Nº #60  Jul 2025
 
 
logo
 
 
Newsletter
Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto
 
 
Missões Solidárias: O Papel da Medicina na Ajuda Humanitária 

Diariamente chegam até nós inúmeras notícias de conflitos armados, catástrofes naturais, deslocamentos forçados e outras crises humanitárias que, na verdade, pouco chegam a ultrapassar os limites dos ecrãs por onde estão a ser transmitidas. Salvo raras exceções, em que pessoas se voluntariam individualmente para ajudar nestes contextos, a realidade é que se não existissem coletivos, associações ou organizações não governamentais a nível internacional, o apoio que estas pessoas receberiam seria quase inexistente. Com efeito, o ser humano tem vindo cada vez mais a tornar-se inerte a situações como estas. Com tantos relatos diários sobre as inúmeras tragédias e banalização das mesmas, é um facto que os espetadores se têm vindo a tornar cada vez mais frios a lidar com estes temas e se procurem desapegar emocionalmente para proteger a sua própria felicidade. Assim, entra em jogo a importância do trabalho humanitário no combate a esta “Falácia da Bola de Neve” que se perpetua pelas populações não afetadas nestes cenários.


O papel da Medicina na ajuda humanitária não se restringe apenas ao ato clínico de diagnosticar e tratar doenças. Vai muito além disso. Em cenários de crise, o médico tem de ser, simultaneamente, a pessoa que trata, educa, gere recursos, defende os direitos humanos e, muitas vezes, é ainda a fonte de conhecimento que se espelha em fonte de esperança e alívio para quem sofre. A Medicina, enquanto ciência e arte de cuidar, tem um poder transformador inegável e é exatamente por isso que devemos reconhecer sempre o potencial que esta pode ter na vida do outro, assumindo este potencial também como um dever.


Em contextos de conflito, desastres naturais, deslocamentos forçados ou pobreza extrema, os cuidados de saúde tornam-se uma necessidade urgente e, muitas vezes, inacessível. As populações afetadas enfrentam surtos de doenças infeciosas, desnutrição severa, traumas físicos e psicológicos e uma profunda rutura com os serviços de saúde de base. Nesses cenários, o trabalho médico pode fazer a diferença entre a vida e a morte, entre a recuperação e a sequela permanente. A simples presença de uma equipa médica pode ser o começo da restituição da dignidade e esperança da população em causa.


No entanto, é fundamental perceber que a resposta médica em contextos humanitários exige mais do que conhecimento técnico. Requer empatia, capacidade de adaptação, sensibilidade cultural, trabalho em equipa e um compromisso profundo com a ética e os direitos humanos. Envolve, também, a gestão de recursos escassos, a priorização de cuidados, e a tomada de decisões difíceis num ambiente muitas vezes hostil e instável. Devemos, por isto, cultivar uma geração de médicos conscientes, informados e prontos para agir – seja em terreno, seja como defensores ativos de causas humanitárias.


É importante que cada estudante de Medicina termine o curso com uma visão global do que é realmente ser médico, e com a consciência de que o seu compromisso não se esgota nas fronteiras do seu país ou nas paredes do hospital onde exerce. É por esse mote que nos movemos, querendo cultivar um sentido de dever universal, motivar a procura sempre, de perto ou de longe, da melhor forma de aliviar o sofrimento e promover a dignidade de todos os que precisam de cuidados.


Assim a Medicina, pela sua natureza profundamente humanista e interventiva, assume um papel central na resposta a contextos de crise. No entanto, a ajuda humanitária é, por essência, um esforço coletivo e multidisciplinar. Nenhum médico pode agir sozinho, assim como nenhuma missão terá sucesso sem o contributo conjunto de profissionais de diferentes áreas. Cada pessoa tem um papel a desempenhar, e cada gesto, por mais pequeno que pareça, pode ter um impacto imensurável. A mensagem que queremos passar é que cada um de nós, estudantes ou profissionais, deve procurar formas de ajudar, de contribuir ativamente para um mundo mais justo, solidário e humano.


