LERO LERO
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Quando, na semana passada, me mostraram o Lero Lero, não pude impedir o riso: num site um tanto rudimentar, uma ovelha fofinha oferece-nos frases prolixas. Um exemplo: “É evidente que a determinação clara de objetivos promove a alavancagem do levantamento das variáveis envolvidas”; ou ainda: “Do mesmo modo, a complexidade dos estudos efetuados é uma das consequências do orçamento setorial”; ou, talvez ainda melhor: “O que temos que ter sempre em mente é que a constante divulgação das informações estimula a padronização do processo de comunicação como um todo.” Muitos mais exemplos poderiam ser citados, pois o Lero Lero cria frases infinitas – todas elas vazias de sentido, como a própria expressão indica – a partir da combinação de uma grande base de dados. “Muitas palavras, conteúdo nenhum”, parece ser a máxima deste site criado por brincadeira, mas que é hoje encarado como um negócio e utilizado para gerar horóscopos, textos de autoajuda e discursos políticos. Na verdade, o riso que a consulta do site me suscitou prendeu-se com o reconhecimento de formulações muito semelhantes por individualidades conhecidas – de políticos a pseudointelectuais.
Surpreendeu-me, contudo, ao ler sobre o assunto, perceber que o Lero Lero tem sido também utilizado para engrossar dissertações de mestrado, e que, mais ainda, essa utilização nem sempre tem sido detetada pelos júris que as avaliam. A simplicidade de utilização do software é assustadora: basta que forneçamos um título, indiquemos a quantidade de frases ou parágrafos desejados, e num instante teremos o texto pronto, plausível (embora rebuscado e oco), gerado por computador.
Outros programas mais avançados, e com objetivos menos jocosos, têm vindo a gerar textos científicos. Editoras de revistas científicas de renome, como a Springer ou a IEEE, viram-se obrigadas a retirar 120 artigos que haviam sido publicados, entre 2008 e 2013, por terem sido gerados por computador. O mais surpreendente, contudo, é que os textos terão passado por um processo de revisão por pares, o que significa que ou as máquinas atingiram um grau de sofisticação inexplicável ou os revisores estavam distraídos.
Ao ler as frases do Lero Lero, vieram-me também à mente alguns resumos que, no meu centro de investigação, recusámos recentemente para apresentação num congresso por nos parecer que não faziam sentido. Por vezes, como estes textos são submetidos em inglês, pensamos que por trás dos textos estará uma dificuldade de expressão correta em língua inglesa, mas há que ter agora também em conta uma outra explicação: o facto de terem sido gerados por computador.
Escrevo este texto entre o riso e a apreensão. Comecei hoje a ler O Futuro da Inteligência Artificial, de Martin Ford. Percebi, pela contracapa, que o livro é escrito num registo de esperança. Quero muito acreditar que o admirável mundo novo que nos espera não é feito apenas de conversa balofa. Em breve reportarei – e sem Lero Lero.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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U.Porto volta a ser "casa" do festival IndieJúnior Porto
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Debates, oficinas e a atribuição de um prémio ao filme mais impactante do festival...Tudo isto vai passar pela Casa Comum e pela Galeria da Biodiversidade de 26 a 28 de janeiro. É um Festival com vista para o mar (tema central do evento), mas não só. Quer fazer imaginar, projetar. Quer incentivar à criação de um mundo mais inclusivo e sustentável. E como é que isto se faz? Através de filmes, claro. Mas não só. Há oficinas, para “pôr a mão na massa”, debates para despertar consciências e um Prémio Impacto, atribuído pela Universidade do Porto, para promover a ação. Depois do warm up, que arrancou na Casa Comum (à Reitoria) da U.Porto, está aí a 7.ª edição do IndieJúnior – Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto. De 23 a 29 de janeiro, há uma vasta programação para conhecer em vários espaços da cidade e da Universidade. Ao todo, são mais de 50 filmes, entre ficção, documentário e animação, com propostas oriundas de 18 países.
Para além do mar, o Festival vai abranger um leque diversificado de temas como as alterações climáticas, o aborto, relações familiares em situação de pobreza e o luto. Neste último caso, de que forma podem o cinema e arte ser ferramentas importantes para se fazer o luto? Está feito o convite para vir até à Casa Comum da U.Porto, quinta-feira, dia 26 janeiro, às 11h00.
