Juan Pablo Guzmán


Tem 46 anos, nacionalidade chilena e uruguaia, e reside em Linares, no Chile. 


Profissionalmente, é psicólogo. É docente na Universidad Autónoma de Chile. 


"É realmente notável que um país pequeno como Portugal tenha uma

 universidade e uma faculdade entre as melhores do mundo no domínio das

 Ciências do Desporto.", Juan Palblo Guzmán

O Juan foi estudante de doutoramento na FADEUP. Quer falar-nos sobre o seu percurso profissional? O que tem feito?

Primeiro que tudo, gostaria de agradecer por se lembrarem de mim para esta entrevista. Tenho as melhores recordações da FADEUP, assim como do Porto e, claro, de Portugal. Desfrutei muito do tempo que aí vivi com a minha esposa.

Relativamente ao meu percurso profissional, quando estava a tirar a licenciatura em Psicologia, tive a oportunidade de ser assistente na disciplina de Psicologia da Comunicação, e aí percebi que gostava de ensinar. Depois de estudar e trabalhar durante um período em Espanha, terminei um mestrado em Psicologia da Actividade Física e do Desporto e, pouco tempo depois de regressar ao Chile, comecei a trabalhar como académico numa universidade, literalmente no fim do mundo, em Punta Arenas, em frente ao estreito de Magalhães. Era uma universidade bastante recente, na qual havia muito espaço para fazer coisas. Aí, com o meu chefe, trabalhávamos muito bem em equipa e pude aprender sobre gestão, docência e um pouco de investigação.

Após dois anos em Punta Arenas, regressei com a minha esposa a Talca, na zona central do Chile (onde actualmente trabalho). Em Talca, estive dois anos com a minha esposa, nesse período a trabalhar em duas universidades, a dar aulas sobre temas de Psicologia Geral, competências interpessoais, disciplinas de trabalho em equipa, liderança, autogestão, entre outros. Foi nesse contexto que surgiu o convite para me candidatar ao doutoramento na FADEUP, por parte da Alicia Romero, que foi a minha co-orientadora da tese de doutoramento e que conhecia o Professor António Fonseca.

Candidatei-me, então, ao doutoramento na FADEUP. Felizmente, fui aceite e fomos viver para Portugal no final de 2013. Estivemos aí desde o final de 2013 até ao final de 2014. Tínhamos a intenção de ficar os três anos, mas não consegui a bolsa de doutoramento. Por uma questão de custos, decidimos regressar ao Chile, e continuei a fazer o doutoramento a tempo parcial. Trabalhava parte da semana e, no tempo que me restava, dedicava-me à tese de doutoramento.

Estivemos assim de 2015 até 2019. Nessa altura, estava a trabalhar um pouco mais a meio tempo, continuava na universidade a dar aulas, e ainda fazia alguns trabalhos paralelos em organizações, na área da Psicologia Organizacional. Em 2020, com a chegada da pandemia, defendi a minha tese. De facto, creio que fui o primeiro estudante da FADEUP a fazer a defesa da tese em formato virtual, por Zoom.

Depois da obtenção do título de doutoramento, continuei a trabalhar na mesma universidade entre 2020 e 2022 e, após esse ano, trabalhei como freelancer em diferentes universidades e também numa organização financeira, na área da Psicologia Laboral. No final de 2023, surgiu uma oportunidade de trabalho mais estável, com início em Março de 2024, e é onde estou actualmente: na Universidade Autónoma do Chile.

Actualmente, dou aulas no mestrado nesta universidade, pós-graduação noutras universidades, e ainda realizo alguns trabalhos pontuais numa empresa no âmbito dos recursos humanos.

 

A sua formação superior de base é em psicologia, especializando-se posteriormente na área da psicologia do Desporto. Porquê a ligação ao Desporto? Quando percebeu que era esse o caminho a seguir?

Venho de uma família de psicólogos. Tanto o meu pai como a minha mãe são psicólogos. Na verdade, tenho também uma cunhada e um cunhado que são psicólogos, embora sejam um pouco mais jovens do que eu. Cresci, por isso, a ver e a respirar psicologia, por assim dizer. Sempre achei muito interessante o trabalho dos meus pais. A minha mãe é uma psicóloga clínica, muito apaixonada pelo que faz. O meu pai também, embora com uma orientação mais voltada para a psicologia social e comunitária. Portanto, foi sempre algo muito presente e familiar para mim — estava na cultura da família, no vocabulário, no ambiente em que cresci.

Nunca gostei muito da escola, mas sempre gostei de aprender e de ler. As aulas, no entanto, aborreciam-me, e nunca me consegui enquadrar no formato tradicional, com turmas de quarenta e tal estudantes. Nunca funcionei muito bem nesse tipo de grupo. Em contraste, quando cheguei à universidade, tive liberdade para ler o que queria e estudar com mais foco nos meus próprios interesses. Isso mudou completamente a minha disposição e também o meu desempenho académico.