Equipa ATENTA 



 
 
 
 
FMUP e ESEP sagram-se campeãs internacionais de Simulação Clínica

“Mais do que um troféu, é o reconhecimento de meses de esforço e dedicação”. Foi com estas palavras de orgulho que a equipa da FMUP e da Escola Superior de Enfermagem do Porto reagiu ao triunfo alcançado no SimUniversity Competition 2025.


Depois de uma estreia histórica na maior competição internacional de Simulação Clínica, a FMUP voltou a marcar a diferença, ao apresentar uma equipa multidisciplinar formada por estudantes de Medicina (João Barbosa e Tomás Monteiro) e de Enfermagem (Erika Soares e Mariana Gonçalves).



 
 
Maus tratos a crianças continuam a escapar ao radar da saúde

As crianças vítimas de eventos traumáticos, como abusos físicos, psicológicos ou sexuais, ou negligência, podem estar a escapar ao radar dos profissionais de saúde e, consequentemente, das autoridades competentes.


“Detetar e reportar casos de vítimas de trauma na infância é fundamental para instituir um tratamento precoce e, assim, evitar a escalada de danos na sua saúde atual e futura”, alerta um estudo da FMUP, frisando que a notificação de situações suspeitas é obrigatória para médicos e funcionários públicos.



 
 
 
Diretor da FMUP formulou três desejos para o futuro em Sessão do Bicentenário

A devolução do património imobiliário à FMUP, a implementação do Centro Clínico Universitário e a capacidade de estabelecer pontes para a melhoria da Saúde em Portugal. Estes foram os três desejos expressos pelo diretor da Faculdade, na Sessão Solene comemorativa do Bicentenário, que se realizou a 25 de junho, na Aula Magna


Altamiro da Costa Pereira falava sobretudo para os representantes do Estado e do Governo, o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, individualidades que intervieram nesta cerimónia, juntamente com o Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, o Professor Emérito Manuel Sobrinho Simões, e o deputado à AR e alumnus, Francisco Sousa Vieira. 


No seu discurso, o diretor desejou ainda mais investimentos que permitam acolher os estudantes do Mestrado Integrado em Medicina e das licenciaturas em Saúde Digital e Inovação Biomédica, e de Ciências da Saúde Pública, a AEFMUP, a Unidade de Investigação RISE-Health e o futuro Museu Luís de Pina, e, assim, “melhor servir o Norte e o país”. 


O presidente da Assembleia da República sublinhou, na ocasião, que a FMUP é uma “referência nacional e internacional” e que “permaneceu porque soube adaptar-se, manter a sua missão original, a sua razão de ser, os seus princípios”, abrindo-se à sociedade e aliando o ensino à investigação médica e à ética do cuidado, sem ceder às “modas de circunstância”.  


Já a Ministra da Saúde anunciou que, até ao final deste ano, o Governo avançará com o novo modelo dos Centros Clínicos Universitários, “de forma a podermos dar um salto que permita uma fase de transformação e progresso”. Este modelo é defendido no relatório final da Comissão Técnica Independente criada para analisar as ULS Universitárias, tendo sido presidida por Adalberto Campos Fernandes e contado com a participação de Altamiro da Costa Pereira, e de mais 15 elementos.  


De acordo com Ana Paula Martins, essa transformação deverá assentar em três dimensões fundamentais: “a concretização da carreira docente-clínico, um novo modelo de governação que junte as faculdades de medicina e os hospitais na gestão colaborativa e virtuosa, e um modelo de financiamento que forneça a diferenciação e dê suporte à complexidade destas instituições de saúde. Estas unidades serão os porta-aviões do SNS”. 