A partir do filme Guaxuma, de Nara Normande, o público será transportado para as memórias da infância da realizadora com a sua - entretanto falecida - melhor amiga. Vai-se falar-se sobre o luto na infância, introduzindo um elemento novo, a arte, e tentando-se perceber até que ponto o seu poder reparador permite vivenciar de forma mais saudável a perda e o luto durante a infância.
Guaxuma, de Nara Normande. (Foto: DR) Imaginar um futuro mais sustentável
Também a 26 janeiro, mas das 14h00 às 18h00, Vamos Imaginar uma Cidade Sustentável na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP). A proposta passa por imaginar como pode ser a vida natural das cidades, tendo como ponto de partida o Jardim Botânico da U.Porto. Embora situado no centro da cidade, este espaço proporciona o contacto com uma diversidade de plantas e animais, ajudando a compreender a importância da biodiversidade que nos rodeia. Pelo impacto da ação humana, nomeadamente a poluição atmosférica, aquática e sonora, esta biodiversidade encontra-se, cada vez mais, ameaçada.
Esta oficina, que vai levar os participantes à descoberta do Jardim, ajudará a refletir sobre como poderemos preservar a biodiversidade, tornando a cidade mais sustentável.
A entrada é livre, mediante inscrição prévia através do e-mail s.educativo@mhnc.up.pt.
Jardim Botânico da U.Porto. (Foto: DR) Homo Biologicus
Um dos principais fatores que contribui para a existência de uma cidade mais sustentável é a sua rede de transportes. Por isso, nesta oficina, os participantes vão ser desafiados a refletir sobre o impacto da ação humana, a importância de se preservar a natureza, particularmente os recursos naturais, e imaginar e conceber meios de transporte ecológicos. Como? Reutilizando materiais produzidos no jardim, e outros materiais reciclados. Esta oficina decorre no sábado, dia 28 de janeiro, às 10h30, também na Galeria da Biodiversidade.
A entrada é livre, mediante inscrição prévia através do e-mail s.educativo@mhnc.up.pt.
Prémio Impacto Universidade do Porto
À semelhança do que aconteceu na edição anterior do IndieJúnior, a U.Porto vai ainda atribuir um prémio, no valor de 1.000 euros, ao filme que, como o título indica, provoque um impacto na sociedade. Que se destaque pelos valores e mensagens que transmite, de forma a alavancar projetos mobilizadores. Sendo o cinema uma poderosa “ferramenta de comunicação artística”, para além de oferecer pontos de vista, “traduz experiências, promove valores e influencia a nossa forma de pensar e agir”, afirma Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto com o pelouro da Cultura.
Este Prémio Impacto Universidade do Porto tem por objetivo distinguir um filme “que mostre como estamos todos interligados”, mas não só. Fátima Vieira acrescenta que o prémio pretende promover um trabalho que “desafie convenções, ative a imaginação e suscite mudanças de perceção da nossa vida – que mostre que somos responsáveis uns pelos outros e inspire à ação”, acrescenta Fátima Vieira.
O júri do galardão será constituído por dois estudantes do ensino secundário e três elementos da U.Porto.
Fonte: Notícias U.Porto
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16 de janeiro é dia de Cantar as Janeiras na Universidade
Cumprindo a tradição, o NEFUP - Núcleo de Etnografia e Folclore da U.Porto vai visitar a Reitoria para dar as boas-vindas ao Novo Ano. A entrada é livre. Cantar as Janeiras faz parte das tradições do NEFUP. (Foto: Egidio Santos/U.Porto) Deixar para trás o que lá vai e abrir a porta ao Novo Ano. É uma tradição da qual o NEFUP- Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto não abre mão, e a Universidade do Porto também não. Desde o período do Natal até o primeiro mês do Novo Ano, há um conjunto de tradições que se espalham por todo o país e cujo simbolismo a academia acolhe e promove. A próxima acontece na tarde (18h00) de 16 de janeiro, dia em que os membros do NEFUP vêm Cantar as Janeiras à “casa mãe” da Universidade. Na cidade do Porto, nomeadamente nas freguesias de tradição mais rural, há ainda associações ou coletividades formadas por amigos e vizinhos que, pelos cantares de Boas Festas, Janeiras e Reis, enfrentam o frio das noites de Dezembro e Janeiro e andam pelas ruas a bater de porta em porta. Cantam-se as Boas Festas (antes e durante o Natal), as Janeiras (no Ano Novo e durante o mês janeiro) e os Reis (de 5 para 6 de janeiro).
