. Pelo meio, terão acesso a “ferramentas” que vão permitir uma melhor “fruição musical”. Gilberto Bernardes, da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), coordena a disciplina.


As candidaturas a esta unidade curricular decorrem até ao dia 3 de fevereiro de 2023. Para mais informações e candidaturas, consultar a página das Novas Unidades Curriculares - Cultura, Arte e Património.


De regresso está também O museu como lugar de fruição, o programa que desafia os estudantes a percorrer as diferentes áreas de atuação do Museu Nacional de Soares dos Reis, da conservação à comunicação, passando pela programação ou pela gestão financeira. Hugo Barreira, professor da Faculdade de Letras (FLUP), é o responsável pelo projeto.


As candidaturas a esta unidade curricular decorrem até 3 de fevereiro de 2023. Para mais informações, consultar a página do curso.


Outra unidade que também está disponível é O desenho e o cultivo da biodiversidade, a proposta da FCUP que convida os estudantes a explorar os espaços únicos do Jardim Botânico da U.Porto. A liderá-los estará Paulo Farinha Marques, diretor do Jardim e professor de Arquitetura Paisagista da FCUP.


As candidaturas a esta unidade curricular decorrem até 19 de janeiro de 2023. Para mais informações, consultar a página do curso.


Falta falar do Desenho e observação para médicos, um programa desenhado pela Faculdade de Belas Artes da U.Porto, exclusivamente, para estudantes de Medicina. Mário Bismarck é o docente responsável pelo projeto.


As candidaturas a esta unidade curricular decorrem até 3 de fevereiro de 2023. Para mais informações e candidaturas, consultar a página das Novas Unidades Curriculares - Cultura, Arte e Património.


Durante o primeiro semestre do ano letivo de 2022/23, já funcionou a Volta ao palco em 80 horas: o teatro como espaço de aprendizagem, que teve como "sala de aula" o Teatro Nacional São João.


Note-se que estas unidades curriculares têm o valor de 3 ECTS, e podem ser integradas na componente opcional do plano de estudos dos cursos de licenciatura ou mestrado mediante submissão de pedido ao diretor do respetivo curso. Se as inscrições nas disciplinas opcionais do ano de 2022/23 já tiverem sido realizadas, será necessário solicitar, nos serviços competentes, a substituição da disciplina anteriormente escolhida.


As unidades curriculares Cultura, Arte e Património destinam-se primordialmente a estudantes inscritos na Universidade do Porto, sendo a sua frequência gratuita.  


Fonte: Notícias U.Porto

IndieJúnior em warm-up na U.Porto

A edição deste ano do Festival IndieJúnior "arranca" a 14 de janeiro, com a exibição de oito filmes, de várias nacionalidades, na Casa Comum.

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Pequeno Boneco de Neve/Little Snowman, de Aleksey Pochivalov

A 7.ª edição do IndieJúnior - Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto vai fazer a sua primeira "aparição" na Reitoria da Universidade do Porto. Vai ser já no dia 14 de janeiro, sábado, com um conjunto de filmes que funcionarão como uma espécie de "exercício de aquecimento" para o certame. A sessão decorre na Casa Comum, a partir das 16h00.


Pequeno Boneco de Neve/Little Snowman, do russo Aleksey Pochivalov, começa com um mistério por resolver. Sem anúncio prévio, desapareceram as cenouras todas de uma família de bonecos de neve. Mas será que, para um boneco de neve, o nariz de cenoura é assim tão importante? Ou haverá outras características, como a compaixão e a bondade, que lhe são "mais caras"? Questões para responder logo na primeira da sessão.


Um Filme de m+m/a film by m + m, dos americanos Matthew Yang, Megan McShane, apresenta-nos dois feiticeiros amigos que se cruzam, e decidem partir à aventura... Em que direção navegam? Só podemos dizer que descobrem um território de fantasia.

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Uma Pedra no Sapato/Un caillou dans la chaussure, de Eric Montchaud

A Teia dos Sonhos/Le fil des rêves, da francesa Camille Foirest, faz-nos entrar nos sonhos de um javali bebé, ou serão pesadelos? E tudo parece estar relacionado com uma aranha.... Ao javali bebé falta-lhe aprender o que só a mãe lhe poderá ensinar: fazê-lo ver a magia que aranha consegue tecer.