Escolhi psicologia, além do que referi anteriormente, porque era um curso bastante eclético, holístico, por assim dizer — ou seja, integrava saberes de diferentes âmbitos. Como gosto das ciências sociais (a filosofia, a epistemologia, a antropologia, a sociologia, entre outras), e também de certos elementos das ciências naturais (como a biologia e a estatística), a psicologia pareceu-me uma área que reunia tudo isso de forma integrada.

Ao mesmo tempo, sempre fui activo fisicamente — em criança, em adolescente e também na vida adulta. Quando era mais novo, gostava muito de jogar futebol. Na adolescência, pratiquei artes marciais, ténis e continuei com o futebol, embora de forma amadora, mas em contexto de competição. Já na fase de adulto jovem, passei por uma fase em que jogava padel e futebol de 6 e 7 jogadores.

Quando me aproximava do final da licenciatura, ainda com o curso a decorrer, fiz um estágio precisamente na área da psicologia e do Desporto. A psicologia e o Desporto pareciam-me duas áreas que podia conciliar, e que sempre achei muito interessantes. Nesse estágio, trabalhei numa zona de Santiago com um contexto bastante vulnerável, onde havia narcotráfico. Foi através da Fundação Asciende que conheci Alicia Romero. A fundação tinha um projecto que procurava desenvolver competências em jovens, oriundos de contextos e famílias vulneráveis, através da prática desportiva. Por isso, encaixava perfeitamente com a lógica da psicologia e do Desporto.

Tinham uma metodologia interessante, sobretudo no que dizia respeito à transferência de competências — ou seja, aquilo que os jovens adquiriam através do ténis, que era o Desporto que praticavam. Esse modelo chamou-me a atenção e levou-me a começar a formular questões de investigação. Comecei, então, uma pós-graduação em Psicologia e Desporto, no âmbito do Master Case, em Espanha, como referi anteriormente.

No final, a psicologia e o Desporto revelaram-se um caminho que conciliava muitos dos meus interesses. Orientei-me mais para a psicologia como académico e investigador, embora também goste do trabalho com atletas. Ainda assim, creio que me identifico mais com o lado académico e da investigação. Sempre que possível, atendo algum atleta, porque acredito que isso enriquece a prática académica e contribui para gerar questões mais interessantes quando se faz investigação.

 

Quais foram os aspetos da formação na FADEUP que mais influenciaram a sua carreira?

Em relação à pergunta sobre que aspectos da FADEUP influenciaram a minha formação académica e profissional, quero começar por destacar um tema muito macro — a experiência que tivemos em Portugal, eu e a minha esposa. Chegámos com um nível de português básico, aprendemos a língua já em idade adulta e, apesar disso, em todos os lugares onde vivemos encontrámos pessoas dispostas a entender-nos, a falar connosco, a explicar-nos, a orientar-nos. Agradeço muito essa abertura por parte de um país com pessoas amáveis, cultas em geral, com bastante educação cívica. A Universidade do Porto insere-se nesse contexto, o que nem sempre acontece noutros países ou locais onde se possa ter a oportunidade de estudar ou viver.

Dito isto, a mesma qualidade humana e sentido cívico também os observei na FADEUP. Os professores com quem tive aulas — recordo-me, por exemplo, do Professor Bento, do Professor Amândio Graça, do Professor António Fonseca, do Professor Maia — são todos profissionais de referência nas suas áreas. Mas, para além disso, são pessoas amáveis e acessíveis, apesar do elevado destaque académico que têm. Se estas são as lideranças da Faculdade, então é natural que se gere um clima de excelência, não só em termos profissionais, mas também em termos de respeito e de bom trato humano. Pelo menos, essa foi a minha experiência.

Para complementar o que referi, lembro-me que, quando entrei no Programa Doutoral da FADEUP em Ciências do Desporto, a Universidade do Porto estava entre as 100 melhores do mundo. E a Faculdade de Desporto, especificamente, encontrava-se entre as melhores faculdades de Desporto a nível mundial. Isto é algo que, por vezes, pode ser dado como garantido, mas não é — é extremamente difícil alcançar esse reconhecimento. Estamos a falar em competir com países como os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Alemanha — todos com um Produto Interno Bruto elevado e com muitos mais recursos.

Portanto, ver a FADEUP nesta elite mundial diz muito sobre o perfil dos seus professores: profissionais altamente qualificados e destacados, muitos deles com grande capacidade relacional e sentido humano. São exigentes, sim, mas fazem-no de forma cordial e respeitosa. E essa exigência é positiva. Se queremos formar grandes profissionais, é preciso exigir. Se se exige pouco a um estudante de licenciatura, mestrado ou doutoramento, é porque se espera pouco dele. Os professores que tive eram exigentes, mas sempre o fizeram de forma construtiva. Isso criou, a meu ver, uma cultura de exigência aliada ao bom trato — e isso, também, pode transformar-se numa inspiração.

