A Joana licenciou-se inicialmente em Arquitetura e Engenharia Naval e, mais tarde, já na FADEUP, em Ciências do Desporto. Atualmente, é estudante do mestrado em Treino Desportivo. O que a motivou a escolher o Desporto como área de formação, tendo também em conta a sua primeira licenciatura? Como é que se dá esta ligação entre duas áreas tão diferentes? Foram dois caminhos muito diferentes, que acabaram por se interligar. Desde que me lembro, que sou apaixonada por Desporto e lembro-me que, durante a infância, estava sempre a pedir aos meus pais para experimentar quase todos as modalidades que havia na minha zona. Quando terminei o secundário, tinha jeito para a física e matemática e, simultaneamente, praticava remo. Por isso, engenharia naval pareceu-me, na altura, uma escolha certa para mim. Contudo, o tempo foi passando e percebi que não era feliz no curso que estava a frequentar, e que queria mesmo que a minha profissão estivesse ligada ao Desporto, que este não fosse apenas uma atividade nos meus tempos livres. Talvez, pelo meu historial em engenharia, tenha o meu pensamento moldado para abordar os problemas de forma lógica e precisa, algo que também é necessário quando procuramos atingir alto rendimento desportivo. Sinto que, para mim, é aí que as duas áreas se podem conectar. E por que escolheu a FADEUP para a formação na área do Desporto?
Sabia que a FADEUP era uma faculdade de referência a nível nacional e internacional nesta área, e, por isso, foi a minha única opção quando realizei a candidatura. Quais são, na sua opinião, os pontos que mais se destacam na formação da Faculdade? Penso que a acessibilidade dos professores é muito diferente relativamente à instituição que frequentei anteriormente. Foi algo que me surpreendeu quando entrei para a Faculdade. Penso que os professores são extremamente empáticos e estão disponíveis para nos ajudar e fazer-nos crescer como profissionais. Do que mais gosta na Faculdade? Penso que o que gosto mais é aprender acerca dos temas que mais gosto, e perceber as suas aplicações práticas. Falemos de perspetivas profissionais. O que gostava de fazer profissionalmente e porquê? Li no seu perfil no LinkedIn que um dos seus interesses passa por aliar o mundo da engenharia ao do Desporto… Sim, acho que, nos dias de hoje, com o aparecimento das novas tecnologias, a ligação entre o Desporto e a engenharia é inevitável. Vemos hoje, cada vez mais, competições a serem disputadas ao milímetro, e são pequenos pormenores que, no final, fazem a diferença entre ganhar e perder. Penso que a interligação das duas áreas será fundamental para se atingir os melhores resultados, e gostava de fazer parte dessa mudança. Em 2024, foi uma das estudantes FADEUP distinguidas no IJUP | Encontro de Investigação Jovem da Universidade do Porto, cujo prazo de submissão de trabalhos para a edição 2025 está a decorrer até 2 de março. O que a motivou a participar no IJUP, e como foi a experiência de ser distinguida? Participei no IJUP desde o meu segundo ano da licenciatura, por influência de colegas estudantes de mestrado e de doutoramento. Foi muito bom ver a minha evolução neste encontro e, ao fim de três anos, ver o meu trabalho ser distinguido deixou-me muito feliz. Que conselhos daria a um estudante que está a considerar participar no IJUP25? Que impacto acha que este evento pode ter na sua formação e carreira? Penso que um bom conselho seria procurar a ajuda de estudantes mais velhos ou professores, que os possam ajudar no que toca ao tópico da sua pesquisa. Considero que, quando chegamos à faculdade, não estamos muito preparados para esta parte mais académica e científica relacionada com o mundo da investigação, e o IJUP pode ser uma porta para esse mundo. Duas das suas paixões são o ciclismo e o remo, modalidades que pratica e nas quais acumula bons resultados, como alguns títulos nacionais, além de experiência enquanto treinadora. Portanto, temos uma Joana estudante, investigadora, atleta e treinadora… Como é que consegue conciliar todas estas vertentes? Por vezes é um pouco caótico… Tento gerir tudo o melhor possível e conciliar os meus horários dos treinos com aquilo que tenho de fazer para a faculdade. De momento, pratico apenas ciclismo, que acumulo com as minhas funções de estudante/investigadora e treinadora. Penso que, de certa forma, a minha experiência como atleta e treinadora me ajuda nos meus estudos, pois muitas vezes consigo sentir, no contexto prático, as questões que coloco. Ao mesmo tempo, a minha formação na faculdade também me ajudou como atleta, pois compreendo a importância do descanso, da alimentação, do cumprimento da intensidade de treino, e tudo isso permite-me treinar e estudar de forma eficaz. Já é estudante FADEUP há alguns anos e certamente criou boas memórias. Há algum momento deste período que recorde especialmente? Penso que os primeiros dois anos, apesar de muito cansativos devido às aulas de estudos práticos, me trazem excelentes memórias, que irei para sempre recordar. Qual é a sua maior realização até hoje? Sinto-me realizada com aquilo que aprendi nos últimos 4 anos na faculdade. Quando entrei, tinha muitas questões acerca de coisas que já tinha visto a serem feitas à minha volta enquanto atleta e queria conseguir compreendê-las. Neste momento, apesar de continuar com muitas questões, sinto que outras foram já respondidas e começo e utilizar esses conhecimentos enquanto treinadora. Saber o porquê de fazermos as coisas de uma determinada forma, saber transmitir isso aos atletas e ver os resultados surgirem é algo extremamente gratificante para mim. Como ocupa os seus tempos livres? Normalmente, os meus tempos livres são dedicados aos treinos, mas, normalmente, para descansar entre períodos de treino e de estudo, gosto de ver séries ou filmes, ou ler um livro. O que espera do futuro? Espero continuar a estudar e a aprender, gostaria muito de continuar os meus estudos e seguir para doutoramento. |