FRANCISCO LARANJO

Na passada sexta-feira, 17 de fevereiro, durante a cerimónia de comemoração do Dia de Belas Artes, a Diretora da FBAUP, Prof.ª Lúcia Matos, evocou o nome e a importância da obra do Prof. Francisco Laranjo – artista plástico e ex-Diretor da FBAUP, precocemente falecido a 16 de novembro – e passou um pequeno documentário sobre o antigo professor da instituição.


No filme, Francisco Laranjo falava de Lamego, onde nasceu, e da paisagem duriense, onde cresceu, e de como a influência e a marca deste território haviam sido determinantes para a sua vida e obra. A água do Douro em particular, explicava Laranjo, informara a construção do seu imaginário, afirmando-se como testemunho antropológico e cultural e marca primordial da sua identidade enquanto autor e artista. A dada altura, no documentário, à paisagem duriense sobrepuseram-se desenhos de Francisco Laranjo, tornando inteligíveis as pinturas que caracterizam a obra do pintor: e, naquele momento, pude perceber, nos gestos livres que compõem os seus desenhos, a forma do rio e seus afluentes, e das arribas, e dos vales profundos, e a persistência dos socalcos.


A visita ao atelier de Francisco Laranjo, que tive recentemente oportunidade de fazer a convite do seu filho, proporcionou-me igual experiência de compreensão da obra do artista. Impressionaram-me, naturalmente, a dimensão e a quantidade de obras que naquele atelier solarengo se acumulam, mas marcou-me, sobretudo, a monumentalidade da estante onde se acotovelam livros – de história da arte, naturalmente, mas também de filosofia, sociologia, religião, os grandes clássicos da literatura mundial, e muitos (muitos) livros sobre as culturas orientais que contribuíram para a formação da visão muito própria que o artista tinha de orientalismo. E, naquele momento, pude perceber, nas manchas negras que povoam as suas obras, um discurso informado sobre as imagens que lhe haviam ficado na retina das viagens (mentais e reais) que fizera ao Japão.


Como lembra Laranjo num vídeo disponível no seu site, “compreender o essencial do pensamento de um artista implica reconhecer o espírito das formas que com ele convivem diariamente”. E também – acrescentaria eu – das referências intelectuais que o animam. E é essa a imagem que Francisco Laranjo deixou para nós: a de um homem cortês, como havia poucos, um artista plástico com renome internacional, um professor inspirador, mas, acima de tudo, um grande intelectual. Foi há tão pouco tempo que nos deixou, mas já lhe sentimos tanto a falta. 


Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Vamos celebrar Nuno Grande, a Figura Eminente da U.Porto 2022!


Amigos e familiares vão juntar-se na última sessão da homenagem ao médico e fundador do ICBAS, marcada para 23 de fevereiro, dia de aniversário de Nuno Grande.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
Nuno Grande durante uma aula no ICBAS, em 1978. (Foto: ICBAS)

Vamos Verbalizar Nuno Grande? Pela voz de um familiar, um colega ou um amigo, vamos ouvir, na primeira pessoa, histórias, episódios, memórias de quem acompanhou de perto a vida de Nuno Grande. E que melhor forma para colocar um ponto final no programa que, durante um ano, homenageou a Figura Eminente da Universidade do Porto 2022?


O ponto  de encontro será às 18h00 do próximo dia 23 de fevereiro, no Salão Nobre da Reitoria. Aberta a toda a comunidade, esta será uma oportunidade para conhecer  melhor o humanista, pensador, médico, fundador e professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). O “homem de corpo inteiro”  como gerações de médicos o consideraram.


Alexandre Alves Costa, Júlio Machado Vaz, Manuel Correia Fernandes, Alexandre Quintanilha, Mário Barbosa e Artur Santos Silva são alguns dos mais de 20 nomes que vão contribuir com os seus testemunhos (ver programa completo), cada qual acompanhado pela projeção de uma fotografia. O último será o  de Beatriz Azevedo, a neta mais velha que irá falar, precisamente, da  relação de Nuno Grande com os netos.