Seguindo essa mesma linha, muitos dos professores com quem tive contacto mais próximo — como referi no início da entrevista — eram pessoas altamente destacadas, acessíveis, amáveis e, simultaneamente, muito exigentes no plano académico e profissional. E isso estabelece um padrão. Para quem foi estudante, e provavelmente também para os estudantes actuais, é algo inspirador. Leva-nos a pensar, até a sonhar: se eu trabalhar bem, por que não poderei estar ali? Por que não poderei ir mais além? E isso foi algo que a FADEUP também reforçou em mim.

Como mencionei anteriormente, o Professor António Fonseca é uma pessoa de perfil discreto, bastante modesta, mas é uma referência mundial em Psicologia do Desporto. O Professor Maia, sem dúvida, é uma referência mundial na sua área. E muitos outros professores da FADEUP também o são. De certo modo, fazem muito com poucos recursos. Tal como referi, quando comparados com países mais ricos, os recursos são limitados, mas mesmo assim conseguem gerar redes internacionais, captar financiamento para investigação de ponta, e preocupam-se com temas verdadeiramente relevantes — não investigam apenas por investigar. Estão sempre a inovar, o que exige muito trabalho, engenho e criatividade. Exige também esta capacidade de pensar fora da caixa.

É realmente notável que um país pequeno como Portugal tenha uma universidade e uma faculdade entre as melhores do mundo no domínio das Ciências do Desporto. Para mim, isso tem sido uma inspiração.

Por fim, gostaria ainda de destacar aspectos mais simples, mas igualmente importantes. Recordo-me de ver nas paredes da Faculdade citações, quadros com frases e imagens que incentivavam a prática do Desporto — não apenas como forma de manter a saúde, mas como uma verdadeira filosofia de vida. A própria existência de uma infraestrutura adequada, que permite aos estudantes e professores praticarem actividade física ou Desporto, também me marcou. Eu próprio o fiz enquanto estive aí — usei a pista de atletismo, a piscina… Para mim, isso representa um padrão de qualidade. Pode ser um padrão elevado, difícil de alcançar, mas mesmo que não o consigamos atingir, o simples facto de o perseguirmos torna-nos melhores — como quem corre atrás do horizonte, sabendo que a linha se vai sempre movendo.

 

Enquanto académico, que conclusões mais relevantes retirou das suas investigações e como elas se aplicam na prática com atletas?

Em relação às perguntas sobre as conclusões que tirei com as investigações em que participei, gostaria de começar por comentar que tenho trabalhado principalmente em dois grandes temas: a força mental e o mindfulness (atenção plena).

A força mental foi o tema da minha tese doutoral e os trabalhos que estou agora a publicar são parte dessa investigação, havendo outros que estamos a desenvolver a partir de questões que surgiram a partir dessa base. O que posso destacar de interessante nesta área? Primeiro, descobrimos que havia uma série de problemas na definição da força mental. Ou seja, assumia-se que só se era mentalmente forte se fôssemos os melhores, se ganhássemos a todos. E essa definição não faz sentido. Por exemplo, se tu ou eu jogarmos contra Alcaraz ou Djokovic, vamos perder, mesmo que sejamos bons no ténis, mesmo que sejamos mentalmente muito fortes. A razão é a diferença de nível. O mesmo se aplica a um jogo de futebol com Cristiano Ronaldo: ele vai ganhar-nos todas as vezes, apesar de eu poder ser bom no futebol, mas a nível amador. Não há comparação. Então, ser mentalmente forte não está relacionado com ser o melhor, mas sim com a forma como damos o melhor de nós em circunstâncias adversas, mas também em situações favoráveis.

Por exemplo, num jogo, mesmo que estejamos a perder, a força mental está em continuar a jogar bem. Se conseguimos empatar ou reverter o resultado, isso é outra história, mas o importante é continuar a dar o melhor de nós nas adversidades. Em circunstâncias favoráveis, por exemplo, num jogo em que já estamos a ganhar 2-0, a força mental é aproveitar as oportunidades, continuar concentrado e "liquidar" o jogo, marcando mais golos, mantendo o foco e não abrandando. Isto permite ao treinador fazer substituições e pensar já no próximo jogo. Esta é uma forma de demonstrar a força mental.

