Nº #38  Jul 2023
 
 
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Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto
 
 
Festas e Alertas

No rescaldo das Festas dos Santos Populares, mas prestes a deixar-nos envolver pelos prazeres das férias e do Verão, será tempo de se começar a fazer o balanço deste ano letivo de 2022/23 e a preparar o próximo ano letivo.


Quanto ao ano em curso, foram muitas as coisas boas que aconteceram à Faculdade nos últimos meses. Algumas mesmo de grande potencial para o seu desenvolvimento académico, científico e económico. De facto, desde a excelente e promissora  avaliação feita pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), da nossa nova licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica, à criação da Associação para Inovação em Medicina (AIM), que envolveu na sua génese mais de vinte dos nossos docentes; desde a instituição das Conferências do CAC aos Seminários do Chat GPT sobre o impacto da inteligência artificial no ensino universitário em geral e no da FMUP e da U.Porto em particular; desde a criação do Centro Clínico e Universitário D. Pedro V à aprovação dos primeiros dois centros pluridisciplinares em Bioética e em Simulação (SIM-FMUP), envolvendo várias dezenas de docentes e técnicos da Faculdade e de várias outras instituições de ensino superior; desde a participação ativa de investigadores clínicos da FMUP nas Primeiras Jornadas “Reflexão sobre Investigação da U.Porto” aos inúmeros eventos de natureza científica, académica ou social organizados na Faculdade (de que são exemplos o IV Simpósio da Rede de Cooperação das Escolas Médicas de Língua Portuguesa (CODEM-LP), o Doutoramento Honoris Causa de João Schwalbach, o MeetUP Digital Health Portugal e IV Forum Telesalut@SITT, o SKY Meetingo Fórum Nacional da Saúde, a Visitação à Ópera “O Barbeiro de Sevilha”, as II Jornadas de Medicina do Exercício e Desporto, a Homenagem aos Colaboradores Aposentados e Jubilados, o International Seminar on Palliative Care, o Annual Meeting of the International Society for Heart Research European Section ou os Dias Abertos da FMUP), da Certificação da Conciliação entre a Vida Profissional, Familiar e Pessoal dos Trabalhadores à Certificação Energética, a FMUP tem revelado um dinamismo e um sentido de liderança notáveis, coroado, muito recentemente, pela presidência, por um biénio, da Rede de Cooperação das Escolas Médicas de Língua Portuguesa (CODEM-LP).


Relativamente ao futuro, a curto prazo, estamos também a trabalhar em várias propostas de financiamento (junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte – CCDR-N  e de outras entidades públicas e privadas) destinadas à requalificação ou à criação de infraestruturas de ensino e investigação, designadamente nas áreas da cirurgia robótica ou de técnicas de imagiologia avançada, estando ainda prevista a criação de novos centros pluridisciplinares nas áreas da Medicina e Ciências do Desporto, Saúde Ocupacional, Neurociências, Diagnóstico e/ou Envelhecimento, bem como a criação da futura Associação de Alumni da FMUP. Noutro registo, não podemos esquecer os projetos na área da cultura e da música, que vão desde a organização de várias exposições e do acolhimento,  nos nossos espaços, dos ensaios assistidos da Ópera na Academia e na Cidade à preparação de uma nova Unidade Curricular Optativa sobre Ciência e Música, bem como ao planeamento do futuro Museu de Medicina Luís de Pina, integrando os espólios do Museu de História da Medicina Maximiano Lemos e do museu do antigo Instituto de Anatomia J. A. Pires de Lima.


É também um claro sinal de esperança e de reconciliação institucional a recente nomeação, pela Presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, do Professor Roberto Roncon, Diretor Clínico do CHUSJ e Presidente do Conselho Pedagógico da FMUP, para, em articulação com a Professora Guilhermina Rego, vogal do CE da FMUP, e o Professor Pedro Costa, Vice-Reitor da U.Porto, tratarem da antiga, mas crucial, definição e do registo do património imobiliário da Faculdade, elaborando uma proposta a submeter aos ministros das diferentes tutelas que se relacionam com estas duas instituições, a saber – Ministérios da Saúde; da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; e das Finanças.


Infelizmente, existem também notícias de ameaças e obstáculos preocupantes como o são os factos de não terem sido aprovados para financiamento nem o nosso CAC nem nenhuma das posições de investigador solicitadas para o nosso laboratório associado RISE à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), em 21 de julho de 2022. Se a isso acrescentarmos o já crónico subfinanciamento, pelo Orçamento de Estado (OE), das escolas médicas públicas portuguesas, então estamos certos de que a FMUP irá enfrentar grandes dificuldades financeiras e estruturais, muito brevemente. Por outro lado, se com isto contrastarmos o financiamento que se prevê para as novas escolas médicas privadas, cujos elevados montantes permitidos para as suas propinas triplicam o seu financiamento, podemos perceber que ficamos numa posição bastante frágil em termos de competitividade e de desenvolvimento. Designadamente pela relativa falta de recursos financeiros e pelas desigualdades de meios logísticos e processuais, incluindo a impossibilidade de as Faculdades de Medicina públicas admitirem estudantes estrangeiros, contrariamente ao que acontece com as Faculdades de Medicina privadas.


Ou seja, a FMUP continua viva e a liderar processos de mudança que urgem serem feitos na U.Porto e na Academia Portuguesa, embora continue também a enfrentar obstáculos e faltas de apoio, sobretudo de natureza financeira e política. Assim, para ultrapassarmos estas dificuldades, será essencial a continuada ajuda e empenho de toda a comunidade FMUP e da Sociedade que serve, bem como de todos os nossos parceiros institucionais, públicos e privados, designadamente, e para além do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), outros hospitais dentro da nossa área metropolitana, visando a criação de um verdadeiro e urgente Centro Académico Clínico do Porto, de modo a que possamos continuar a desenvolver ensino e investigação clínica e biomédica de qualidade, no Porto e, consequentemente, em toda a Região Norte do nosso País.


