Pedro Morouço


Tem 43 anos, nasceu e reside em Leiria.


Profissionalmente é professor no Politécnico de Leiria. É Diretor do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, da Direção-Geral de Saúde. Foi, até fevereiro de 2025, Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria. 


Nota: Esta entrevista foi realizada em fevereiro de 2025, período em que o entrevistado mantinha funções de Diretor da da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria 


"A solidez dos conhecimentos adquiridos, o contacto com docentes e

 investigadores de referência e as experiências práticas proporcionadas 

foram essenciais para o meu crescimento.", Pedro Morouço

O Pedro foi estudante de licenciatura e mestrado na FADEUP. Quer falar-nos sobre o seu percurso profissional?
O meu percurso profissional tem sido marcado por desafios e oportunidades que me permitiram crescer e contribuir para a área do Desporto e da educação. Após concluir a licenciatura e o mestrado na Faculdade, envolvi-me ativamente na investigação científica e no ensino superior. Tornei-me docente no Politécnico de Leiria, onde tive a possibilidade de aprofundar a minha ligação à academia e à comunidade. Nos últimos anos, assumi a Direção da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, e mais recentemente fui nomeado Diretor do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF) na Direção-Geral da Saúde.


Porque escolheu a área do Desporto para a sua formação superior e quando percebeu que seria esse o caminho a seguir?
Desde muito cedo, o Desporto fez parte da minha vida, não apenas como uma paixão, mas como um elemento fundamental para o bem-estar e o desenvolvimento pessoal. Escolher esta área foi um processo natural, pois sempre acreditei no impacto transformador do Desporto na vida das pessoas. Durante a minha formação, percebi que queria ir além da prática e aprofundar a vertente científica, educativa e de promoção da atividade física como um direito fundamental.

Quais são, na sua opinião, os pontos fortes da formação na Faculdade?
A Faculdade oferece uma formação de excelência, com um equilíbrio entre teoria e prática que prepara os estudantes para desafios reais no mercado de trabalho. Além disso, destaco a qualidade do corpo docente, a forte aposta na investigação e a diversidade de oportunidades para os estudantes, desde estágios até colaborações com entidades externas.


É atualmente Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria. Que principais desafios encontra o Diretor de uma escola superior localizada fora dos grandes centros urbanos do país?
A captação de estudantes e a retenção de talento são desafios constantes para instituições localizadas fora dos grandes centros urbanos. No entanto, a descentralização do ensino superior é uma oportunidade para aproximar o conhecimento das comunidades locais, promovendo o desenvolvimento regional. Criar condições para que os estudantes sintam que têm acesso a uma formação de qualidade, infraestruturas adequadas e oportunidades de crescimento pessoal e profissional tem sido uma das minhas prioridades.


Ao longo dos últimos anos tem recebido várias distinções. Qual é o segredo do seu sucesso?
Não acredito em segredos, mas sim em trabalho árduo, dedicação e paixão pelo que faço. Ao longo do meu percurso, procurei sempre aprender, inovar e contribuir para a sociedade. As distinções que recebi são um reflexo do esforço coletivo de todos com quem tenho trabalhado e da crença de que é possível fazer a diferença.


Foi recentemente nomeado Diretor do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF). Como é que vê o panorama da prática de atividade física no nosso país?
Portugal tem vindo a evoluir no que diz respeito à prática de atividade física, mas ainda enfrentamos desafios significativos. Existe uma crescente consciencialização sobre a importância do exercício para a saúde, mas nem todos os cidadãos têm as mesmas condições para praticá-lo. O sedentarismo ainda é um problema estrutural que precisa de ser combatido de forma estratégica e sustentada. Precisamos de atuar ao nível das políticas públicas, da educação e da criação de espaços que promovam um estilo de vida mais ativo e acessível a toda a população.


Que principais medidas tem previstas para promover a atividade física no nosso país?
O nosso foco será na promoção da atividade física em todas as fases da vida, desde a infância até à terceira idade. Queremos atuar na criação de ambientes que incentivem a prática, na capacitação de profissionais, no reforço da educação para a saúde e na integração da atividade física em políticas públicas transversais. Além disso, iremos reforçar campanhas de sensibilização para informar e motivar a população a adotar hábitos de vida mais saudáveis, garantindo que existam condições reais para que a atividade física faça parte do quotidiano de todos.


Voltando à FADEUP, de que forma a sua formação na Faculdade contribuiu para o percurso que tem feito?
A FADEUP foi fundamental para a minha construção profissional e pessoal. A solidez dos conhecimentos adquiridos, o contacto com docentes e investigadores de referência e as experiências práticas proporcionadas foram essenciais para o meu crescimento. Foi aqui que desenvolvi a capacidade de questionar, investigar e inovar. Mais do que uma formação académica, a FADEUP deu-me uma base sólida para enfrentar os desafios profissionais com confiança e determinação.


Do que sente mais saudade do período em que foi estudante na Faculdade?
Das amizades, da partilha de experiências e da intensidade dos dias preenchidos entre aulas, treinos, projetos e conversas intermináveis nos corredores. A faculdade é um espaço de crescimento e descobertas, e essa energia única é algo de que sinto falta. O convívio diário, os desafios académicos e os momentos de superação fazem parte de uma fase inesquecível da minha vida.


Recorda-se de alguma história curiosa dos tempos de estudante e que possa partilhar connosco?
São muitas! Mas uma que me marcou foi a primeira apresentação pública de um trabalho de investigação. Estava extremamente nervoso, mas no final foi um momento de viragem que me deu confiança para seguir a área científica com ainda mais determinação. Também recordo com carinho as noites intermináveis de estudo e os desafios dos estágios, que ajudaram a moldar o profissional que sou hoje.


Como ocupa os tempos livres?
Nos meus tempos livres, o que mais gosto de fazer é cozinhar. Mas não se trata apenas de preparar um bife com arroz. Gosto de criar experiências que combinem sabores, aromas e texturas, explorando a gastronomia como uma forma de arte e expressão. Para mim, cozinhar é uma forma de relaxamento e criatividade, além de ser uma excelente maneira de reunir amigos e família à mesa.


Qual é a sua maior realização?
Sinto-me realizado por conseguir contribuir para o desenvolvimento do Desporto e da atividade física em Portugal. Poder inspirar e impactar positivamente a vida das pessoas, seja através da educação, da investigação ou das políticas públicas, é o que me motiva diariamente. Ver o meu trabalho a ter impacto real na sociedade e contribuir para um país mais ativo e saudável é, sem dúvida, uma grande conquista.


Quer deixar algum conselho aos nossos estudantes?
Aproveitem cada momento da vossa formação. Sejam curiosos, questionem, envolvam-se em projetos, experimentem diferentes áreas. O conhecimento é uma ferramenta poderosa e, quanto mais explorarem, mais preparados estarão para o futuro. Acima de tudo, nunca percam a paixão pelo que fazem. O percurso académico é apenas o começo de uma jornada de aprendizagem contínua.


O que espera do futuro?
Espero continuar a contribuir para a promoção da atividade física e da saúde pública em Portugal. Tenho a ambição de continuar a aprender, inovar e trabalhar para um país mais ativo e saudável. O futuro está sempre em construção, e acredito que há muito por fazer! Quero continuar a inspirar mudanças positivas e a fazer parte de projetos que promovam a qualidade de vida da população.

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