No contexto académico, por exemplo, a força mental pode ser comparada com a resiliência de um estudante que, no dia anterior ou dois dias antes do teste, estuda para passar com o mínimo. Em Portugal, com a escala de 1 a 20, um estudante que tenha aprovado com 10, é justo, mas não significa que tenha feito bem. Ao contrário, a força mental é representada por um estudante que, ao saber que tem um exame difícil, se prepara bem desde o primeiro dia e, ao fazer o exame, obtém uma boa nota — 17, 18, 19 ou 20 — porque se preparou adequadamente. Não é necessário ser o melhor, pode haver outros estudantes com melhores notas, mas o que importa é a preparação e a performance conseguida. O que propusemos na nossa investigação foi que a força mental não podia ser definida em termos absolutos como ser o melhor, e que o desempenho não deveria fazer parte da definição de força mental. Poderia ser uma variável relacionada, mas não deveria ser a essência do conceito. A definição de força mental deveria ser relativa, baseada em dar o melhor de si mesmo em qualquer circunstância, não só nas adversidades.

Outro ponto importante que investigámos foi a natureza da força mental. Será que ela é algo único ou envolve vários elementos? Ou seja, será que a força mental é composta por vários fatores, como confiança, constância, entre outros, ou é apenas um único fator? As definições tendiam a apontar para que a força mental envolvia vários componentes, mas as tentativas de sistematizar e avaliá-la com instrumentos de autorrelato mostravam-se problemáticas, com modelos que não se ajustavam bem. Embora se propusessem instrumentos mais simples, que apresentavam um melhor ajuste, a definição da força mental indicava algo mais complexo e com vários fatores envolvidos.

Uma das descobertas da minha investigação, que concluímos no final do ano passado, é que a força mental é, de facto, composta por vários elementos. Além disso, é possível abordá-la com instrumentos de autorrelato breves, desde que sejam bem construídos para que os modelos tenham um bom ajuste. Esta descoberta parece ser um avanço interessante na área.

Por último, também nos questionámos se a força mental seria mais um estado ou um traço. Ou seja, será que nos sentimos mentalmente fortes num dado momento, mas não noutro, ou será algo estável, especialmente no contexto desportivo? Avaliámos isso numa equipa de rugby e acompanhámos os jogadores ao longo de seis meses. Verificámos que, ao longo desse período, não houve grandes mudanças nos níveis de força mental dos jogadores, o que sugere que a força mental é mais um traço do que um estado.

Outra investigação interessante em que trabalhei, com dois colegas, foi sobre o mindfulness (atenção plena). A nossa questão era se havia diferenças significativas em variáveis psicológicas e de desempenho desportivo entre atletas treinados com técnicas de mindfulness e atletas treinados com técnicas cognitivas e comportamentais tradicionais. Descobrimos que, de facto, havia diferenças significativas. Treinámos um grupo de corredores profissionais de fundo e meio fundo, com um total de 20 atletas. A metade do grupo foi treinada com técnicas cognitivas e comportamentais tradicionais, enquanto a outra metade foi treinada com técnicas de mindfulness. O período de treino foi de cerca de seis meses. Ao final do período, avaliámos o processo e encontrámos diferenças importantes, tanto nas variáveis psicológicas, incluindo algumas subescalas de mindfulness, como a atitude de principiante ou o não julgar, como nas variáveis de desempenho. Por exemplo, os corredores treinados com mindfulness demonstraram melhorias significativas na sua velocidade durante os treinos. Concluímos, portanto, que, pelo menos na experiência que desenvolvemos, há diferenças reais no treino com mindfulness em comparação com as técnicas tradicionais cognitivas e comportamentais.

 

Que tendências vê no futuro da investigação em Psicologia do Desporto?

Em relação às tendências futuras na investigação em psicologia do Desporto, algumas ideias que me ocorrem seriam, por exemplo, que se vai aplicar mais a neurociência ao Desporto. Ou seja, que haja maior integração de técnicas de neuroimagem, como o neurofeedback ou o biofeedback, que permitam perceber como o cérebro, e o sistema nervoso em geral, respondem ao treino, à competição e a diferentes situações que possam representar um desafio.

Na mesma linha, acredito que se vai recorrer cada vez mais à tecnologia e a técnicas mais sofisticadas de análise de dados, como a inteligência artificial ou o chamado Big Data, para permitir monitorizar estados psicológicos em tempo real. Por exemplo, numa final da Liga dos Campeões, se pensarmos no futebol, e virmos que um jogador importante está sobreativado e acabou de ver um cartão amarelo, esse seria o momento ideal para uma intervenção, reduzindo o seu nível de ansiedade. Isto permitiria intervenções mais personalizadas, precisas e, sobretudo, oportunas.

Provavelmente, a psicologia do Desporto também evoluirá para uma abordagem centrada no bem-estar integral, considerando a saúde mental dos atletas, com modelos de treino que abordem a pessoa como um todo, onde se cruzam a psicologia do rendimento e a psicologia da saúde.