Nesta que é a sessão de encerramento de um longo programa dedicado à Figura Eminente da U.Porto 2022, o que motivou o relato na primeira pessoa? A comunhão de histórias?  Qual a real importância que o homenageado dava a quem o rodeava? A resposta surge na primeira pessoa…


“Não sei se algum homem conseguiu viver sem amigos. Penso que tal  facto é de tal modo inumano que não acredito que possa ter acontecido. Os amigos são a expressão da existência de cada um, projetada fora dos limites da respetiva realidade biológica. Assim, as minhas alegrias e tristezas só existem quando se refletem nas atitudes dos que as compreendem e com elas são solidários”, escrevia Nuno Grande, num texto intitulado Amigos.


“Em cada amigo, quando a amizade é autêntica e sincera, vive um pouco de nós, facto que se objetiva quando se altera a normalidade do quotidiano e se estabelece uma situação de alarme. Então, exprimindo-se das mais diversas formas, os amigos afirmam-se presentes e disponíveis, deixando-nos perceber que os nossos problemas são assumidos também por  eles, o que diminui o sofrimento e aumenta a esperança”, lê-se no mesmo documento.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
O jovem Nuno Grande (em baixo à esq.), com amigos, no inicio da década de 1940. (Foto: DR)

De Vila Real para o mundo


Nascido em Vila Real, Nuno Grande (1932-2012) veio para o Porto em 1950, para estudar na Faculdade de Medicina da  U.Porto. Formado em 1957, assumiu as funções de professor assistente de Anatomia, a convite de Hernâni Monteiro.


Em 1965, foi viver para Angola, onde assumiu o cargo de Diretor do  Laboratório de Anatomia Humana do Curso de Cirurgia Humana da Universidade de Luanda. Em África, desempenhou também o cargo de  Presidente da Direção do Centro de Estudos Médicos Experimentais do Instituto de Investigação Científica de Angola.


Nuno Grande regressou a Portugal em 1974, depois do 25 de abril,  para, juntamente com Ruy Luís Gomes e Corino de Andrade, criar o ICBAS, uma escola inspirada em Abel Salazar e na sua visão para o ensino  assente no espírito de observação e de investigação.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
Nuno Grande (à esq.) ao lado de Ruy Luís  Gomes, Corino de Andrade e dos outros membros da Comissão Instaladora do  ICBAS (1975-1981). (ICBAS)

Figura central no desenvolvimento e implementação do ICBAS e pedagogo  de referência para várias gerações de médicos portugueses, foi diretor  do Departamento de Anatomia e regente da cadeira de Anatomia Sistemática. Paralelamente, desenvolveu uma obra científica de grande repercussão internacional.


Para além do papel importante que teve como médico, docente e  investigador, Nuno Grande destacou-se ainda pelo seu envolvimento em várias causas cívicas: desde a cooperação internacional à participação política e à intervenção cultural.


Dos vários cargos de relevo que assumiu ao longo da sua vida destacam-se, entre outros, os de Pró-Reitor da Universidade do Porto  para os assuntos Sociais (1988), membro do Painel de Conselheiros do  Comité Científico da NATO (1989), Presidente da Direção da Casa-Museu Abel Salazar e a passagem pela direção da Comissão de Gestão do  Instituto Nacional de Engenharia.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
(Foto: DR)

Por ser um espírito invulgar, curioso, extrovertido e um excelente  contador de histórias, Nuno Grande sempre conquistou quem o ouvia. No texto intitulado O Diálogo, considera  que a “capacidade de permutar ideias, conceitos, valores e factos, de  forma a que se consiga, com respeito pelos diferentes, chegar a um  equilíbrio nas relações entre pessoas, é uma caraterística da democracia”. Vê o diálogo como “a atitude própria da espécie humana”.  Que pode ser mais “construtivo quanto mais humanizados forem os interlocutores”, fundamental para a “interajuda necessária à resolução dos problemas consequentes à vida em sociedade”.


Poderá ler o resto dos dois textos escritos por Nuno Grande (Amigos e O Diálogo) quem vier à sessão de encerramento da Figura Eminente da U.Porto 2022. A edição é da U.Porto Press.


