Sílvia Cruz


É estudante do mestrado em Gestão Desportiva, tem 21 anos, é natural do Porto e reside em Vila Nova de Gaia.  


É praticante de Wushu Nanquan, modalidade na qual se sagrou diversas vezes campeã nacional e duas vezes campeã da Europa. Esteve recentemente no Japão, no Campeonato do Mundo de Taolu, competição exclusiva aos oito melhores atletas do mundo da modalidade. 


“Optei pela FADEUP por ser considerada a melhor Faculdade de Desporto do país.", Sílvia Cruz

A Sílvia concluiu a licenciatura em Ciências do Desporto e é estudante do mestrado em Gestão Desportiva na FADEUP. Porque escolheu Desporto para a sua formação académica? Quando percebeu que era essa a área na qual gostava de prosseguir os seus estudos?

Desde criança sempre adorei praticar Desporto e, na escola, a minha disciplina preferida era Educação Física. Além disso, nos treinos de Wushu tínhamos de explicar os exercícios aos alunos mais novos, e foi a partir daí que comecei a perceber que também gostava de ensinar. Por isso, no 10° ano, já sabia que o Desporto faria parte do meu futuro.

 

E porque optou pela FADEUP?

Optei pela FADEUP por ser considerada a melhor Faculdade de Desporto do país. Além disso, foi na Universidade Júnior que percebi efetivamente que era aqui que queria estudar.

 

É praticante de Wushu, nome original da modalidade que conhecemos mais a ocidente como Kung Fu. Quer falar-nos um pouco sobre esta modalidade e sobre a variante que pratica?

O termo “Kungfu” refere-se a qualquer habilidade ou disciplina alcançada através de muita prática e trabalho duro. “Wushu” é o termo, em chinês, que significa “arte da guerra”, sendo o termo correto da modalidade que pratico. Atualmente, existe o Wushu Tradicional e o Wushu Moderno. O Wushu Tradicional é constituído por estilos e técnicas tradicionais desenvolvidas na China, inspiradas pela filosofia taoista, confucionista e budista. O Wushu Moderno é uma disciplina mais sistematizada, com o objetivo de unificar e promover as artes marciais chinesas a nível global, através de uma abordagem desportiva. No Wushu Moderno há duas vertentes principais: Taolu (sequências de movimentos codificados, coreografados de acordo com determinados princípios e filosofias para simular uma luta, possuindo uma componente técnica e artística) e o Sanda (ou "kickboxing chinês", é a vertente de combate do Wushu, que se foca em técnicas de luta real). Eu pratico um estilo na vertente de Wushu Moderno (Taolu) que se chama Nanquan (Punhos do Sul da China).

 

Como é que surge o seu interesse pela modalidade e com que idade a começou a praticar?

Comecei a praticar Wushu aos 7 anos. O meu pai sempre teve o gosto por esta modalidade. Ele praticava e eu também queria praticar. Além disso, como cresci a ver os filmes do Bruce Lee e do Jackie Chan, o gosto pelo Wushu foi aumentando. Quando fui à aula experimental, foi “amor à primeira vista”. A partir daí, nunca mais parei de treinar. 

 

A Sílvia foi várias vezes campeã nacional e por duas vezes campeã da Europa, além de somar excelentes resultados em campeonatos do mundo. Como é que se sente a representar Portugal nestas competições?

Sinto-me muito grata por poder representar o meu País. É uma sensação indescritível ouvir o Hino Nacional e saber que estamos a fazer parte da História do Wushu em Portugal.

 

Quais são os maiores desafios que enfrenta enquanto atleta internacional de uma modalidade com pouca visibilidade?

Os principais desafios são os apoios. Por não ser uma modalidade olímpica, o apoio que o Estado fornece é muito limitado. Quando há provas internacionais de Wushu, têm de ser os próprios atletas a pagar a maioria das despesas. Este fator torna-se um constrangimento para a evolução da própria modalidade.

 

Acabou de chegar do Japão, onde terminou num fantástico 4º lugar no 3rd Taolu World Cup, competição para a qual estavam apurados apenas os oito melhores atletas do mundo da modalidade. Por entre tantos momentos altos na sua carreira, há algum momento que recorde com mais carinho?

Esta viagem ao Japão foi, sem dúvida, a melhor competição em que estive presente. Como participavam os melhores atletas do mundo, criou-se um ambiente não só competitivo, mas também de união entre os países, algo que eu nunca tinha experienciado.

O momento que recordo com mais carinho foi quando fui Campeã Europeia, em 2022. Lembro-me que foi um misto de felicidade, surpresa e realização. Quando subi ao pódio foi um momento mágico, que nunca irei esquecer. 

 

Vimos anteriormente que está a frequentar um curso de 2º ciclo na Faculdade. Que planos tem para o seu futuro profissional? O que gostava de fazer?

Neste momento, estou focada na minha carreira desportiva e não tenho uma ideia em concreto sobre o meu futuro. Gosto muito de organizar eventos e de dar aulas de Wushu. Mas acredito que, ao longo do curso, irei conseguir ter uma visão mais abrangente dos domínios em que gostaria de trabalhar.

 

E do que mais gosta da FADEUP?

Gosto do ambiente da Faculdade e das pessoas que tenho conhecido. Como estamos na mesma área, temos gostos e rotinas semelhantes, o que permite uma maior união e cumplicidade entre todos.

 

Enquanto estudante da Faculdade, há alguma história que recorde e que possa partilhar connosco?

Tive muitos momentos engraçados nesta Faculdade. Um deles foi no estágio da Metodologia Exercício e Saúde, no programa Mais Ativos Mais Vividos (com idosos). Como estive um período a andar de muletas, porque tinha partido o pé, sempre que alguém se queixava, os outros alunos diziam “Ah, mas pior que a professora não estás”.

 

Qual é a sua maior realização até hoje?

A nível desportivo, a minha maior realização foi ter obtido a pontuação de 9.15 na prova de Nanquan, no Campeonato Mundial de Wushu em 2023, no Texas. Naquele momento, era a minha pontuação mais alta de sempre e, por isso, senti-me realizada. Também percebi que, com as pessoas certas ao nosso lado, tudo é possível.

 

Como ocupa os tempos livres?

Adoro treinar, ver séries, ler, cozinhar e sair com a minha família e amigos.

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