Continuamos em francês, com uma proposta de Eric Montchaud: Uma Pedra no Sapato/Un caillou dans la chaussure. Vamos ficar a conhecer uma escola, mas não é uma escola normal. Aqui, professora e alunos são coelhos, até que, um dia, a sala de aula recebe um novo estudante. E este novo colega de carteira é um sapo. Um sapo que, de início, sente que não está onde pertence. Como podemos reverter este sentimento? Há que vir para aprender.


A última proposta em francês, Bombeiro/Pompier, vem assinado por Yulia Aronova. O herói da nossa história, um bombeiro, ocupa uma torre de vigia, de onde pode ver toda a cidade. É do seu posto de vigia que procura indícios de potenciais perigos. E o dia-a-dia tece a manta do tempo, até que o nosso herói encontra o seu verdadeiro propósito.


Altura para ficarmos com a "prata da casa". A Menina Parada, de Joana Toste, conta-nos a história de uma menina que se perde da mãe e se recusa a sair do mesmo lugar. E um polícia impede todos de a obrigarem a mexer-se. Um cenário de uma menina parada e de um polícia que manda parar o trânsito, a agitar os corações da cidade.

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Pai Bateria/Battery Daddy, de Seung-bae Jeon

Temos, ainda, mais duas propostas. Marmelada/Marmalad, da búlgara Radostina Neykova, lembra-nos que, por vezes, para se ser um herói só é preciso voar. Já o realizador da Coreia do Sul, Seung-bae Jeon, apresenta-nos, em Pai Bateria/Battery Daddy, o pai das baterias.. É ele que, através de brinquedos, comandos, e outros dispositivos, toma conta de cada canto da casa. Tudo corre bem até ao dia em que vai de férias e uma chuvada repentina causa uma inundação... O que acontece a seguir? É vir para ficar a saber.


A entrada na sessão é livre, até ao limite da lotação do espaço.

IndieJúnior 2023 com vista para o mar

Cinema, oficinas para bebés, um cine-concerto dos The Banksy’s e um foco no cinema norueguês fazem parte das grandes novidades do IndieJúnior 2023.


Destinado a crianças, jovens e famílias, o 7.º Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto vai ter como tema central o mar.


A edição deste ano acontece entre 23 e 29 de janeiro, e irá ocupar, pela primeira vez, o recentemente inaugurado Batalha Centro de Cinema. 


Fonte: Notícias U.Porto

Janeiro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Todo o Abel Salazar

De 15 NOV'22 a 17 FEV'23
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

IndieJunior Porto 2023 | Sessão warm-up

14 JAN'23 | 16h00
Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Vamos Cantar as Janeiras! | NEFUP

16 JAN'23 | 18h00
Música, dança | Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Amor, Matemática e Outros Portentos, de Jorge Buescu 

19 JAN'23 | 18h00
Apresentação de Livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

A PSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DA NEURASTENIA (1912) | Apresentação de Livro

 21 JAN'23 | 17h30
Apresentação de Livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Recital de Piano com Constantin Sandu | Nuno Grande, Figura Eminente U.Porto 2022

 23 JAN'23 | 18h
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

 Cota 1,20 | Exposição

Até 29 JAN'23
Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

Até SET'23
Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Musas em Ação 3 | Exposição

Até 04 FEV'23
Exposição | Casa-Museu Abel Salazar
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

U.Porto Press edita livro sobre epidemia de peste bubónica de 1899


Porto: A Epidemia de Peste de 1899. Circunstâncias e Consequências aborda o surgimento, evolução e  consequências da peste bubónica na Invicta.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Esta é uma das mais recentes publicações da U.Porto Press e o número dois da sua nova coleção Estudos e Ensino. FOTO: U.Porto Press


Porto: A Epidemia de Peste de 1899. Circunstâncias e Consequências. Assim se designa um dos mais recentes títulos da U.Porto Press, o número dois da nova coleção Estudos e Ensino da Editora da Universidade do Porto.