Com entrada livre, o evento vai contar ainda com a atuação de dois grupos corais, o de Biomédicas e o Alumni de Biomédicas. Os discursos de abertura e de encerramento ficarão a cargo, respetivamente, do Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, e  do diretor do ICBAS, Henrique Cyrne de Carvalho. 


Fonte: Notícias U.Porto

Abrir a janela da Casa e deixar entrar música tradicional chinesa

Concerto da instrumentista e vocalista chinesa Lu Yanan, radicada em Portugal há quase 20 anos, está marcado para a noite de 25 de fevereiro. A entrada é livre.

À janela ouvindo a chuva na bananeira, Vendendo flores, Noite tranquila, Cisne, ou Flor da Yanan, são alguns dos temas do concerto que vai embalar a Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, próximo dia 25 de fevereiro, às 21h30. Ao leme O Instituto Confúcio da Universidade do Porto, em colaboração com a Casa Comum, traz até nós Lu Yanan, instrumentista e vocalista chinesa, antiga solista da Orquestra Filarmónica da China em Henan. Radicada em Portugal há quase 20 anos, Lu Yanan é uma divulgadora da tradição musical de uma civilização de extrema antiguidade, com mais de 5 000 anos de existência.

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
Lu Yanan (Foto: DR)

Captar "sensações divinas" atribuídas à natureza

Com uma população de 1 400 milhões de habitantes, integrando 56 grupos étnicos que se espalham por um território com mais de 9 milhões de km2, a música chinesa divide-se por diferentes tradições que tanto se podem distinguir por ligeiras variações como por diferenças dramáticas. A identificação de um ritmo solto, sem acordes regulares, é, no entanto, uma das características que apresenta, assim como os intervalos de silêncio que dificultam o acompanhamento do ritmo. Difere da música ocidental pela tentativa de captar "sensações divinas", atribuídas à natureza. Se nos focarmos no "tempo", este arranca geralmente de forma calma, ficando progressivamente mais intenso e voltando a desacelerar no final. É frequente que o universo da música tradicional chinesa se revista de um caráter descritivo, aludindo, por exemplo, a eventos históricos, observações da natureza ou estados de espírito.

O que vamos ouvir

Há 15 temas para descobrir, neste sábado à noite. Para além dos que foram já identificados, há outros com títulos bastante sugestivos como Barcos, uma música de estilo clássico da província de Henan que retrata o intenso brilho do sol refletido nos barcos que os pescadores observam enquanto se distanciam para descansar; Ameixa, uma obra tradicional da arte musical chinesa sobre o carácter nobre do perfume fresco deste fruto; Cisne, uma peça que retrata dois cisnes enamorados a brincar num lago e transmite a imagem do esvoaçar das aves; ou Porcelana Azul e Branca, sobre um amor antigo que vence a prova do passado e do presente, passando pelo túnel do tempo e do espaço. Denunciando que encontro nesta vida é apenas para lançar as bases para o reencontro na próxima.

Instrumentos que se misturam com a história da China

Lu Yanan é mestre de dois instrumentos. Com mais de dois mil anos de história, pipá é considerado o rei dos instrumentos de corda chineses e um dos mais antigos da China. Da família dos alaúdes, tem quatro cordas e uma escala que se prolonga generosamente do braço do instrumento para a caixa de ressonância, proporcionando a execução de efeitos expressivos.


De acordo com documentos escritos na dinastia de Qin (aproximadamente 206 a.C.), o guzheng é também um dos mais antigos instrumentos chineses. Pertence à família das cítaras, muito popular no folclore chinês do povo étnico Han (por isso, também se chama hanzheng). Apresenta uma forma oblonga em que as cordas (entre 21 e 26), presas nas extremidades da caixa de ressonância, passam por um cavalete que determina a altura da nota. Também é conhecido como o piano oriental devido à amplitude de notas, o timbre, e a poderosa expressividade que possui.


