Olga Lage, 62 anos, mais de 30 de docência, entrou na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto como aluna, em 1977. No seu dia-a-dia, concilia o trabalho como docente, investigadora, orientadora e, recentemente, diretora do Departamento de Biologia.
A rubrica "Meet the Staff" pretende dar a conhecer quem são e o que fazem os membros da nossa Faculdade.
© SICC/RS e BC
Biologia
Há mais de 30 anos. Entrei para a FCUP como aluna em 1977. Em 1981 comecei a dar apoio às aulas laboratoriais. Fiquei como Assistente em 1996. Em 1997 defendi o meu doutoramento numa área que ainda não tinha sido explorada na faculdade: as algas, mais concretamente os dinoflagelados, que são responsáveis pelas marés vermelhas tóxicas.
Depende dos dias, mas há dias que são a loucura total! São imensas coisas ao mesmo tempo: entre telefone, telemóvel, Zoom, pessoas a baterem à porta. Tenho também seis alunos de doutoramento a quem também dedico o meu tempo. Ainda agora estava aqui no meu gabinete com duas alunas. Elas precisam do meu apoio, pois estão a publicar artigos científicos, e é preciso corrigir os artigos e orientar. Faço também a gestão do departamento e há muita coisa para fazer! Por exemplo, tudo o que é problemas: um equipamento que deixa de funcionar, comprar reagentes, a gestão das funcionárias (por exemplo, quando não podem vir…), dos colegas, problemas com aulas. Para além disso, no meu dia-a-dia também dou aulas ligadas à área da microbiologia, de licenciatura e de mestrado. Ando pelas coisas pequeninas: Introdução à Microbiologia, Biologia de Algas e Fungos…
Faço também investigação no grupo do Laboratório de Ecofisiologia Microbiana com uma bactéria do grupo dos Planctomycetes, um grupo relativamente recente e com características muito particulares. Trabalho atualmente com os potenciais biotecnológicos que estas bactérias, que podem ser encontradas nas macroalgas, por exemplo, possam ter.
O desafio da Covid-19 foi muito grande, para todos nós, e para o departamento. Tivemos que nos adaptar em termos de aulas e alterar completamente o esquema que tínhamos.
Para além de todo o trabalho, dinamizar o departamento com eventos: uma segunda edição do "Biologia ao fim da tarde" e vamos também criar o Dia da Biologia, no Dia da Biodiversidade, a 22 de maio. Queremos fazer um circuito nas nossas instalações para ver a biodiversidade que existe. Estou também a fazer, com a Professora Paula Melo, o levantamento e catálogo de todo o espólio que veio do antigo departamento de Botânica e de Zoologia e Antropologia. É um desafio muito interessante: tentar fazer um histórico daquele material.
A vivência universitária, conviver com os colegas, com os estudantes... A interação com os estudantes é muito importante para mim. Tento ajudá-los no que puder.
Sou uma pessoa positiva, gosto de trabalhar, de fazer coisas que tenham algum sentido na vida. Para mim, vir trabalhar é muito reconfortante. Sentir que posso estar a ser útil, para os meus alunos, para os meus colegas e para a faculdade como um todo.
Unirmo-nos todos na luta contra o vírus, sermos resilientes e aguentarmos esta situação para num futuro próximo voltarmos ao normal. Não percam a esperança! Devemos lutar todos por um futuro melhor e por uma vida melhor para todos.
Renata Silva. SICC. 13-05-2021