Os mensageiros da “Boa Nova” (o nascimento de Jesus e o desejo de um feliz Ano Novo) vão de porta em porta, comunicando com os donos das casas e recebendo, em troca, o que comer e beber. Normalmente, o que, por estas alturas, abunda em cima da mesa: frutos secos, chouriço, vinho, chocolates e outros petiscos usuais nas casas mais abastadas, ou, simplesmente, bolo-rei e vinho do Porto. Há também quem ofereça dinheiro. Em alguns casos, apresentam-se autos teatrais populares, que podem incluir danças, textos dramáticos e cantares.
O que vamos cantar?
As Janeiras que o NEFUP vai trazer ao átrio principal da Reitoria da U.Porto baseiam-se nas Janeiras do Capitão Chamiço, recolhidas no Concelho de Gondomar (pelo já extinto GAG – Grupo Etnográfico de Gondomar). A este repertório, serão acrescentados cantares tradicionais, recolhidos de várias regiões do país, que eram utilizados para “animar os patrões da casa”, na expectativa de algumas oferendas. Note-se que as músicas das Janeiras são simples, com quadras dedicadas ao Menino Jesus, à Nossa Senhora, a São José e, claro, incluem os votos de um Bom Ano. As letras variam de terra para terra e podem mudar de ano para ano.
A canção mais conhecida é o Natal dos Simples, com letra e música de Zeca Afonso: “Vamos cantar as janeiras / Vamos cantar as janeiras / Por esses quintais adentro vamos / Às raparigas solteiras / Vamos cantar orvalhadas / Vamos cantar orvalhadas/ Por esses quintais adentro vamos / Às raparigas casadas”.
A apresentação do NEFUP será aberta a toda a comunidade.
Sobre o NEFUP
Fundado em 1982 por um grupo de estudantes e licenciados da U.Porto, o NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto tem como missão a recolha, estudo e divulgação do folclore português, apresentando-o sob a forma de espetáculos de dança, cantares e outros. Para além de inúmeras exibições no País em espetáculos para associações culturais e recreativas, escolas, autarquias e instituições de solidariedade social, o NEFUP já representou, também, Portugal no Reino Unido, Grécia, Espanha, Brasil e Macau.
Fonte: Notícias U.Porto
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Janeiro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Todo o Abel SalazarEntrada Livre. Mais informações aqui
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Vamos Cantar as Janeiras! | NEFUPMúsica, dança | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Amor, Matemática e Outros Portentos, de Jorge Buescu Apresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Misericórdia, de Lídia Jorge | Apresentação do LivroApresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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A PSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DA NEURASTENIA (1912) | Apresentação de LivroApresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Recital de Piano com Constantin Sandu | Nuno Grande, Figura Eminente U.Porto 2022Entrada Livre. Mais informações aqui
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IndieJúnior Porto - 7º Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil
Cinema, atividades de serviço educativo | Casa Comum, Galeria da Biodiversidade e vários locais da cidade
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Musas em Ação 3 | ExposiçãoExposição | Casa-Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cota 1,20 | ExposiçãoExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Piano de Constantin Sandu conduz viagem pictórica na Casa Comum
Recital do pianista luso-romeno terá lugar final de tarde de 23 de janeiro, no âmbito da homenagem a Nuno Grande, Figura Eminente da U.Porto 2022. É um recital de piano que é uma verdadeira constelação de satélites. Um bilhete que, inclusivamente, dá direito a uma viagem pelos Quadros de uma Exposição, do arquiteto e pintor russo Viktor Hartmann. Confusos? Já lá iremos. Atuou como solista numa orquestra quando tinha ainda 14 anos e …não mais parou. É a tocar piano que Constantin Sandu tem dado a volta ao mundo. Traz na bagagem centenas de concertos em países europeus e asiáticos e, no dia 23 de janeiro, às 18h00, vai estar na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, para um concerto integrado nas comemorações da Figura Eminente 2022 da Universidade do Porto. A noite começa em português, que é como quem diz, com o compositor e organista Carlos Seixas, de quem Constantin Sandu foi beber três sonatas: Sol menor. Allegro; Do menor. Allegretto; Si b major. Allegro.