Algumas peças – particularmente de pipá – poderão surpreender pela tensão, ou até agressividade de que o discurso musical é capaz, permitindo estabelecer paralelos com a expressão musical contemporânea ocidental. Mas prepare-se também para outras ligações estéticas. Lu Yanan integra, por vezes, no programa tango ou música tradicional portuguesa. Para além da viagem por territórios sonoros longínquos, estas incursões por repertórios nacionais permitem uma surpresa renovada, à medida que vamos avaliando as qualidades sonoras dos instrumentos chineses, mas, desta feita, num contexto familiar.

Lu Yanan

Natural de Pequim, licenciou-se em Música pelo Conservatório Central de Música da Universidade de Beijing (Pequim) em 1990, onde concluiu a Pós-Graduação em 1995. Foi solista Instrumental (Pipá) da Orquestra Filarmónica da China em Henan entre os anos de 1997 e 2004. Integrou vários grupos académicos de pesquisa e desenvolvimento de novos sistemas musicais, nas cidades de Pequim e Xangai para incutir na música tradicional chinesa uma renovada vitalidade. Em 2000 foi convidada para dar vários recitais a solo ao longo de dois meses em diversas cidades da Finlândia. Na Expo Mundial de Xangai realizou um Concerto no Pavilhão de Portugal (Pavilhão da cortiça) com o flautista Rão Kyao.


O concerto tem entrada livre, sujeita à lotação da sala.


Fonte: Notícias U.Porto

Fevereiro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Todo o Abel Salazar

De 15 NOV'22 a 17 FEV'23
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

I Ciclo de Cinema Peruano na U.Porto

03, 10, 17, 24  FEV'23 | 18h30
Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Verbalizar Nuno Grande | Cerimónia de Encerramento da Figura Eminente 2022

23 FEV'23 | 18h00
Figura Eminente U.Porto, conversa | Salão Nobre da Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Pascoaes POESIA I | Apresentação de livro

24 FEV'23 | 21h30
Apresentação de Livro  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Janela sobre a China | Concerto

25 FEV'23 | 21h30
Música  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

Até SET'23
Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - Luz

De 11 FEV a 29 JUL'23
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

Cota 1,20 | Exposição

Até 26 FEV'23

Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto

Entrada Livre. Mais informações aqui


CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

U.Porto Press promove apresentação pública de Muitas Espécies, uma só Medicina Veterinária

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

É já no próximo dia 22 de fevereiro, pelas 18h00, que a Biblioteca do complexo ICBAS/FFUP (à Rua Jorge Viterbo Ferreira, 228/Porto) acolherá o lançamento do livro Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária, da autoria de Paulo Martins da Costa, docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), licenciado em Medicina Veterinária e doutorado em Ciências Biomédicas.


Esta obra – a quarta da coleção Estudos e Ensino da Editora da Universidade do Porto – propõe uma reflexão sobre a missão dos médicos veterinários e sobre a  evolução da profissão e do relacionamento dos humanos com os animais.


A apresentação do livro ficará a cargo de Manuel Vilanova, Subdiretor do ICBAS, Professor Catedrático e investigador da mesma instituição.


A entrada é livre.

Sobre a Obra

Para Paulo Martins da Costa, este livro é “um ensaio sobre a missão  [dos médicos veterinários] ou, dito de outra forma, sobre os motivos que  levam os veterinários a fazer aquilo que fazem”.


Segundo o autor, a profissão é complexa, estando “no centro de um  círculo de animais importantes para o homem”. Estes animais inserem-se  em vários quadrantes, sendo-lhes atribuídas diferentes “significações  humanas” – domésticos, selvagens, de experimentação, de exibição, de  desporto, pragas, vetores de doenças, adoráveis, simbólicos, imponentes,  perigo­sos, fiéis…

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
MUITAS ESPÉCIES, UMA SÓ MEDICINA VETERINÁRIA é o quarto título da  coleção Estudos e Ensino, da U.Porto Press. (Foto: U.Porto Press)

Contudo, “os ‘animais’ são isso mesmo: animais (…), seres vivos com  diferentes graus de senciência, que respiram oxigénio e se reproduzem”.  E, então, Paulo Martins da Costa questiona: “Até que ponto consegue a  medicina veterinária manter-se equidistante entre a dimensão biológica  inerente a cada animal e o valor social, económico, cultural, sanitário e  afetivo que os humanos lhe atribuem?”.


