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Lagartixas podem ter beneficiado das mudanças climáticas e hibridização na região mediterrânica

Estudo publicado na Nature Communications teve a participação de investigadores do CIBIO-InBIO


São um dos répteis mais abundantes e emblemáticos da região do Mediterrâneo e habitualmente podemos encontrá-los entre muros e paredes. Uma equipa de investigação internacional, da qual fazem parte Catarina Pinho e D. James Harris, investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, InBIO Laboratório Associado da Universidade do Porto (CIBIO-InBIO) - ambos ligados à FCUP - pode ter encontrado o motivo pelo qual as lagartixas se tornaram o réptil mais bem-sucedido da região mediterrânica.

O estudo, recentemente publicado na revista Nature Communications, vem mostrar como a hibridização e mudanças drásticas nos níveis do mar e no clima afetaram a formação de uma grande diversidade de espécies de lagartixas na região.

Apesar de se ter verificado que a história deste género começou há cerca de 20 milhões de anos, a formação de espécies parece ter sido particularmente rápida logo após a chamada Crise de Salinidade do Messiniano, há quase seis milhões de anos. Este foi um período em que o Mediterrâneo quase secou, enchendo-se novamente com água num curtíssimo espaço de tempo (cerca de 100 anos). “Os resultados mostram que as mudanças dramáticas ocorridas nessa época provavelmente contribuíram para o surgimento de novas espécies”, refere D. James Harris, investigador da FCUP do CIBIO-InBIO.

Segundo explica um comunicado do CIBIO-INBIO, a grande diversidade de espécies de lagartixas terá então resultado da evolução independente ocorrida ao longo de milhões de anos, mas este estudo permitiu também descobrir que, ao longo deste tempo, diferentes espécies se encontraram e hibridaram ocasionalmente, algo que até há pouco tempo era considerado raro em animais. “Os nossos resultados lançam a hipótese de que este processo de misturar e baralhar os genes pode constituir uma espécie de “combustível” para a evolução, promovendo a diversidade e a capacidade de adaptação a novos ambientes”, explica Catarina Pinho, doutorada em Biologia pela FCUP e investigadora do CIBIO-InBIO.

As lagartixas de Ibiza representam um bom exemplo deste processo evolutivo. Metade dos seus genes são provenientes de espécies de lagartixas que hoje vivem na Península Ibérica e, a outra metade, de espécies que agora são encontradas nos Balcãs e nas Ilhas Gregas. A espécie existente em Ibiza e ilhéus vizinhos originou-se como um híbrido, criando oportunidades para novas combinações de genes antigos ao longo da evolução.

A enorme variação entre lagartixas em diferentes ilhas do Mediterrâneo pode ser explicada por este processo. Apesar do grau de parentesco próximo e do facto de viverem muito perto em termos geográficos, numa ilha as espécies são monocromáticas enquanto noutras ilhas os animais “explodem” em cores diferentes. Os autores do estudo destacam, também, que é possível que o mesmo tipo de processo explique a grande diversidade e o grau de endemismo que este grupo de animais exibe na Península Ibérica, uma vez que as trocas de genes entre espécies parecem também ter ocorrido de forma muito frequente nesta região.


lagartixas
© Day's Edge Productions





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Renata Silva. SICC. 02-06-2021

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