Ao longo de quatro partes, 17 capítulos e mais de 400 páginas, João Martins e Silva,  que foi Professor Catedrático e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, aborda a peste bubónica que assolou a cidade do  Porto, em maio de 1899. A terminologia utilizada, desde logo, nos  títulos e subtítulos dos capítulos soa contemporânea: pandemia, bactéria, imunização, isolamento, confinamento, cordão sanitário,  morbilidade ou mesmo mortalidade, que também caraterizaram este período  da história.


Conforme é referido no prefácio da obra, a peste bubónica “entrara  discretamente na cidade do Porto para, célere, conduzir a uma difícil  situação clínica e socioeconómica”. Esta doença contagiosa marcou o  final do século XIX não só em Portugal, onde “as endemias e epidemias  (…) não faziam pausa”, mas também em diversos outros pontos da Europa e  do mundo.


“A cidade do Porto foi a última cidade da Europa a ser atingida no  final do século XIX por uma epidemia de peste bubónica, cerca de  trezentos anos depois de ter sido abalada pela mesma doença. O novo surto local  ocorreu no início da terceira pandemia de peste bubónica, iniciada na  China em 1894, causada pela bactéria Yersinia pestis, ainda identificada nesse ano”, explica o autor.

A pandemia da peste bubónica em três “atos”


Porto: A Epidemia de Peste de 1899. Circunstâncias e Consequências, João Martins e Silva descreve três fases de desenvolvimento da  epidemia: a primeira, relativa à identificação dos primeiros casos da  doença, ainda sem diagnóstico confirmado, e à aplicação de medidas  sanitárias imediatas; a segunda, iniciada aquando da confirmação  bacteriológica da peste, em julho de 1889, e posterior instauração daquele que viria a ser “um polémico cordão sanitário de imposição governamental”; e uma terceira fase, correspondente ao “desfecho do  flagelo” e “progressiva mitigação das constrições impostas”.


Segundo alguma imprensa local, que numa fase inicial acompanhou os  acontecimentos “laconicamente”, sem lhes atribuir “aparente  significado”, a crise socioeconómica e política terá resultado das  contradições e deficiente resposta governamental.


Também o autor considera “consequências da inércia e erros do  Governo” a “vaga acelerada de desemprego, fome e desespero da população  residente e periférica”, que, por sua vez, conduziu a grandes  ajuntamentos públicos, indisciplina e, mesmo, atos agressivos contra  médicos e pessoal interveniente em ações sanitárias.


A situação começou a normalizar no final do mesmo ano. Contudo, e tal  como também revela J. Martins e Silva, “após ser oficialmente  considerada extinta, novos focos de peste ainda surgiram no Porto e  arredores”.

A obra Porto: A Epidemia de Peste de 1899. Circunstâncias e Consequências pode ser adquirida na loja online da U.Porto Press.

Sobre o autor


Natural de Lisboa (1942) e licenciado em Medicina (1967) na Universidade de Lisboa, João Alcindo Pereira Martins e Silva iniciou a carreira docente como assistente da Faculdade de Medicina da  Universidade de Lourenço Marques (Moçambique), onde desenvolveu  trabalhos de investigação e se doutorou (1973). Antes, estagiou no  estran­geiro, como bolseiro de pré-doutoramento da Fundação Calouste  Gulbenkian, designadamente em Seattle, Universidade de Washington  (1970/71). 


Após o serviço militar (1972-1975), prosseguiu a  carreira académica (professor auxiliar, extraordinário e catedrático) na  Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). Autor de  centenas de publicações, entre artigos científicos, ensaios, editoriais,  e de mais de uma dezena de livros, dirigiu o Instituto de Química  Fisiológica, depois integrado no de Bioquímica, e prosseguiu projetos de  investigação científica, até se aposentar (2005). 


Foi subdiretor (1991-1994) e diretor da FMUL (1994-2005), e  presidente de duas sociedades médicas nacionais (Educação Médica,  1991-2003; Hemorreologia e Microcirculação, 1987-1994). Dedica-se, desde  a aposentação, a temas da História da Medicina e à pintura. 