Depois, mudamos de latitude e de ambiente sonoro. Do músico e compositor francês Claude Debussy começamos com três prelúdios: Feuilles mortes: Lent et mélancolique; Ondine: Scherzando e Feux d'artifice: Modérément animé. Terminamos com L'isle Joyeuse.
Um passeio pelos Quadros de uma Exposição
Após um curto intervalo, estaremos de volta com o trabalho de outro compositor a quem Claude Debussy era um admirador confesso. Vamos entrar no universo criativo de um militar russo que era também compositor, conhecido pelas suas criações sobre a história da Rússia medieval. Falamos de Modest Mussorgsky. E é agora que lhe pedimos que se entregue a um exercício de elasticidade plástica. Que se imagine a visitar os Quadros de uma Exposição. É uma peça, escrita para piano por Modest Mussorgsky em junho de 1874, como homenagem a Viktor Hartmann, recentemente falecido. Após a visita a uma exposição do amigo, numa galeria de São Petersburgo, Mussorgsky escolheu dez quadros e compôs uma música para cada um deles. Uniu as várias partes da peça através de um tema comum (“Promenade”).
São músicas que exploram a corrente folclórica russa, com uma sonoridade à qual não faltará uma certa austeridade. Vamos, então, ao alinhamento do "passeio"? Promenade – Introdução – Allegro giusto, senza allegrezza, ma poco sostenuto; Gnomus (Gnomo) – Sempre Vivo; Promenade (Passeio) – Moderato comodo assai e con delicatezza; Il Vecchio Castello (O Castelo Medieval) – Andante molto cantabile e con dolore; Promenade (Passeio) – Moderato non tanto, pesamente; Les Tuileries (Tulherias) – Allegretto non troppo, cappricioso; Bydlo (Carro de Bois) – Sempre moderato, pesante; Promenade (Passeio) – Tranquillo; Ballet des Petits Poussins dans leurs Coques (Balé dos Pintainhos em suas Cascas de Ovos) – Scherzino; Samuel Goldenberg et Schmuyle – Andante grave, energico; Promenade (Passeio) – Allegro giusto, nel modo russico, poco sostenuto; Limoges, Le Marché (O Mercado em Limoges) - Allegretto vivo, sempre scherzando; Catacombae, Sepulcrum Romanum (Catacumbas, Sepulcro Romano) – Largo; Cum Mortuis in Língua Mortua (Com os Mortos em Língua Morta) - Andante non troppo, com lamento; La Cabane de Baba-Yaga sur de Pattes de Poule (A Cabana de Baba-Yaga sobre Patas de Galinha) – Allegro com brio, feroce; Andante mosso. Allegro molto; La Grande Porte de Kiev (A Grande Porta de Kiev) – Allegro alla breve. Maestoso. Con grandezza.
O concerto é de entrada livre, ainda que limitada à lotação da sala.
Sobre Constantin Sandu
Cresceu sob a influência de mestres romenos - Sonia Ratescu, Constantin Nitu e, posteriormente, Constantin Ionescu-Vovu no Conservatório Superior de Música “C. Porumbescu” de Bucareste - e de outras individualidades marcantes - Sequeira Costa, Dimitri Bashkirov, Helena Sá e Costa e Tânia Achot. Tocou em famosas salas de concerto (Ateneul Roman – Bucareste, Estúdio de Concertos da Sociedade Romena de Radiodifusão – Bucareste, Palau de la Música Catalana – Barcelona, Sala Iturbi do Palau de la Música – Valencia, Auditorio Manuel de Falla – Granada, Sala Mozart do Auditório de Zaragoza, Fundação Calouste Gulbenkian - Lisboa, Casa da Música – Porto) e em Festivais como Enescu - Bucareste, Chopin – Paris, Festival Internacional de Santander, Festival de Primavera - Sevilha, Ciudad de Ayamonte, Vara magica - Bucareste, Figueira da Foz, Guimarães, Espinho.