Se pensarmos em eventos traumáticos que exigiram grandes recursos de adaptação por parte dos atletas, como a pandemia da COVID-19, nesse período desenvolveu-se bastante investigação sobre como situações deste tipo impactavam na motivação, na ansiedade competitiva ou na resiliência dos atletas. E, naturalmente, não é o mesmo um atleta que treina sabendo que vai competir, comparado com alguém que enfrenta a incerteza sobre se o campeonato será cancelado — como efetivamente aconteceu em várias ligas pelo mundo. Como trabalhar essa incerteza? Como motivar o atleta quando não há garantias sobre o calendário? Como fortalecê-lo emocionalmente para enfrentar momentos difíceis? Como gerir a ansiedade que situações como estas podem gerar?

Creio também que seria relevante desenvolver uma linha de investigação relacionada com diversidade e inclusão. Por exemplo, estudar atletas com outras características culturais, sociais ou biológicas, saindo do contexto habitual da Europa Ocidental, Estados Unidos ou Canadá, e voltando o olhar para a Ásia, África ou América Latina. Estes contextos culturais diferentes são importantes para compreender como a cultura influencia a prática desportiva. Isto aplica-se também a diferentes faixas etárias: o Desporto juvenil ou o Desporto na terceira idade continuam sub-representados. A questão do género também levanta novos desafios — por exemplo, quando um homem trans compete em modalidades onde a força física tem um papel determinante, como artes marciais ou boxe. Este tipo de situação requer novas linhas de investigação e reflexão no âmbito da inclusão e diversidade.

Ainda dentro desta lógica, considero importante promover uma abordagem interdisciplinar, ou idealmente transdisciplinar, em que a investigação não se foque apenas nas variáveis psicológicas, mas também em aspetos da biomecânica, nutrição, fisiologia ou sociologia. Isto, aliado ao alargamento do olhar para diferentes culturas e contextos, permitirá desenvolver intervenções e treinos mais holísticos.

Outra tendência relevante seria dedicar mais atenção à prática do Desporto, da atividade física e do exercício na população em geral. Ou seja, sair do foco exclusivo sobre atletas de elite — que, embora mais mediáticos e atrativos para as revistas científicas, não representam a maioria. Se uma investigação for feita com jogadores da Premier League ou da Liga dos Campeões, é mais provável que o artigo seja aceite. Mas esta lógica de impacto científico não deve condicionar por completo os temas da investigação. Também seria necessário que as revistas científicas e os seus editores promovessem estudos sobre atletas recreativos, pessoas que praticam atividade física ou Desporto por lazer. Estes conhecimentos deveriam integrar os programas nacionais, por exemplo, nas orientações dos Ministérios da Saúde de cada país.

Por fim, gostaria de destacar a importância do uso de métodos de investigação mistos. E aqui reconheço uma limitação pessoal, pois trabalho mais com abordagens quantitativas. No entanto, o ideal seria combinar metodologias qualitativas e quantitativas, para melhor captar a complexidade das experiências no contexto da psicologia do Desporto. Ainda que seja difícil e exigente em termos de tempo e recursos, é um caminho necessário para avançar.

 

Uma área que estudou foi a área do coaching. Como integra o coaching no Desporto? Considera que pode andar de mãos dadas com a psicologia, ou são abordagens distintas?

Em relação à questão do coaching e à sua integração no Desporto, é relevante destacar que o coaching tem origens diversas. No contexto desportivo, remonta aos treinadores, conhecidos como "coaches", que auxiliavam na optimização do rendimento dos atletas. No entanto, as raízes do coaching também se encontram na psicologia, nomeadamente na psicologia humanista. Carl Rogers, nas décadas de 1960 e 1970, enfatizava o desenvolvimento do potencial humano, uma ideia central também no coaching: alcançar e desenvolver o potencial humano.

Adicionalmente, o coaching está vinculado a teorias sobre liderança empresarial e desenvolvimento organizacional, desenvolvidas nas décadas de 1970 e 1980. Uma influência significativa é a Programação Neurolinguística (PNL), criada por Richard Bandler e John Grinder na mesma época. A PNL propõe que existe uma ligação entre processos neurológicos, linguagem e padrões comportamentais aprendidos, sugerindo que esses elementos podem ser alterados para alcançar objetivos específicos na vida .

Nos anos 1990, o coaching consolidou-se como uma área independente, com o surgimento de organizações internacionais que estabeleceram padrões e certificações.

Contudo, é importante abordar uma questão crítica: a prática do coaching por profissionais sem formação em psicologia. Embora o coaching possa ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento pessoal e profissional, quando realizado por indivíduos sem a devida formação, pode resultar em intrusão na área da psicologia. A Ordem dos Psicólogos de Portugal (OPP) alerta para os riscos associados ao coaching realizado por pessoas sem formação em psicologia, destacando que tais práticas podem comprometer a saúde mental dos indivíduos .

A analogia frequentemente utilizada é a de construir o segundo andar de uma casa sem ter o primeiro: sem uma base sólida de conhecimento psicológico, o coaching pode ser ineficaz ou até prejudicial.