Fonte: U.Porto Press

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

37. Dia 173, Joaquim Pessoa 

Dia 173, de Joaquim Pessoa, in Ano Comum, 2.ª edição, Editora Edições Esgotadas, 2013

38. Dia 172, Joaquim Pessoa 

Dia 172, de Joaquim Pessoa, in Ano Comum, 2.ª edição, Editora Edições Esgotadas, 2013

 50. L Natal de Matias 

Nien ls caramonos que sou armano i sue mai l dában para que se  antretubisse lo fazien zbiar la eideia de l Natal na tierra de ls abós. I  nunca más aparecie la fita de ginasta, azulada a sbolaciar parada ne l  redundel de la strada a la antrada de la cidade.” Ua conta de Alcides Meirinhos.


45. Greta Thunberg 

Greta Thunberg is a Swedish environmental activist who is known for challenging world leaders to take immediate action for climate change mitigation. In August 2018, Thunberg began the school climate strikes  and public speeches for which she has become an internationally  recognized climate activist. By Matilda D’Urso

38. O Castanheiro do Gólgota 

Agustina escreve esta crónica nas férias de setembro de 1998, em Guéthary. Dedica-a ao castanheiro secular do seu jardim da casa do Gólgota – conta a sua história e peripécias.


 2. Manuel Firmino Torres e Raquel Torres 

 3. João Sampaio Fernandes e Manuel Sampaio Fernandes 

10. A arte da ciência 

1938. As nuvens de uma nova guerra começam a adensar-se sobre a  Europa, mas estão ainda ausentes das preocupações de dois amigos para  quem as principais sombras são as memórias da participação na Primeira  Guerra nos territórios coloniais ou a impotente constatação pessoal de  que a mente humana, em desequilíbrio, nos pode levar a uma existência  torturada. Mas o que terá Américo Pires de Lima, fundador do atual  Jardim Botânico do Porto e diretor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto durante uma década, a ver com o livre-pensador, o  cientista, o artista, o perigoso pedagogo Abel Salazar, cuja  “influência deletéria (…) sobre a mocidade universitária” tinha levado à  sua expulsão da instituição universitária por um Estado Novo ainda na  infância, mas já ostensivamente demonstrando a intolerância ideológica  que marcaria cerca de meio século da vida de Portugal? É a arte, senhores… e a ciência… E a arte da ciência.


15. A espessura da vulnerabilidade nos cuidados de saúde 

Neste episódio do podcast Germen Ouvir com outros Olhos, resultado de uma conversa online tida a 12/12/2022, refletimos sobre as camadas de vulnerabilidade  (visíveis e invisíveis) que nos constituem e sobre o modo como um olhar  cruzado entre quem cuida dentro de instituições de saúde e quem cuida na  comunidade pode, de facto, fazer a diferença.
Com Catarina Viegas, Joana Morais e Castro, Manuela Vidigal Bertão,  Mariana Abranches Pinto, arquiteta paisagista e moderação de Susana Magalhães.

Mais podcasts AQUI


Arte e Ciência de mãos dadas em nova exposição do i3S


A exposição When Microbes Dream, da  bioartista canadiana Jennifer Willet, vai ficar patente ao público de 12  de janeiro a 1 de fevereiro.


De 12 de janeiro a 1 de fevereiro, estará patente no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) uma exposição que junta ciência e arte, denominada When Microbes Dream (Quando os micróbios sonham).


Concebida pela canadiana Jennifer Willet e produzida pelo IOTA Institute,  em parceria com o INCUBATOR Art Lab e o i3S, «When Microbes Dream»  apresenta uma ficção científica feminista em que a biotecnologia  demonstra a colaboração entre espécies, a reprodução, o teatro e a  narração de histórias como meios de reimaginar o nosso futuro  biotecnológico. Com esta exposição, a bioartista reimagina a estética  laboratorial como algo abundante, feminino e espalhafatoso, em  contradição direta às normas científicas.


Entre as obras que Jennifer Willet apresenta nesta exposição  incluem-se espécimes vivos em conjunto com esculturas performativas,  instalações de grande escala e uma série de impressões digitais. Cada  obra apresenta uma visão complexa de organismos grandes e pequenos  (mamíferos, micróbios, plantas e insetos) que trabalham em colaboração  para apresentar processos biotecnológicos ao público humano. As  instalações incluem uma janela mural personalizada com algas vivas, um  teatro de bonecos que exibe pratos de petri e protocolos biotecnológicos  e fotografias de bactérias geneticamente modificadas em vinhetas  imaginárias.