Coleciona prémios internacionais de diversos concursos: Senigallia – Itália, 1980 (2.º), Viotti-Valsesia – Itália, 1981 (1.º), Paloma O’Shea Santander - Espanha, 1984 (Menção honrosa), Epinal – França, 1985 (2.º) e Maria Canals Barcelona - Espanha, 1985 (3.º e Prémio especial Alberto Mozzatti).
De acordo com o Piano Journal (Reino Unido) “a sua personalidade sensível permite-lhe realizar uma interpretação muito pessoal e autêntica”. É um “músico de indubitável personalidade, (…) um magnífico sentido de cor e de ritmo, acompanhado por um inegável virtuosismo”, diz-nos o Diario de Sevilla (Espanha). Já o ABC (Espanha), afirma que se trata de “um pianista soberbo, (...) um colorido e uma delicadeza magistrais, (...) mestria irrepreensível. Esmagador.” É um "general exibindo-se à frente das suas tropas, a orquestra sinfónica de Bodensee", escreve L’Est Républicain (França), com Corriere Valsesiano (Itália) a destacar "o toque delicado e profundo, o som quase imaterial" que "transportaram o ouvinte para uma dimensão de sonho".
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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39. Dia 281, Joaquim Pessoa Dia 281, de Joaquim Pessoa, in Ano Comum, 2.ª edição, Editora Edições Esgotadas, 2013 40. Dia 149, Joaquim Pessoa Dia 149, de Joaquim Pessoa, in Ano Comum, 2.ª edição, Editora Edições Esgotadas, 2013
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51. Lhéngua – Fracisco Niebro “Mesmo quando falaba pertués, era a la sue moda: bolbie cuostas i sentie la caçuada cumo baba a scorrir; outros éran mais çcarados i çpejában-le risicas cumo túndias.”
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Cláudia Marisa é investigadora integrada do IS-UP e professora na ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo. Transitando entre a sociologia e a arte – que, no seu entender, partilham um olhar semelhante sobre o mundo – Cláudia fala-nos das suas inquietações: as desigualdades, a segregação, a desumanização. Ao contrário do “distanciamento brechtiano” que tinha por objetivo acordar e agitar o público, diz-nos que as novas formas de distanciamento e alienação têm servido para nos adormecer. Vê na sociologia um “ato de utopia” e aspira a uma sociedade em que o ser humano não seja somente um “número no Excel”. Deseja que se possa recuperar a sensibilidade e possamos ter tempo para contemplar, brincar ou, simplesmente, existir.
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Convite à Sociologia Reflexiva apresentado ao público a 23 de janeiro
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An Invitation to Reflexive Sociology foi a edição original deste livro, publicado pela University of Chicago Press e pela Polity Press em 1992, em língua inglesa. Trinta anos depois, e já traduzido em vinte línguas, surge Convite à Sociologia Reflexiva, a versão portuguesa da obra dos sociólogos Pierre Bourdieu e Loïc Wacquant, com a chancela da U.Porto Press. Traduzido por Virgílio Borges Pereira, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e investigador do Instituto de Sociologia da mesma faculdade, este é o terceiro título a integrar a Coleção Estudos e Ensino da Editora da Universidade do Porto (U.Porto).
Lançamento do Livro
Inserida num ciclo de debates organizado pelo Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (ISUP), dedicado à análise da obra de Pierre Bourdieu, por ocasião do vigésimo aniversário da sua morte, a sessão de lançamento de Convite à Sociologia Reflexiva terá lugar no próximo dia 23 de janeiro, pelas 18h30, na Casa dos Livros / Centro de Estudos da Cultura em Portugal da Universidade do Porto (Palacete Burmester – Rua do Campo Alegre, 1055 | 4150-181 Porto). Será transmitida via zoom (ligação https://videoconf-colibri.zoom.us/j/82501448347, ID da reunião 825 0144 8347 e senha de acesso 202512).
Fernanda Ribeiro, Diretora da FLUP, presidirá à sessão, na qual intervirão, também, José Madureira Pinto (Faculdade de Economia da U.Porto e FLUP/ISUP), na qualidade de apresentador, e Virgílio Borges Pereira (FLUP/ISUP), na qualidade de tradutor da obra. Haverá tempo, ainda, para um diálogo, via zoom, com Loïc Wacquant.