No meu caso, a realização de um mestrado em coaching, após a licenciatura em psicologia, proporcionou-me uma compreensão mais profunda de técnicas aplicáveis no trabalho com atletas e grupos, oferecendo novas perspectivas para lidar com desafios semelhantes. Assim, considero que o coaching e a psicologia devem caminhar lado a lado, sendo abordagens complementares.

Em resumo, o coaching, especialmente no contexto desportivo, deve ser praticado por profissionais com formação em psicologia, garantindo que as intervenções sejam baseadas em conhecimento científico e ético, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento integral dos atletas.

 

Voltando à FADEUP, do que se recorda com mais saudade dos tempos de estudante da Faculdade? 

Digo sempre que, no final, as instituições são feitas pelas pessoas. Tive a sorte, juntamente com a minha esposa, de partilhar um ano em Portugal com pessoas excecionais. Desde os professores com quem tive o privilégio de colaborar até aos colegas de turma que se tornaram amigos.

Destaco, em particular, o Professor António Fonseca. Foi ele quem respondeu às minhas dúvidas durante o processo de candidatura ao Programa Doutoral e, posteriormente, quando fui aceite, auxiliou na organização prática da minha estadia. Sempre demonstrou grande disponibilidade e paciência para responder aos meus e-mails, mesmo sendo muito curioso e questionador. Como orientador de tese, manteve um estilo próximo e exigente, criando um ambiente de trabalho confortável, mas desafiador. Reconhecia os méritos e apontava as áreas a melhorar, o que considero extremamente motivador. É, sem dúvida, uma excelente pessoa e profissional.

Outro professor que me marcou foi o Professor José Maia, que lecionou um módulo extenso sobre análise de dados quantitativos. Sempre disposto a ensinar, demonstrou grande paciência e cordialidade nas nossas interações. Recordo-o com muito carinho.

O Professor Jorge Bento, na altura diretor da FADEUP, também nos proporcionou um curso sobre filosofia e ética. Continuo a manter contacto com ele através das redes sociais e aprecio a sua disponibilidade para dialogar e refletir.

Tive ainda o privilégio de partilhar momentos com o Professor Amândio Graça, que lecionou um módulo de análise de dados qualitativos. A sua abordagem amável e o reconhecimento do meu trabalho foram muito apreciados.

E, de forma mais informal, tive também a oportunidade de conviver com os Professores Nuno Corte-Real Cláudia Dias, que foram sempre muito afáveis e próximos no trato.

Além disso, a convivência com os colegas de doutoramento foi enriquecedora. Destaco o Bruno Oliveira, que, mais do que um amigo, considero um irmão. Desde o primeiro dia, estabelecemos uma conexão profunda, partilhando interesses e humor. Continuamos em contacto e ele continua a ser uma presença importante na minha vida.

Outros colegas que se tornaram amigos próximos incluem João Moreira, Gustavo Paipe, Joana Ribeiro, Marco Lippert, Sarita Mendoza Bacciotti, María Domingues, Joana Cerqueira e Bebiana Sabino. Todos contribuíram para um ambiente de camaradagem e apoio mútuo, facilitado pela liderança da FADEUP e dos responsáveis pelo Programa Doutoral.

Esta experiência em Portugal foi, sem dúvida, marcante e sou grato por todas as pessoas com quem tive o privilégio de partilhar este percurso académico.

 

Recorda-se de alguma história que o tenha marcado enquanto estudante da Faculdade e que possa partilhar connosco?

Bem, referir uma mais geral e outra mais específica. A primeira tem a ver com o grupo que nos calhou no doutoramento, que era bastante multicultural, com pessoas de diferentes países e idiomas. Por isso, ríamos muitas vezes ao contar histórias dos nossos países de origem e ao falar sobre os respetivos costumes. Também acontecia, por vezes, dizermos coisas que não eram politicamente corretas — não por mal, mas por más traduções. A minha esposa e falamos espanhol e, até nos habituarmos, falávamos uma espécie de “portuñol”, até ganharmos maior fluência e correção no português.

Lembro-me de uma anedota com um colega, o Siwa, que era da Tailândia. Ele contava que, no seu país, não comiam cães — mas que os países vizinhos sim — e então vendiam-lhes os cães para que fossem eles a comê-los. No contexto em que estávamos, numa festa entre colegas do doutoramento, foi um momento muito divertido. Também nos acontecia, como referi, dizer algumas asneiras sem nos darmos conta, por causa da tradução literal de expressões, o que divertia bastante os colegas nativos de português.

