Tomás Cardoso


Tem 22 anos, é natural e residente na cidade do Porto. 


É estudante do Mestrado em Gestão Desportiva e integra a equipa de estudantes FADEUP que vai representar Portugal na fase final da GEN-E, a decorrer em Atenas, na Grécia, dentro de duas semanas. 


"Sinto que, na FADEUP, não somos apenas números ou eventuais futuros profissionais - somos uma comunidade unida por uma paixão comum pelo Desporto e pelo saber.", Tomás Cardoso

O Tomás concluiu a licenciatura em Ciências do Desporto na FADEUP, onde é atualmente estudante do mestrado em Gestão Desportiva. O que o levou a escolher Desporto para a sua área de formação?

Desde sempre que estive ligado ao Desporto e a tudo o que o envolve. Todos os caminhos sempre apontaram para o Desporto. Acho que, no meu subconsciente, sempre soube que o Desporto seria a escolha para a minha área de formação. Entretanto, no ensino secundário, essa ideia começou a ganhar robustez e trabalhei para poder concretizá-la. Quatro anos depois de ter ingressado na FADEUP, e prestes a dar início ao meu segundo ano de mestrado, posso dizer que foi, sem dúvida, a escolha acertada.

 

E porquê a FADEUP?

A FADEUP é a melhor escola de Desporto do país e uma das mais conceituadas no mundo, dentro desta área. Ora, eu, sendo da cidade do Porto – nascido, criado e onde residi toda a minha vida -, apenas juntei o útil ao agradável, e deu-se este feliz casamento. Mas eu e a FADEUP temos uma história que remonta a muitos anos antes da minha entrada na licenciatura. Primeiramente, a minha mãe também foi estudante nesta casa, pelo que sempre ouvi diversas histórias que sempre me fascinaram. Cheguei a ter aulas de ginástica para bebés nas instalações da Faculdade e a participar, por diversas vezes, nos campos de férias desportivas que aqui se realizavam. Uns anos mais tarde, quando jogava voleibol federado e representava a seleção da Associação de Voleibol do Porto, treinávamos todas as segundas-feiras ao final do dia no pavilhão de voleibol da FADEUP - isto durante cerca de dois anos. Tenho muita sorte e orgulho em poder dizer que sou estudante da FADEUP.

 

Quais são, na sua opinião, os pontos que mais se destacam na formação na Faculdade?

Destaco a formação na FADEUP pela sua qualidade e coerência académica, reconhecida tanto a nível nacional como internacional. Todo o corpo docente é altamente qualificado e envolvido em projetos de grande relevância. A base científica oferecida aos estudantes é extremamente sólida e multidisciplinar, combinando e articulando, de forma exemplar, diversas áreas como a fisiologia, a biomecânica, a psicologia e a sociologia, entre outras, que, juntas, formam o fenómeno complexo e apaixonante que é o Desporto. Na minha opinião, isto só incentiva os estudantes, desde cedo, a desenvolverem um pensamento crítico, o que contribui para a sua formação integral. Além disso, o ambiente estudantil é muito dinâmico e reflete uma forte cultura académica, que valoriza tanto a excelência como o espírito de comunidade.

 

Do que mais gosta na Faculdade?

Algo que sempre me fascinou na nossa Faculdade foi a camaradagem entre todos os intervenientes diretos que nela atuam. É o verdadeiro ADN FADEUP! Existe um enorme espírito de entreajuda e proximidade, quer entre estudantes, quer com os docentes e restantes profissionais da casa. Esta ligação humana, para além de tornar o ambiente mais acolhedor e motivador, contribui imenso para o crescimento pessoal e académico de todos. Sinto que, na FADEUP, não somos apenas números ou eventuais futuros profissionais - somos uma comunidade unida por uma paixão comum pelo Desporto e pelo saber.

 

O Tomás integrou a equipa FastShaker, que venceu a final nacional da GEN‑E Portugal e vai agora representar o país na final europeia, na Grécia. Pode explicar-nos em que consiste o projeto FastShaker e como surgiu a ideia?

A FastShaker surgiu no âmbito da disciplina de Gestão de Projetos de Desporto, onde tínhamos de realizar o projeto do desenvolvimento de uma startup, com vista a participar na fase regional do Startup Programme da Junior Achievement Portugal. A FastShaker é um ecossistema que integra uma vending machine, que prepara instantaneamente bebidas suplementadas, e uma aplicação (app), com um algoritmo de nutrição desportiva implementado.