Sobre a Obra
Convite à Sociologia Reflexiva, que a U.Porto Press disponibiliza agora em língua portuguesa, era já uma ideia antiga, "acarinhada" por Pierre Bourdieu e Loïc Wacquant”, conforme relata Virgílio Borges Pereira na nota introdutória a esta obra. Contudo, foi uma nova versão francesa, publicada em 2014, “profundamente revista, alargada e atualizada” que impulsionou a concretização do “velho propósito” dos seus autores. Segundo Virgílio Borges Pereira, a tradução para português “de um dos mais influentes e originais trabalhos de Bourdieu (…) dá uma nova vida ao livro e contribui para a difusão do pensamento e da investigação dos seus autores”. Destinada, sobretudo, às novas gerações de estudantes de sociologia e de ciências sociais e humanas, trata-se de uma obra “deliberadamente construída para fomentar a reflexividade sociológica e para promover a construção original de objetos de pesquisa”.
O tradutor destaca, ainda, o registo peculiar e inovador da redação do livro: maioritariamente em diálogo, “fortemente inscrito em debates teóricos e metodológicos de grande densidade e interesse científico”.
Loïc Wacquant, que assinou o prefácio da edição portuguesa, refere-se a este livro como uma “espécie de manual e anti-manual da sociologia de Bourdieu”. Um manual na medida em que “contém uma explicação dos conceitos centrais de Bourdieu (…) e uma súmula dos seus principais projetos de investigação (…). Anti-manual porque, uma vez escrito em “forma dialógica, tenta evitar a rotinização e a redução da análise de Bourdieu a um conjunto de fórmulas decoradas e definições desidratadas”, procurando “estimular os empreendimentos de investigação, colocando os seus princípios epistemológicos e teóricos a trabalhar na produção de novos objetos empíricos”.
Sobre os autores e tradutor
Pierre Bourdieu (1930-2002) foi professor de Sociologia no Collège de France e é o autor de um grande número de clássicos da sociologia e das ciências sociais.
Loïc Wacquant é professor de Sociologia na University of California, Berkeley, e investigador no Centre de Sociologie Européenne, Paris. Vírgílio Borges Pereira é Professor Catedrático do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigador do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto. Tem vindo a especializar-se na sociologia das classes sociais e das práticas simbólico-ideológicas, dedicando uma atenção especial ao legado sociológico da obra de Pierre Bourdieu.
Fonte: U.Porto Press
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Figuras Eminentes da U.Porto
Manuela Malpique e Stephen Stoer
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Stephen Stoer e Manuela Malpique Em 2007, Manuela Malpique (1932-1999) e Stephen Stoer (1943-2005) foram as Figuras Eminentes da Universidade do Porto. Manuela Brasil Soares Malpique nasceu em Faro, em 1932.
Fixou residência no Porto depois de se licenciar em Ciências Pedagógicas pela Universidade de Coimbra (1955). Nesta cidade desenvolveu as atividades de psicoterapeuta e de professora de Educação Visual, nas quais utilizou de forma pedagógica conceitos artísticos da Pintura e da Arquitetura. Frequentou também o curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, que concluiu em 1983 com a classificação de 20 valores.
Em 1988, foi nomeada assistente convidada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Nesta Faculdade, e a partir de 1994, orientou experiências pedagógicas na disciplina de "Desenvolvimento Sócio-Emocional e Técnicas de Expressão", da licenciatura em Ciências da Educação. Fez investigação na área da Pedagogia do Imaginário, integrou o Centro de Investigação e Intervenção Educativa, ocupou cargos de gestão e doutorou-se em 1995 na área das Ciências da Educação, tendo defendido a tese intitulada a "Educação da Criança".
Esta professora criativa e rigorosa liderou, também, durante cerca de duas décadas, uma experiência de psicoterapia de grupo através da livre expressão plástica, com crianças e jovens do Centro de Saúde Mental Infantil do Porto do Hospital Magalhães Lemos. Fez formação em Oniroterapia, foi membro titular da "Société Internationale des Techniques d’Imagerie Mentale et Onirothérapie" de Paris (SITIMO) e publicou obras sobre Pedagogia e Imaginação.
