Se 2024 foi um ano generoso para os interesses da FMUP, 2025 afigura-se como um ano ainda mais auspicioso. Se não, vejamos:

1. No ano passado tivemos algumas das mais importantes e bem-sucedidas iniciativas das últimas décadas na história da Faculdade, de que são dois exemplos maiores: (i) o sucesso da nossa candidatura ao programa da FCT Tenure – 32 novas vagas para docentes e 25 outras para investigadores, num total de 57 – e que fez da FMUP a escola de medicina com mais posições financiadas no nosso País, bem como também a faculdade da Universidade do Porto com mais apoios da Fundação para a Ciência  Tecnologia (FCT) para financiamento de recursos humanos; (ii) os cerca de 6 milhões de financiamento extra, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), destinados a investimentos em projetos de modernização do ensino da medicina, de eficiência energética ou a novos cursos de educação contínua.
   
   
2. Acresce que 2024 foi também o ano de criação do RISE-Health, um ambicioso e inovador projeto de articulação da investigação biomédica com a prática clínica, agregando mais de 1.300 profissionais e investigadores das áreas da medicina e ciências da saúde. Sediado na FMUP e com um forte componente multidisciplinar, o RISE-Health integra docentes, estudantes de doutoramento e investigadores oriundos de mais de uma dúzia de instituições de ensino superior e de prestação de cuidados – incluindo a U.Porto, a UTAD, a UBI, a UAveiro, a UAlg e o IPP – e, desde o seu nascimento, afirma-se como a maior unidade de investigação portuguesa.
   
   
3. Setembro passado ficou ainda marcado pela abertura de uma pioneira licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica (SauD InoB), cuja nota mínima de 17,9 valores do último estudante inscrito demonstrou a valia da aposta e a afirmação do prestígio da Faculdade numa área que foi cultivando nas últimas duas décadas.
   
   
4. Dezembro de 2024 ficou assinalado pela desejada  renovação do protocolo de colaboração entre a FMUP e a ULS São João, bem como pelo registo notarial – à semelhança de outras bem sucedidas associações de alumni da FEUP ou da FEP – de uma associação privada de alumni (envolvendo tanto a FMUP como o ICBAS), a Associação de Medicina da Academia do Porto, de modo a promover o encontro e a interajuda de médicos de diferentes gerações e de diferentes Escolas de Medicina, mas todos com a mesma Alma Mater, a Universidade do Porto.
   
   
5. Já em 2025, a FMUP irá realizar a celebração dos 200 anos da Real Escola de Cirurgia do Porto, antecessora da nossa Faculdade. As celebrações, que arrancaram no final de 2024 com a exposição “A Arte no Ensino da Anatomia”, contarão com inúmeras iniciativas de caráter cultural, social, político e científico, algumas das quais de âmbito mais interno e outras em articulação com outras instituições e cidades, com a participação nas celebrações dos 200 anos da nossa irmã gémea, a Faculdade de Medicina de Lisboa, já iniciadas a 8 de janeiro, e nas celebrações dos 50 anos da criação do ICBAS, a sua irmã mais nova da Universidade do Porto.
   
   
6. Muito auspiciosamente, a FMUP iniciou este Novo Ano ganhando a fase nacional do SIMUniversity 2025 (ler notícia em baixo), uma competição internacional de simulação clínica, promovida pela SESAM – Society for Simulation in Europe, e apresentando-se, pela primeira vez, com uma equipa mista de estudantes da FMUP e da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP). No dia 22 de janeiro, tivemos também a aguardada visita do painel da FCT, constituído por cerca de uma dezena de peritos internacionais, para a avaliação do RISE-Health, cujos resultados e classificação da unidade esperamos receber esta Primavera. Ainda em janeiro, iniciámos também a requalificação da entrada dos estudantes do ciclo clínico, na frente do edifício que partilhamos com o Hospital de São João, tendo a severa e inspiradora estátua de Ricardo Jorge encontrado já o seu novo assento, como a primeira e principal estrutura do futuro Jardim dos Professores em diálogo – arquitetónico e simbólico – com o nosso anteriormente renovado Átrio dos Estudantes.
   
   
7. O ano de 2025 poderá ainda vir a testemunhar a transformação de algumas das atuais Unidade Locais de Saúde em Centros Clínicos Universitários, na sequência das recomendações do recente Relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) das ULS de cariz universitário – nomeada pela Ministra da Saúde Ana Paula Martins e presidida por Adalberto Campo Fernandes – e no qual, nos últimos 3 meses, tive o privilégio de trabalhar e, sobretudo, o gosto de ter contribuído para a conceção de uma visão consensual do que poderá vir a ser o futuro das relações entre as Universidades e as estruturas do SNS. De facto, se se vierem a concretizar, política e juridicamente, todas as recomendações da CTI, então a futura implementação do novo Centro Clínico Universitário de São João será o maior impulso dos últimos 50 anos para o estreitamento de sinergias, de um modo mais profícuo e equilibrado, entre as missões do Ministério da Saúde e as do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, reforçando-se assim a importância crucial de 2025 para a história da Faculdade de Medicina e do seu antigo Hospital Escolar.
   
   
8. No horizonte de 2025 está ainda prevista a criação de uma nova licenciatura, em Ciências da Saúde Pública, em parceria com o ICBAS, a criação de pelo menos três novos centros pluridisciplinares na Faculdade, a abertura, pela primeira vez, de vagas para estudantes internacionais do nosso Mestrado Integrado em Medicina e, finalmente, a tão esperada devolução do património histórico e imobiliário da FMUP, perdido em 2012, e que, desde que tomei posse como diretor em 2018, tenho envidado todos os esforços para a sua urgente recuperação, pois acredito que sem património não há nem dignidade institucional, no presente, nem condições objetivas para se assegurar o futuro da Faculdade, pois uma instituição precisa de terrenos e de novos edifícios para poder crescer e desenvolver-se, adequadamente.