O leitor não encontrará uma resposta direta a esta questão, mas antes  considerações do autor em torno de factos, como o de os animais não  serem seres autónomos, de a medicina veterinária ser, em si, uma  atividade económica, ou de a vida nas cidades proporcionar, por um lado, conforto e dinamismo, mas, por outro, isolar da natureza, levando a  formas de convivência mais baseadas no interesse.


Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária está disponível na loja online da U.Porto Press.

Sobre o Autor

Paulo Martins da Costa (Lisboa, 1968) é licenciado em Medicina Veterinária (Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa,  1994) e doutorado em Ciên­cias Biomédicas (Instituto de Ciências  Biomédicas Abel Salazar/Universidade do Porto, 2006).


Antes de iniciar a sua atividade académica, dedicou-se à clínica e cirurgia de espécies pecuárias e animais de companhia e foi inspetor  sanitário, diretor técnico de uma empresa avícola e empresário. Esteve, também, associado a diversas iniciativas de desenvolvimento rural.


O livro Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária foi a  sua primeira incursão no mundo da escrita de comunicação de ciência. A  sua atividade científica reparte-se entre o ensino (tecnologia e  segurança alimentar) e a investigação das resistências bacterianas aos  antibióticos. 


Fonte: U.Porto Press

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

45. O Livro, João Habitualmente 

“O Livro”, de João Habitualmente, in Estátuas na Praça, Edições Apuro, setembro de 2022

l6. Paula Melo e Natália Teixeira 

Paula Melo e Natália Teixeira são as nossas convidadas neste episódio do “U.Porto Generation GAP”,  mãe e filha, ambas alumni da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Paula Melo nasceu em Coimbra e licenciou-se em Biologia pela FCUP em 1990. Ainda no 4.º ano do curso foi monitora no Departamento de Botânica  na mesma Faculdade, e um ano mais tarde, assistente. Em 2003 fez o  doutoramento em Biologia, passando a professora auxiliar no Departamento  de Biologia (após a fusão do Departamento de Botânica com o de  Zoologia). É diretora do mestrado em Biologia Funcional e Biotecnologia  de Plantas, regente de várias unidades curriculares de licenciatura na  área da fisiologia vegetal e é também responsável pelo grupo de investigação Plant Productivity, do Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável – GreenUPorto. A filha, Natália, licenciou-se em Bioquímica em 2020 e concluiu o  mestrado em Aplicações em Biotecnologia e Biologia Sintética em 2022 na  mesma instituição. Entusiasta pela inovação na saúde é, atualmente,  cientista convidada no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde  (i3S) da Universidade do Porto, onde se encontra a desenvolver  competências no ramo da nanomedicina. A sua curiosidade persistente e  gosto por viajar faz com que tenha como objetivo adquirir cada vez mais  conhecimento noutros pontos do planeta, sempre que as circunstâncias  assim o permitirem, sem nunca deixar totalmente para trás o cantinho a  que chama sua casa, no Porto.


Mais podcasts AQUI


Figuras Eminentes da U.Porto

Aníbal Cunha

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon
Aníbal Cunha

Em 2012 a Universidade do Porto escolheu o farmacêutico, pedagogo e militar Aníbal Cunha (1868-1931) para a sua Figura Eminente, destacando o seu relevante papel na história desta instituição e do ensino da Farmácia em Portugal.


Estas comemorações constaram de uma exposição, comissariada pelo professor Carlos Afonso e exibida no átrio de Química do edifício histórico da Universidade do Porto, de um ciclo de conferências e de várias atividades desenvolvidas pelos estudantes desta Universidade.  


Aníbal Augusto Cardoso Fernandes Leite da Cunha, filho de António Cardoso Leite da Cunha e de D. Quitéria Augusta Fernandes Cunha, nasceu na freguesia portuense da Vitória, a 8 de setembro de 1868.