Na última obra escrita, intitulada Histórias de Vida (2002, edição póstuma), composta por memórias do seu percurso de vida, reflexões sobre a análise crítica da Instituição Educativa e incursões pelo universo da fantasia, procurou contribuir para o enriquecimento da formação dos professores através da sua experiência pessoal.
Stephen Ronald Stoer nasceu em 1943, em Brighton, Inglaterra. Com 5 anos de idade foi viver com a família para a Florida. Entre 1961 e 1965 frequentou o curso de Gestão Industrial no Georgia Institute of Technology, Atlanta, Geórgia. Durante o curso participou nos movimentos de direitos civis e antiguerra do Vietname. Em 1967 alistou-se como voluntário no Corpo da Paz e em janeiro do ano seguinte desertou das Forças Armadas americanas.
De volta a Inglaterra, reassumiu a nacionalidade britânica. Trabalhou como reservation officer na Eastern Airlines, onde conheceu Marc Dusautoy, futuro diretor do Departamento de Estudos Europeus na Universidade de Paris III, Nova Sorbonne, e seu grande amigo e companheiro de viagens.
Foi a Sociologia da Educação, contudo, que marcou a sua vida profissional a partir de meados da década de setenta. Frequentou o curso Teaching English as a Foreign Language, no West London College. Graduou-se em Ciências da Educação na Universidade de Londres, obtendo o Certificate in Education (1974), bem como o o Bachelor’s Degree in Education, uma especialização em Sociologia da Educação (1975), também na Universidade de Londres.
Ainda em Inglaterra, foi militante do Partido Comunista e conheceu exilados portugueses antifascistas a residir em Londres, entre os quais Maria Cândida Maldonado Vieira, com quem casou e teve um filho. Visitou Portugal após a Revolução de abril de 1974 e fixou residência no país a partir de 1980.
Enquanto preparava o mestrado na Universidade de Londres, foi professor de História e Inglês na Escola Nova do Algarve, orientador de seminários de Sociologia na Escola do Magistério Primário de Faro e professor convidado de Sociologia da Educação na Escola Bento de Jesus Caraça, em Évora.
No final dos anos 70 concluiu, o mestrado em Sociologia da Educação, no Institute of Education da Universidade de Londres, após defesa da dissertação Ideology and Specifity of the Portuguese State. Foi research assistant da Open University UK e trabalhou ainda como professor convidado de Sociologia da Educação no Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa.
Doutorou-se em 1983 em Sociologia da Educação, com a tese intitulada The April Revolution and the contribution of Education to Changing Portuguese Realities, na Open University UK.
Em 1985, a Universidade do Minho concedeu-lhe equivalência ao grau de Doutor em Educação (especialidade em Sociologia da Educação). Entre 1983 e 1986 foi professor auxiliar convidado de Sociologia da Educação no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE-IUL).
Foi na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) que desenvolveu o trabalho de maior dimensão e impacto. No ano letivo de 1984-85 foi contratado como professor convidado do ramo Educacional, enquanto desempenhava as funções de supervisor externo da Open University (até 1993). Em 1986 tomou posse como professor auxiliar da FPCEUP, em 1987 como professor associado (de nomeação definitiva em 1992), e em 1994, como professor catedrático do Grupo de Ciências da Educação.
Nessa Faculdade foi membro do Conselho Científico (desde 1986), coordenador do Grupo de Ciências da Educação (1986-2000), membro do Conselho Pedagógico (1987-1992), presidente do Conselho Diretivo (1988-1990) e diretor do Centro de Investigação e Intervenção Educativa (até 2004).
Foi autor e coautor de várias dezenas de trabalhos escritos - livros, capítulos de livros e artigos publicados em revistas científicas; membro de sociedades e associações na sua área de especialidade e fundador e diretor de prestigiadas publicações científicas. Com Helena Costa Araújo, ganhou o Prémio de Ciências da Educação “Rui Grácio”, da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação (1994) e foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução (2005)
A sua atuação enquanto investigador, professor e responsável institucional fizeram de Stephen Stoer um grande difusor de saberes e promotor de investigação no campo da Educação em Portugal.
Sobre Manuela Malpique (up.pt) Sobre Stephen Stoer (up.pt)
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