Este trabalho desprioriza o cientista humano enquanto organismo  dominante que trabalha dentro da ecologia robusta de um laboratório.  Pelo contrário, apresenta os devaneios dos organismos não humanos que  vivem, reproduzem-se, atuam e morrem dentro de ambientes laboratoriais.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
(Foto: DR)

When Microbes Dream teve a sua estreia em outubro de 2021 na Kapelica Gallery (Ljubljana, Eslovénia) e seguiu depois para a Ectopia (Lisboa), em setembro de 2022. O circuito europeu termina com a chegada  da exposição ao i3S.


A exposição será inaugurada às 17h00 do dia 12 de janeiro, numa sessão que contará com a presença da artista. Com entrada gratuita e para todas as idades, When Microbes Dream vai abrir ao público, diariamente, entre as 10h00 e as 19h00.

Sobre Jennifer Willet


Jennifer Willet é uma artista internacionalmente reconhecida no  emergente campo da bioarte. A artista foca-se na interseção de arte e  ciência ao explorar noções de representação, do corpo, ecologias e as  inter-relações interespécies em biotecnologia.


A sua atividade artística abrange a performance, instalações,  fotografia e escultura, baseadas em práticas sociais e artes  comunitárias, bem como em filosofia da ciência, estudos científicos e  tecnológicos, adjuvados por protocolos e formas de vida das ciências  biológicas.


Fonte: Notícias U.Porto

Figuras Eminentes da U.Porto

Augusto Nobre

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
Augusto Nobre retratado em 1947 por Heitor Cramez. Galeria de Retratos do Salão Nobre da Universidade do Porto.

Depois de a Universidade ter celebrado a vida e obra de três dos seus vultos - Abel Salazar (2003), José Marques da Silva (2004) e Artur de Magalhães Basto (2005), nos primeiros anos do século XXI, em 2006 foi instituída, oficialmente, a Figura Eminente da U.Porto, com a homenagem ao zoólogo, professor e 3.º Reitor desta Universidade Augusto Nobre.   


Augusto Pereira Nobre, filho de José Pereira Nobre, nasceu na rua de Santa Catarina, no Porto, a 25 de junho de 1865.


O seu interesse pela Zoologia e dedicação ao estudo dos animais marinhos adveio, segundo contava, das temporadas passadas com a família na praia de Leça da Palmeira. Realizou as primeiras experiências em estudos zoológicos no Museu Municipal do Porto organizado por João Allen e sito na rua da Restauração, onde havia uma coleção malacológica. E foi na Biblioteca Municipal do Porto que fez as primeiras leituras sobre este tema.


Augusto Nobre frequentou os estudos liceais num colégio e numa escola pública e com 18 anos escreveu o trabalho Ensaio sobre os Moluscos testáceos marinhos observados entre Espinho e Póvoa, publicado no 1.º volume da revista A Mocidade de Hoje (1882).


Em 1884 ingressou na Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra, onde estudou Botânica e Zoologia. Nesta cidade estabeleceu contactos duradouros com Júlio Henriques, professor de Botânica, e com Albino Giraldes e Paulino de Oliveira, professores de Zoologia. Realizou excursões zoológicas e cursou as disciplinas de Ciências Naturais.


Da Universidade de Coimbra mudou-se para a Academia Politécnica do Porto, onde frequentou os preparatórios de Medicina. Rapidamente, porém, procurou no estrangeiro um ensino da Zoologia de pendor menos teórico. Em Paris, trabalhou sob a direção do Professor Edmond Perrier (1844-1921), diretor do Museu de História Natural, frequentou diversas disciplinas na Universidade da Sorbonne e os Trabalhos Práticos de Zoologia na École Pratique des Hautes Études. O seu mestre sugeriu-lhe uma passagem pela Estação Zoológica de Sète, anexa à Faculdade de Montpellier.