Ou seja, depois deste extraordinário balanço institucional de 2024 e das perspetivas para 2025, penso que todos nos deveríamos orgulhar do período que estamos a atravessar na Faculdade, malgrado as nuvens de pessimismo que pesam no horizonte nacional e internacional. De facto, depois de duas décadas sem estratégia e sem rumo – período em que a própria identidade da Faculdade esteve comprometida e que o desânimo se foi instalando em muitos docentes, técnicos e estudantes –, a FMUP parece ter reencontrado a sua identidade e o seu Norte e estar agora numa promissora fase de afirmação institucional e de liderança no ensino e na investigação em Medicina e em Ciências da Saúde. E, acredito ainda, em estreita sintonia com um igualmente renovado São João, em articulação com todos os outros hospitais e centros de saúde da sua área metropolitana e, sobretudo, em conjugação com as forças mais dinâmicas e produtivas da Cidade e da Universidade do Porto – cujas lideranças irão ser igualmente renovadas neste ano de 2025 –, a FMUP poderá assim vir a contribuir – uma vez mais e muito decisivamente – para que a Região Norte continue a poder liderar e a inspirar o futuro do País e do nosso SNS.

E bem hajam todos, e são mesmo muitos, os que têm generosamente contribuído para o renascer desta Casa e desta Escola, agora já quase bicentenária!

Altamiro da Costa Pereira
Diretor da FMUP

A Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) voltou a ser o ponto de encontro para os cerca de 250 novos mestres e futuros médicos que celebraram o Dia da Graduação 2025 – MIMED, junto dos seus docentes, amigos e familiares.

“Este é dos dias mais simbólicos que a FMUP celebra”, fez notar João Bernardes durante a intervenção inicial da cerimónia. O presidente do Conselho de Representantes sublinhou que o futuro na medicina vai exigir muito, mas que os novos graduados “podem estar seguros de que a FMUP os preparou com qualidade em conhecimento, competências e atitudes pessoais e profissionais”.

“Queria começar por saudar os professores, porque, sem eles, a FMUP não era nada”. Foi desta forma que Altamiro da Costa Pereira iniciou a sua intervenção. Com mensagens de felicitações para os novos médicos, o diretor da FMUP lembrou que os estudantes precisam de uma instituição para se formarem, mas procuram sobretudo uma marca. “O meu desejo é que a FMUP continue a ser uma boa marca no futuro”.

Por fim, o diretor da FMUP lançou o desafio aos recém-médicos para integrarem a Associação de Medicina da Academia do Porto (AMA.Porto), uma nova associação que nasceu da união de vontades das duas escolas médicas da U. Porto.

Num discurso em que abordou alguns dos assuntos que vão marcar o futuro da medicina, como a inteligência artificial ou o número de médicos no país, José Gerardo de Oliveira comparou ainda os métodos de ensino seguidos em universidades de topo e a adaptação curricular que está a ser realizada ao Mestrado Integrado em Medicina (MIMED) da FMUP.

“Apesar de sermos incapazes de perceber o que vai acontecer no futuro”, o diretor do MIMED sublinhou que a “medicina vai continuar a ser inteligente e a apresentar desafios” e terminou com palavras de congratulação e de felicidades para os novos graduados.

Na qualidade de coordenador dos Hospitais Afiliados, instituições de saúde que contribuem para a formação médica de reconhecida qualidade da FMUP, Estevão Costa lembrou os novos médicos que a responsabilidade de “cuidar” os irá acompanhar para sempre ao longo da vida profissional.

“Esta responsabilidade vai trazer-vos insónias e dias de frustração, mas, por outro lado, vai brindar-vos com os dias mais reconfortantes e mais fantásticos que possam vivenciar”, proferiu o professor da FMUP.

Já a presidente da Associação de Estudantes (AEFMUP) lembrou que “o futuro da medicina está nas mãos” de cada um dos graduados. Inês Oliveira Sousa afirmou que este “é o momento de pôr em prática a mestria aprendida durante o curso” e lançou o repto de que o caminho seja marcado pela vontade de “serem cada vez melhores profissionais, mais competentes e capazes para melhor servir os doentes”.

Além dos discursos oficiais, o Dia da Graduação – MIMED contou com as tradicionais atuações dos grupos académicos, nomeadamente da Tuna Feminina de Medicina do Porto, da Tuna de Medicina do Porto e do Grupo de Fados de Medicina do Porto.

- Rute Sampaio, investigadora da FMUP, foi convidada do podcast “Que Voz é Esta”, do Expresso, num episódio sobre a dor crónica.

- “Ataques terroristas em Paris desvendam pistas sobre a resposta ao stress pós-traumático” é o título de uma notícia do Público, que conta com as explicações de Patrícia Monteiro, neurocientista da FMUP.

- A professora e investigadora da FMUP Cândida Abreu falou com o Jornal de Notícias sobre os casos de metapneumovírus humano.

- Em direto no canal Now, o professor catedrático Rui Nunes falou sobre o estado atual do SNS e do acesso aos cuidados de saúde por parte dos portugueses.

- Os professores da FMUP Paula Freitas, Paulo Santos e Pedro Viana Pinto prestaram esclarecimentos ao Viral em três artigos de fact-checking de saúde.

- O Público auscultou a investigadora Carla Lopes, diretora do departamento de Ciências da Saúde Pública e Forenses, e Educação Médica da FMUP, a propósito de um estudo internacional que relaciona o consumo de bebidas açucaradas com a diabetes e as doenças cardiovasculares.