Entre as individualidades presentes nesta cerimónia estiveram ainda o Bispo do Porto, D. Manuel Linda, o Brigadeiro-General Carlos Lobato, em representação das Forças Armadas Portuguesas, o Diretor Executivo do SNS, Álvaro Almeida, vários candidatos à Câmara Municipal do Porto, o Reitor da U.Porto, António Sousa Pereira, o presidente do Conselho de Curadores, Luís Braga da Cruz, dirigentes de Instituições do Ensino Superior, de ULS e de unidades do sistema nacional de saúde, bem como docentes, investigadores, técnicos e estudantes, com destaque para os presidentes da AEFMUP e da ANEM.  


As comemorações dos 200 anos da FMUP, com o lema “Inspirar a Saúde, Liderar a Inovação: 200 Anos de Medicina”, foram marcadas por apontamentos musicais com a participação de grupos académicos, tendo encerrado com o bolo de aniversário e um brinde. A despedida teve como palco o novo Jardim Ricardo Jorge. Esta Sessão Solene assinalou os dois séculos da criação, por alvará de D. João VI, da Régia Escola de Cirurgia do Porto. 



 
 
 
 
FMUP regressou à sua “primeira casa”


 
 
Júlio Dinis ''inaugura'' exposições alusivas às Figuras Eminentes


 
 
Professor da FMUP Agregou-se em Ciências Cardiovasculares


 
 
FMUP homenageia professores e técnicos aposentados com cerimónia simbólica


 
 

FMUP NOS MEDIA


– “A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto: 200 anos a construir o futuro” é o título da reportagem de fundo sobre o Bicentenário, publicada no Jornal de Notícias.


– A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, participou na Sessão Solene do Bicentenário, onde falou com os principais órgãos de comunicação social sobre dois temas na ordem do dia: o número de cidadãos com médicos de família e os helicópteros de emergência médica.


– Há dez anos, entraram na universidade com as melhores médias. O que fazem agora? Duas antigas estudantes da FMUP fizeram a primeira página do jornal Público.


– A Agência Lusa noticiou um estudo sobre o impacto do microbioma no comportamento dos adolescentes, o qual está a ser desenvolvido por Joana Ferreira-Gomes, professora da FMUP.


– “Do hiperfoco da Ritalina ao estímulo dos nootrópicos” é o título da reportagem em que a Renascença ouviu a professora da FMUP Maria Augusta Coelho.


– Miguel Mascarenhas, professor da FMUP, foi um dos protagonistas ouvidos pelo Expresso à margem da apresentação da nova edição do “Índice de Saúde Sustentável”.


– O Jornal Económico deu conta da inauguração da exposição comemorativa dos 80 anos da CUF, patente até ao dia 18 de julho, no Átrio do Centro de Investigação Médica.


– A Renascença foi saber onde estão os alunos que, há 10 anos, tiraram as notas mais altas nos exames nacionais. Gonçalo Madureira, médico formado na FMUP, foi um dos jovens entrevistados.


– Em entrevista ao canal Saúde+, Rui Nunes, professor da FMUP, defendeu uma restruturação profunda do programa de gestão do Serviço Nacional de Saúde.


– As professores da FMUP Ângela Carneiro e Joana Ferreira-Gomes prestaram esclarecimentos ao Viral em dois artigos de fact-checking de saúde.



 
 
 
 
Copyright ©2025 FMUP - All Rights Reserved.
Edição: Unidade de Gestão de Comunicação - FMUP | Redação: Olga Magalhães, Daniel Dias, Cláudia Azevedo | Infografia e Imagem: Bárbara Mota, Miguel Alves e Hugo Silva | Produção: Pedro Sacadura
A equipa editorial da FMUP reserva-se o direito de selecionar os conteúdos informativos
Sugestões e pedidos de inserção/remoção da mailing list para comunicacao@med.up.pt
Arquivo FMUPNews
 
 
 
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Al. Prof. Hernâni Monteiro, 4200 - 319,
Porto, Portugal