Outra situação engraçada aconteceu numa aula do Professor José Maia. A certa altura, ele precisou de ajuda com algo no computador e foi o Bruno — o amigo de quem já falei, quase como um irmão para mim — quem o ajudou. O Bruno, além de muito inteligente, tem uma aptidão para a informática muito acima da média. Resolveu-lhe o problema em poucos segundos. Eu, em tom de brincadeira, disse ao professor: “Tenha cuidado, ele é hacker, já lhe meteu um troiano ou um vírus qualquer e agora tem acesso a tudo no seu computador.” O Professor Maia, sempre muito calmo e formal, não disse nada, mas a sua expressão e linguagem corporal mostraram que ficou genuinamente preocupado. Pôs-se de imediato a verificar o computador, para se certificar de que estava tudo em ordem.

Como ele era de trato cordial, mas com uma postura séria, foi particularmente divertido vê-lo tão desconfiado. São estas pequenas histórias que, talvez por escrito, não pareçam tão engraçadas, porque dependem muito do contexto vivido. Mas, na altura, foram momentos genuínos de riso e boa disposição.

 

Qual é a sua maior realização até hoje?

Em relação à minha maior conquista até à data — ou às minhas maiores conquistas — costumo centrar-me mais no aspeto humano. Embora, obviamente, me interesse pelo sucesso profissional, por alcançar objetivos, por conseguir publicar em revistas de elevado impacto — e mais do que a publicação em si, que é apenas um resultado, importa-me verdadeiramente conseguir responder a questões de investigação que sejam pertinentes, e não investigar apenas por investigar.

Dito isto, para mim o mais importante são as relações humanas. Considero uma verdadeira conquista o facto de, nos diferentes lugares por onde fui passando, ter conseguido sair de forma positiva, mantendo boas relações com as pessoas. Isso, além de ser gratificante, permite que as portas fiquem abertas para o futuro. Para mim, isso tem um enorme valor.

E, sem dúvida, a minha maior conquista é a minha família. Penso na minha esposa, nos dois filhos que já temos, e no terceiro que vem a caminho. Penso na relação que mantemos com os meus sogros, cunhada e cunhado, bem como com os meus pais, irmãs, cunhado e sobrinho. E também na família que temos no Uruguai, do lado da minha mãe. Tudo isso representa, para mim, o que mais importa.

Digo isto considerando, inclusive, que manter esses laços também exige esforço — não é algo que acontece por acaso ou por geração espontânea. É preciso cultivar essas relações: escrever, telefonar, perguntar, estar presente quando as coisas não correm bem. Mesmo que não se possa estar fisicamente próximo, se um amigo em Portugal estiver a passar por um momento difícil, por exemplo, posso demonstrar-lhe o meu afeto ao escrever-lhe, ao mostrar preocupação, ao perguntar como está. Para mim, isso também é uma forma de conquista.

Sinto que fui capaz de desenvolver, com várias pessoas — não com muitas, mas com algumas — relações significativas, vínculos que considero verdadeiramente importantes. E isso inclui, como disse, tanto a família como os amigos. Para mim, isso é profundamente valioso.

 

Como ocupa os tempos livres?

Em relação ao meu tempo livre disponível, nesta fase da minha vida, não tenho muito, pois o meu trabalho na universidade é a tempo inteiro. Faço coisas que gosto, mas, além disso, as aulas, a investigação, a participação em dois programas de mestrado e algumas pós-graduações noutras universidades ocupam-me bastante. Para além disso, estou a concluir um projeto numa instituição financeira onde trabalhei antes de ingressar na universidade. Portanto, como tempo livre não tenho muito.

Além disso, tenho três filhos: um de oito anos, outro prestes a fazer quatro, e um terceiro que está a caminho, com cinco meses de gestação. Normalmente, quando estou em casa, estou a fazer algo com eles ou para eles. Durante a semana, passo mais tempo com eles; ao fim de semana, também, mas com atividades como jogar, sair... O habitual durante a semana é preparar as refeições, dar os banhos e ajudá-los a adormecer.

Quando consigo terminar tudo isso e me deitar, gosto de ler algum livro — preferencialmente algo que não tenha a ver com psicologia. E não porque não goste, pelo contrário, adoro ler sobre psicologia, mas já o faço no meu trabalho e nas investigações. Por isso, tento ler outras coisas que me façam pensar de forma diferente, que me ajudem a gerar ideias novas, inclusive aplicáveis à investigação.

O que realmente me preocupo em manter é o tempo para praticar desporto ou atividade física. Por exemplo, subo as escadas. O meu gabinete na universidade está no sexto andar, e todos os dias subo as escadas, mesmo que tenha que o fazer três, quatro ou cinco vezes. E noto que isso me ajuda. Além disso, saio para correr entre três a quatro vezes por semana, durante cerca de uma hora. Isso, para além de me ajudar a sentir-me melhor fisicamente, também melhora o meu humor, o meu sono e ajuda-me a desanuviar mentalmente. Permite-me ter maior clareza e surgir com ideias novas. Continuo a pensar nas mesmas questões, mas de forma mais descontraída e inconsciente. E, de repente, aparecem boas ideias ou soluções para problemas que antes não via.