De regresso ao Porto, em 1890, foi convidado por Amândio Gonçalves (1861-1928), professor de Botânica na Academia Politécnica do Porto, para ser seu assistente nos trabalhos práticos. No ano seguinte foi nomeado ajudante prático do professor Aarão de Lacerda (1863-1921) na disciplina de Zoologia, assim dando início a uma longa colaboração com este cientista e encetando o processo de modernização do ensino da Zoologia em Portugal.


Foi nomeado, em 1901, pelo decreto de 5 de dezembro, naturalista-adjunto de Zoologia da Academia Politécnica do Porto. Depois de concluído o bacharelato em Ciências Histórico-Naturais (1912), concorreu a um lugar de docente na recém-instituída Faculdade de Ciências do Porto, conseguindo, por mérito e sem se submeter a concurso, ocupar a vaga de professor extraordinário do 2.º Grupo, 3.ª Secção. Foi nomeado pelo ministro Duarte Leite a 7 de dezembro de 1912. A 21 de agosto de 1915 tomou posse como professor ordinário e pelo decreto de 31 de março de 1921 passou a dirigir o Instituto de Zoologia. Em 1918 foi-lhe conferido o grau de doutor em Ciências Histórico-naturais pela FCUP.


Augusto Nobre jubilou-se em 1935, quando atingiu o limite de idade. Pouco depois o seu nome foi atribuído ao Instituto de Zoologia e Estação de Zoologia Marítima, situado na Avenida de Montevideu, na Foz do Douro, que criara em 1914.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
De Gomes Teixeira a Sousa Pinto. Galeria de Retratos dos Reitores da Sala do Conselho do edifício histórico da Universidade do Porto.

Ao longo da sua carreira desempenhou outras funções de relevo. Foi vogal da Comissão Permanente de Piscicultura, membro do Conselho Florestal do Ministério de Agricultura, vogal Naturalista da Comissão Central de Pescarias, vogal do Conselho de Estudos de Oceanografia e Pescas, relator do Orçamento e chefe do Gabinete do Ministério da Instrução, 3.º Reitor da Universidade do Porto (1919-1926) e Ministro da Instrução (1920-1922), função que lhe permitiu criar a Faculdade Técnica, o Observatório Astronómico anexo à Faculdade de Ciências e transformar a Escola de Farmácia em Faculdade.


Este reputado cientista e político foi autor de mais de uma centena de trabalhos que se debruçaram em particular sobre a fauna marinha e os moluscos portugueses e foi o fundador da revista Annaes de Sciências Naturaes (1894-1907). Postumamente foi dada à estampa uma edição que preparara com poemas de António Nobre (1867-1900), seu irmão, e que tinha reunido na obra Despedidas (1902), prefaciada por Sampaio Bruno. Coordenou várias edições do livro de poemas Só e compilou memórias, cartas e depoimentos sobre o irmão no livro Leça do Balio – recordações, e estudos de há sessenta anos.


Uma das suas maiores realizações foi, sem dúvida, o Museu de Zoologia (que depois integrou o Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e hoje faz parte do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto), onde contou com a colaboração do seu filho Augusto Ferreira Nobre (1896-1930), até ao ano em que este faleceu. Dirigiu o museu - que abriu as suas portas ao público em 1916 - a partir de 1892. Foi, também, diretor do Laboratório de Zoologia.


Augusto Nobre também esteve ligado à fundação da Estação Aquícola do Rio Ave, instituída em 1886 por despacho de Bernardino Machado, a qual veio a dirigir. Foi sócio académico da Academia das Ciências de Lisboa (eleito a 23 de setembro de 1893) e do Instituto de Coimbra.


Morreu na sua casa da Foz, na madrugada de 13 de setembro de 1946.


Sobre Augusto Nobre (up.pt)


Sobre Amândio Gonçalves (up.pt)


Sobre Aarão de Lacerda (up.pt)


Sobre Duarte Leite (up.pt)  


Docentes e Estudantes da Primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto - Augusto Ferreira Nobre (up.pt)


Edifícios com história: Estação de Zoologia Marítima Dr. Augusto Nobre (up.pt)


Reitores da Universidade do Porto (up.pt)

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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