No Porto fez o curso dos liceus e cedo se notabilizou pela sua intervenção cívica. Militar desde 1888 (assentou praça como voluntário no Regimento de Infantaria 18), participou na Revolta de 31 de Janeiro de 1891, facto que o conduziria ao exílio. Em Espanha, foi um dos subscritores do Manifesto dos Emigrados da Revolução Republicana Portuguesa de 31 de Janeiro de 1891, editado em Madrid a 12 de abril desse ano. No Brasil, onde também esteve exilado, exerceu o magistério. Regressou a Portugal após amnistia, a 6 de junho de 1893, e casou com Laura Vieira d’Andrade.


Quanto à sua vida militar, em 1910 foi reintegrado no exército, tendo mais tarde, em 1921, sido promovido a Major Farmacêutico e em 1930 colocado na situação de reserva.


No que respeita à sua vida académica, frequentou a Escola de Farmácia anexa à Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Foi bom aluno, sendo-lhe conferido um 2.º accessit na 2.ª cadeira (21 de julho de 1903) e prémios na 3.ª e 4.ª cadeiras (ano de 1903-1904). E dedicado, recebendo um voto de louvor e agradecimento na Sessão do Conselho Escolar de 7 de outubro de 1903, por se ter disposto "a organizar o laboratório de química e farmacotecnia afincadamente com verdadeira devoção digna de maior aplauso, durante as férias de setembro". Diplomou-se em 1904 com a classificação de Muito Bom (19 valores), e a 27 de julho de 1922 o Conselho Escolar conferiu-lhe o grau de doutor em Farmácia.


A 3 de outubro de 1905 tomou posse do lugar de preparador da Escola de Farmácia. Em 1911, ano da fundação da Universidade do Porto e da subsequente anexação da Escola de Farmácia pela Faculdade de Medicina, foi promovido a 1.º assistente. A 17 de abril de 1915 foi empossado no cargo de professor extraordinário da mesma Escola. Foi proposto para vaga aberta no quadro dos professores ordinários, pela transferência para a Escola de Lisboa de Eduardo Pimenta, em sessão do Conselho Escolar de 15 de abril de 1918; e pelo decreto de 29 de maio de 1925 foi reconduzido no cargo, no qual se manteve até 20 de abril de 1929.


Em 1919 (7 de março) tomou posse como diretor interino da Escola Superior de Farmácia e como diretor efetivo em novembro desse ano, sendo reconduzido nas mesmas funções a 8 de junho de 1925. O seu contributo para a edificação das instalações da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto foi decisivo.


Aníbal Cunha é considerado um dos principais obreiros da afirmação do ensino farmacêutico em Portugal, muito tendo contribuído para converter a Escola de Farmácia  na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, em 1921.


Publicou diversos trabalhos científicos, como As Lecitinas, Os granulados farmacêuticos, O extracto indirecto dos vinhos e A balança aerotérmica munida de nônio, na revista "Química e Farmacêutica".


Integrou associações científicas e foi condecorado com a medalha de prata de classe de comportamento exemplar, medalha de bronze comemorativa da Revolta do 31 de Janeiro e medalha de ouro de comportamento exemplar. Foi, ainda, distinguido, com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e o título de Comendador da Ordem Militar de Avis.


Faleceu na sua casa em S. Mamede de Infesta, Matosinhos, a 26 de março de 1931, vitimado por uma uremia.


Deixou 3 filhos - Arabela, Virgílio e Reinaldo Andrade da Cunha.


Na cidade do Porto deu nome a uma artéria onde esteve instalado o edifício histórico da Faculdade de Farmácia (anteriormente denominada rua da Carvalhosa); à Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Aníbal Cunha e a uma residência feminina dos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto – Residência Aníbal Cunha.      


Sobre Aníbal Cunha (up.pt)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

Copyright © *2020* *Casa Comum*, All rights reserved.
Os dados fornecidos serão utilizados apenas pela Unidade de Cultura da Universidade do Porto para o envio da newsletter da Casa Comum, bem como para divulgação futura de iniciativas culturais. Se pretender cancelar a recepção das nossas comunicações, poderá fazê-lo a qualquer momento para o e-mail cultura@reit.up.pt, ou clicar em Remover. Após o que o seu contacto será prontamente eliminado da nossa base de dados.
Quaisquer questões sobre Proteção de Dados poderão ser endereçadas a dpo@reit.up.pt.