O utilizador cria o seu perfil na app, onde detalha a sua caracterização biométrica, o tipo de treino que realiza e os objetivos com o treino e, a partir daí, o algoritmo define os suplementos (entre proteína, creatina, pré-treino, BCAA, etc.) mais adequados para cada utilizador, bem como a dosagem exata adequada para cada indivíduo. Os sabores das bebidas, de entre de uma grande variedade, são escolhidos pelo utilizador e podem ser combinados. A personalização total é o grande fator diferenciador.

A app faz sugestões diárias, envia lembretes para a pessoa se exercitar, mostra o histórico de consumo, tem programas de descontos e evolui as sugestões à medida que o utilizador também evolui a sua condição física.

Inspiramo-nos no modelo de negócio da TOMS Shoes, nomeadamente o modelo “One for One”: por cada par de sapatos vendido, a TOMS doa outro par a uma criança necessitada. Da mesma forma que a TOMS usa o consumo para gerar impacto, a FastShaker segue um modelo a que chamamos de “Shake for Shake”, em que parte dos lucros da venda de cada bebida é canalizada para projetos que combatem a desnutrição infantil.

A ideia deste projeto partiu da identificação vários obstáculos comuns ao consumo de suplementos desportivos, que muitas vezes comprometem a consistência e os resultados dos utilizadores. Nomeadamente a preparação diária, o transporte dos produtos, a sujidade causada, a necessidade de lavar os shakers tornam a suplementação numa tarefa muitas vezes incómoda, o que pode acabar por levar ao esquecimento ou ao abandono do hábito.

A FastShaker foi desenvolvida precisamente para eliminar essas barreiras, tornando a suplementação mais simples, mais acessível, mais personalizada e mais integrada ao estilo de vida ativo dos utilizadores. A ideia inicial era, naturalmente, muito mais crua e menos trabalhada, mas, ao longo do tempo e durante o desenvolvimento do projeto, com as contribuições e inputs de cada um dos seis membros fundadores, conseguimos chegar a um ponto de convergência entre todos e criar algo verdadeiramente único e inovador, do qual estamos muito orgulhosos.

 

Como reagiu a equipa ao saber que iria representar Portugal entre mais de 1000 estudantes e 200 ideias?

Quando o nosso nome foi anunciado no palco do Auditório Belmiro de Azevedo, na sede da SONAE, a reação de todos os membros da nossa equipa foi de espanto e estupefação, mas também de muita alegria e euforia. Competimos contra dezenas de outras equipas com ideias fantásticas, que também tiveram muitíssimo mérito na sua participação. Inclusive, outras três equipas da FADEUP chegaram à fase nacional da competição. Sermos selecionados para representar o nosso país no estrangeiro, por um painel de jurados tão exigente e com grande prestígio, é completamente surreal e indescritível.

 

De que forma a orientação dos vossos professores influenciou o vosso percurso na competição?

A orientação dos professores, nomeadamente, da Professora Susana Soares, do Professor Vitor Principe e do Professor Thiago Santos, foi fulcral para esta caminhada neste mundo do empreendedorismo jovem. Os professores sempre viram potencial e acreditaram na nossa ideia, tanto que, muitas vezes, quando algo não nos corria da melhor forma, eram eles que nos erguiam e nos davam motivação para continuar a trabalhar e investir no nosso projeto. Além disso, todas as bases e ensinamentos que compartilharam connosco ao longo do processo foram fundamentais. Sem eles, chegar onde já chegamos teria sido impossível, e esperamos poder contar com a ajuda e apoio deles noutras etapas, mais para a frente.

 

Que expectativas levam até à Grécia?

As expectativas que levamos para a fase europeia, na Grécia, seguem a mesma lógica das expectativas que definimos quando passamos da fase regional à fase nacional. O que desejamos é, sobretudo, que consigamos ter uma performance e participação, enquanto grupo, melhor do que na fase anterior, tanto ao nível do pitch, entrevistas com o júri, mostra do produto, pitch deck, etc. Sinto que esse objetivo foi muito bem conseguido na fase nacional, melhorámos muitíssimo em relação à fase regional, e gostava muito que, agora, na fase europeia, essa melhoria mantivesse a proporcionalidade. Já é um reconhecimento muito grande podermos chegar à competição europeia, e isso só nos motiva para trabalhar mais, e arduamente, para conseguir o melhor resultado possível.