Embora não seja algo que aconteça com frequência nesta fase da minha vida, por ter filhos pequenos, de vez em quando gosto de me reunir com amigos para tomar algo, conversar e colocar a conversa em dia. No entanto, a maior parte dos meus amigos são amizades virtuais. São relações muito reais, mas que não me permitem vê-los no dia a dia. Isso acontece, provavelmente, pelo facto de ter vivido em vários lugares, como no Chile e noutros países.

 

Quer deixar algum conselho aos nossos estudantes?

Em relação a conselhos que possa dar aos estudantes da FADEUP, diria que o autoconhecimento é algo fundamental. Ou seja, é essencial que cada um se conheça verdadeiramente, que saiba quem é, o que quer, e isso implica um exercício de introspeção — de olhar para dentro —, algo que, de um modo geral, não é muito valorizado na cultura ocidental.

E por que razão isto me parece tão relevante? Porque imaginem que terminam o vosso curso na FADEUP — seja uma licenciatura, um mestrado ou um doutoramento — e só depois percebem que, afinal, não gostam da área. Acaba por se perder muito tempo. Claro que se pode argumentar que, mesmo assim, se aprendem coisas, que se retiram experiências úteis — e isso é verdade —, mas também é tempo que poderia ter sido investido noutra área que talvez vos realizasse mais. Por isso, acredito mesmo que é muito importante esse exercício de olhar para dentro, perceber quem somos, o que queremos, e, a partir daí, tomar decisões mais acertadas e conseguir estabelecer prioridades.

Por exemplo, alguém pode pensar: “Para mim, o mais importante é o trabalho”, e então dedica-se a isso a 100%, sem pretender constituir família ou ter filhos. Outra pessoa pode valorizar mais a família e, nesse caso, o trabalho continua a ser importante, mas organiza-se em função das necessidades familiares.

Se pudesse deixar um conselho que, pessoalmente, me tem feito sentido e me tem servido bem, seria este: conheçam-se o melhor possível e aceitem que esse processo não é estático. Vamos mudando com o tempo, e é natural que continuemos a descobrir coisas novas sobre nós ao longo dos anos.

Outro ponto que gostaria de sublinhar é que a Universidade do Porto — e em particular a FADEUP — é uma instituição de excelência, com profissionais de grande qualidade, mas também com um ambiente de camaradagem e respeito. Acredito que isso é algo essencial de preservar. Se um dia alcançarem posições ou realizações importantes, o ideal é que isso não aconteça à custa de boas relações com pessoas valiosas. É possível fazer bem aquilo a que se propõem sem que o fim justifique todos os meios. Se virem o sucesso como parte de um processo — e não apenas como um objetivo final —, será mais fácil manter relações saudáveis ao longo do caminho.

Esses seriam, resumidamente, os conselhos que gostaria de vos deixar.

 

O que espera do futuro?

Em relação ao que espero do futuro, a pergunta é bastante ampla. Ou seja, pode ser interpretada como o que acredito que vai acontecer ou o que desejo para mim.

Quanto ao que acredito que vai acontecer, é difícil prever, dado que o cenário é extremamente volátil e mutável. Já vimos isso nos últimos anos, com crises sociais em diferentes países. Estou a pensar no Chile, que enfrentou uma crise importante em 2019, conhecida como o "Estallido Social", marcada por protestos massivos contra a desigualdade e o modelo neoliberal. Penso também na pandemia de COVID-19, que afetou o mundo inteiro, e no conflito árabe-israelita, que continua a ser uma fonte de tensão internacional. Além disso, a guerra na Ucrânia é outro exemplo de como o futuro é imprevisível.

Neste contexto, creio que é importante que tanto as universidades como os pais se concentrem em formar pessoas capazes de tomar boas decisões num ambiente em constante mudança. É essencial ensinar a ler os contextos e a adaptar-se a realidades que são extremamente volúveis. Esta é uma habilidade que, na minha opinião, não está a ser suficientemente trabalhada.

A nível mais pessoal, espero alcançar estabilidade laboral, algo que tenho conseguido até agora. Gostaria de poder trabalhar de forma tranquila, no que gosto, idealmente mais no que gosto e menos no que não. Ou seja, fazer menos gestão e dedicar-me mais à investigação e à docência, áreas que adoro, mas talvez mais focado nos temas que mais me apaixonam. Para isso, é necessário adquirir antiguidade, publicar mais, ser melhor hierarquizado e, consequentemente, ter menos tempo dedicado à burocracia.

No plano pessoal, desejo ver os meus filhos crescerem felizes e poder estar perto deles. Quero envelhecer com a minha esposa, desfrutar da companhia dos meus pais, da minha sogra, sogro, irmã, cunhada e cunhado, e acompanhar o crescimento dos meus sobrinhos. Gostaria de poder partilhar momentos com eles, vendo-os evoluir e celebrando as conquistas de cada um.

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