Entretanto, aproveito para desejar a todas e a todos umas boas e merecidas férias, especialmente aos nossos estudantes, que terminaram recentemente os seus exames depois de um ano de intensa atividade. Espero que consigamos voltar mais energizados e ainda com mais vontade de prosseguirmos, animados, as nossas tarefas do dia a dia e, sobretudo, dando continuidade às reformas estruturais que se impõem.


Altamiro da Costa Pereira
Diretor da FMUP



 
 
 
 
NOVO MÉTODO PERMITE AVALIAR DESGASTE DOS BOMBEIROS

Um projeto que juntou a FEUP, FADEUP e a FMUP culminou no desenvolvimento de um algoritmo de aprendizagem automática que permite antecipar situações de exaustão em indivíduos sujeitos a esforço físico intenso, como é o caso dos bombeiros.

Através da combinação de dados sensoriais de frequência cardíaca, respiratória e de temperatura com algoritmos de aprendizagem automática, o estudo avaliou o desempenho de 24 bombeiros durante uma corrida incremental, em que foram simuladas as condições de esforço físico experienciadas no combate a um fogo florestal.



 
 
Diretor da FMUP eleito presidente da Rede de Escolas Médicas lusófonas

O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Altamiro da Costa Pereira, foi eleito, por um biénio, presidente da Rede de Cooperação das Escolas Médicas de Língua Portuguesa (CODEM-LP).

A eleição ocorreu no âmbito do V Simpósio da Rede CODEM-LP, que se realizou entre os dias 13 de 14 de julho, na Academia Nacional de Medicina (ANM), no Rio de Janeiro, com o tema “Formação Médica no Mundo Contemporâneo”.



 
 
 
INVESTIGAÇÃO DA FMUP AJUDA A PREVENIR A MORTE SÚBITA CARDÍACA

Uma simples autópsia molecular pode identificar as causas genéticas da morte súbita cardíaca em jovens e ajudar a salvar familiares com mutações de risco. A conclusão resulta de um trabalho de investigação desenvolvido na FMUP.


“Estas são situações muito traumáticas porque são pessoas jovens e aparentemente saudáveis que, de repente, são vítimas de morte súbita cardíaca. Daí a importância do nosso trabalho”, destaca Jennifer Fadoni, doutorada em Ciências Forenses pela FMUP e primeira autora do estudo publicado no prestigiado International Journal of Legal Medicine.


No seu doutoramento, Jennifer Fadoni realizou autópsias moleculares em vítimas de morte súbita cardíaca não relacionadas entre si geneticamente. A cientista analisou 40 genes associados a miocardiopatias hipertróficas, procurando mutações patogénicas associadas a uma doença cardíaca.


Caracterizada pelo aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo, a miocardiopatia hipertrófica é uma das causas mais frequentes de morte súbita cardíaca, com uma prevalência de um indivíduo para cada 500.

 

Neste estudo, 37,5% das vítimas evidenciaram, no diagnóstico post mortem, a presença de um ou mais variantes genéticas ligadas à morte súbita. Os resultados mostram também que 31% das vítimas tinham exatamente a mesma mutação patogénica no gene MYBPC3 em indivíduos que não eram familiares. “Isto sugere a existência de uma variante fundadora na população portuguesa”, indica Jennifer Fadoni.


No futuro, a investigadora pretende estender esta sequenciação aos familiares diretos das vítimas. “Através da identificação dessa causa molecular, temos em mãos uma ferramenta, um biomarcador que não só pode como deve ser investigado nos familiares das vítimas, de modo a identificar precocemente a mutação e evitar a morte. Estes familiares devem ser sempre acompanhados por um cardiologista”, aconselha a investigadora.


Jennifer Fadoni, que é também especialista do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses – delegação do Norte, foi orientada por Agostinho Santos e Laura Cainé, ambos professores da FMUP, que também assinam o trabalho publicado no International Journal of Legal Medicine.



 
 
 
 
FMUP TEM O PRIMEIRO CENTRO PLURIDISCIPLINAR DE SIMULAÇÃO


 
 
FMUP PRESTOU HOMENAGEM AOS COLABORADORES APOSENTADOS


 
 
Mais de uma centena de técnicos na Sardinhada de São João da FMUP


 
 
ATIVIDADE DE CONVÍVIO FORA DE PORTAS JUNTOU A MEDICINA E A ENGENHARIA


 
 
FMUP NOS MEDIA

- Uma investigação desenvolvida na FMUP identificou mutações genéticas em jovens vítimas de morte súbita cardíaca. Nesta reportagem, a SIC falou com a investigadora Jennifer Fadoni.


- Um grupo de investigadores da FMUP está a tentar perceber qual é a relação entre uma doença do coração considerada rara e a síndrome do canal cárpico. A notícia é da Agência Lusa.


- A Record TV Europa fez uma reportagem alargada sobre o projeto da FMUP que está a estudar a influência do sono e o impacto dos ecrãs no desenvolvimento das crianças.


- “Portugal com maior prevalência de insuficiência cardíaca em adultos entre 11 países” noticia a TSF, a propósito de um estudo internacional que contou com a participação da FMUP.


- O Expresso ouviu os professores da FMUP Miguel Ricou e Rui Nunes no seguimento do primeiro embrião humano criado em laboratório inteiramente a partir de células estaminais.



 
 
 
 
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