 

Falemos das suas perspetivas profissionais. O que gostava de fazer profissionalmente e porquê?

Vejo claramente a gestão como o meu futuro profissional. É uma área que me motiva verdadeiramente, tanto pela sua complexidade como pelo seu potencial de impacto. Gosto de estar ligado a projetos de grande dimensão, com prestígio e reconhecimento. Agora, fiquei com o bichinho do empreendedorismo. Criar e integrar um projeto com uma identidade própria, capaz de marcar a diferença no panorama desportivo nacional e internacional, como a FastShaker, é muito gratificante. Gostava muito de levar a FastShaker ao próximo nível, começar a operar e a contribuir para melhorar a vida das pessoas. Isso depende, em grande parte do nosso empenho e investimento, e, no que depender de mim, vou trabalhar para que isso se torne uma realidade. Por outro lado, já tive a oportunidade de ganhar experiência na gestão desportiva a nível municipal, o que me permitiu ter uma visão mais prática e abrangente da realidade do setor.

 

Já é estudante FADEUP há alguns anos e criou certamente algumas memórias. Há algum momento em especial que o tenha marcado?

Sim, efetivamente, já são quatro anos fantásticos anos como estudante da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, e ao longo deste tempo, vivi inúmeros momentos marcantes. Desses posso destacar as aulas práticas, onde eu e os meus colegas, para além de aprendermos de forma mais dinâmica e descontraída, também nos divertíamos imenso. Muitas das aulas na FADEUP me ensinaram que é possível aprender com exigência, mas também com leveza e entusiasmo. Outro momento que guardo com especial carinho foi quando representei a nossa faculdade nos campeonatos nacionais universitários, em Leiria, com a equipa de voleibol. Foi uma experiência única, não só pela competição em si, mas pelo sentimento de representar a FADEUP, pelo convívio e pelo ambiente que se viveu ao longo desses dias Foi aí que percebi de forma mais profunda, pela primeira vez, o valor da nossa comunidade académica e da força que ela tem fora de portas. São vivências como estas que tornam a nossa passagem pela FADEUP tão especial e inesquecível.

 

Qual é a sua maior realização até hoje?

Sinceramente, não sei se já alcancei algum feito tão relevante para o considerar como “a minha maior realização até hoje”. Mas orgulho-me do percurso que tenho trilhado e de ter colecionado um grande conjunto de pequenas realizações, que moldam a pessoa que sou hoje. Acredito que é nesse caminho constante de evolução, feito de aprendizagens e superações diárias, que reside o verdadeiro valor das realizações.

 

Como ocupa os tempos livres?

Atualmente, já não pratico Desporto de forma federada, mas gosto muito de me manter ativo. Com mais tempo livre tenho também maior oportunidade de experimentar novas modalidades. Adoro mesmo a prática de Desporto, sobretudo quando há intensidade e competição saudável. De resto gosto muito de jogar xadrez, e gosto de música. Gosto de tocar guitarra. Adoro viajar. Não posso deixar de referir que gosto de passar tempo de qualidade com a família e amigos.

 

O que espera do futuro?

Do futuro, não espero; vou atrás dele com a mesma dedicação e paixão com que tenho vivido cada passo até aqui. Acredito que todo o esforço e empenho que tenho vindo a colocar no meu percurso se traduzam num caminho estável, desafiante e alinhada com aquilo que me apaixona. Esse empenho, aliado ao gosto genuíno pelo que faço, acabará por abrir naturalmente as portas certas. O meu objetivo é continuar a crescer, manter-me motivado, e fazer sempre aquilo que me desafia e realiza. Quero continuar a sentir entusiasmo no dia a dia, manter-me focado e exigir sempre o melhor de mim próprio, porque acredito que é essa exigência pessoal que nos mantém envolvidos e interessados.

+adn fadeup
InstInYt

​Unidade de Imagem e Comunicação

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

R. Dr. Plácido Costa, 91 | Porto, Portugal

comunicacao@fade.up.pt | +351 220 425 228