No dia 25 de novembro do ano passado, foi inaugurada a exposição “A Arte no Ensino da Anatomia”, no renovado Átrio dos Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Esta exposição, que suscita ainda muito interesse devido à beleza estética dos cartazes anatómicos expostos, foi o arauto da celebração do Bicentenário desta instituição com o mote “Inspirar a Saúde, Liderar a Inovação: 200 anos de Medicina”. Desde esse dia, foram muitas as atividades científicas, históricas, artísticas e culturais que relembram o Bicentenário da FMUP. Destacam-se, por exemplo, a exposição  "Biofiligranas – Joias Medicamente Prescritas", de Olga Noronha, ou o Ciclo de Paletras FMUP & Comunidade – 200 Anos. 

Nesse mesmo dia de novembro, mas em 1825, com uma cerimónia solene na melhor sala do edifício neoclássico do Hospital Real de Santo António, cedida pela Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) em obediência à vontade do Rei, deu-se início ao primeiro curso regular de Cirurgia da cidade do Porto. Nessa “Sala Maior”, o primeiro diretor, Bernardo Pereira Fonseca Campeão, proferiu a oração inaugural, encomiando hiperbolicamente o monarca D. João VI.

A Régia Escola de Cirurgia do Porto tinha sido estabelecida, juntamente com a sua congénere de Lisboa e sob a égide do Cirurgião-Mor do Reino Teodoro Ferreira de Aguiar, através de um Alvará Real, com força de Lei. Estava datado de 25 de junho de 1825 e foi regulamentado por decreto de 10 de setembro do mesmo ano. No Alvará, lia-se que os cursos regulares de Cirurgia tinham em consideração o quanto interessava “à felicidade pública e à conservação da saúde de seus Povos a educação de hábeis cirurgiões”.   

A Régia Escola de Cirurgia do Porto tinha como instalações as salas acanhadas na ala sul–nascente do Hospital de Santo António, apesar disso consideradas a primeira “Casa da Medicina”. Percebida como uma entidade exógena imposta pela autoridade do Estado, a relação entre a Régia Escola (e a partir de 1836 e 1911, a Escola Médico-Cirúrgica e a FMUP, respetivamente) e a SCMP não foram sempre pacíficas, sendo pontuadas aqui e ali por algumas querelas entretanto esquecidas. O que ficou foi uma excelente relação de 134 anos com o Hospital de Santo António e a SCMP que foi relembrada no passado dia 5 de junho com a inauguração da exposição “A Casa da Medicina – Criação e Legado da FMUP”, que estará aberta ao público até ao dia 27 de setembro. A exposição decorre no agora denominado Salão Nobre, estando visíveis importantes documentos, peças e instrumentos médicos e cirúrgicos que retratam os momentos mais significativos dos 200 da vida da FMUP, as personalidades que no decorrer deste período lhe deram alma e as “Casas da Medicina” que, sucessivamente, a FMUP ocupou até aos tempos atuais.

Nessa continuidade, foi profundamente marcante para a FMUP a trasladação da estátua de Ricardo Jorge para um local digno e central – no agora renovado e renomeado Jardim dos Professores, onde também se encontra em lugar de destaque o busto do Professor Hernâni Monteiro –, evento promovido pelo Diretor da FMUP, Professor Altamiro da Costa Pereira. 

Igualmente importante pelo seu simbolismo foi a iniciativa dinamizada pelo Diretor da FMUP, patrocinando a colocação, no dia 9 de junho, de uma placa comemorativa dos 70 anos do Curso Médico 1948-54 pelos seus alumni, no átrio da Aula Magna, seguida de um almoço que juntou ainda estudantes do 1.º ano de dois cursos da FMUP – Mestrado Integrado em Medicina (MIMED) e Licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica (Saud InoB) –, estudantes finalistas do MIMED e antigos dirigentes associativos. Igualmente simbólico foi o almoço dos “veteranos”, na Sala do Conselho, que reuniu antigos diretores, professores jubilados e alumni das gerações mais antigas da instituição, alguns com 95 ou mais anos. 

No próximo dia 25 de junho, serão comemorados solenemente os 200 anos passados sobre a assinatura do Alvará Real. Assim, às 10h30, na Aula Magna, será evocado esse dia, o primeiro de uma longa história de ensino, de investigação e de assistência na cidade e no país, consolidando o prestígio da FMUP enquanto escola de Medicina de referência. Mais tarde, às 21 horas, as celebrações continuam na Sala Suggia da Casa da Música, num espetáculo com a participação dos estudantes, técnicos e alumni e sob a direção do também alumnus Maestro José Ferreira Lobo, da Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade. 

As celebrações continuarão durante o ano de 2025, com realce para uma grande conferência com o título “University: Historical Insights & AI Horizons”, apontada para 3 de outubro, no Auditório do Centro de Investigação Médica do CIM, e para a simbólica data de 25 de novembro, para a qual está previsto um evento a anunciar em breve, que decorrerá no Palácio da Bolsa. 

É de salientar ainda que, neste ano e a pretexto do Bicentenário, a Universidade do Porto irá homenagear excecionalmente cinco figuras eminentes da FMUP. São cinco personalidades – Júlio Dinis, António Plácido da Costa, José Leite de Vasconcelos, Luís de Pina e Daniel Serrão – que se destacaram não só na Medicina, mas também na Literatura, Ética, História e Arqueologia. 

Realça-se que para todas estas atividades é importante o trabalho conjunto dos estudantes, docentes e técnicos da FMUP, com importante destaque para a Unidade de Gestão de Comunicação, Núcleo de Arquivo e Museus da FMUP.  

Para terminar, é importante reforçar que comemorar é uma forma de valorizar a memória, trazendo o passado para o presente e refletindo sobre a sua importância. Por isso, comemorar os 200 anos da FMUP é importante para a compreensão crítica do nosso percurso coletivo e certamente contribuirá para a projeção da FMUP no futuro. 

José Paulo Andrade
Coordenador dos Museus da FMUP
Representante da Comissão de Organização do Bicentenário

Francisco Cruz
Subdiretor da FMUP 
Representante da Comissão de Organização do Bicentenário

João Bernardes
Presidente do Conselho de Representantes da FMUP

Altamiro da Costa Pereira
Diretor da FMUP

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) vai celebrar o seu Bicentenário com um espetáculo comemorativo na icónica Casa da Música, agendado para o próximo dia 25 de junho, às 21 horas.

Este evento, que será um dos pontos altos das comemorações, terá lugar na emblemática Sala Suggia, com um programa que reúne várias expressões culturais para evocar dois séculos de ensino médico na Invicta.

Sob a batuta do Maestro José Ferreira Lobo, o serão contará com a participação da Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade, dos grupos académicos da FMUP e de estudantes, docentes e antigos estudantes com talento musical, num alinhamento que promete ser único, inesquecível e recheado de surpresas.

Foi precisamente no dia 25 de junho de 1825 que, por alvará régio de D. João VI, foram criadas as Régias Escolas de Cirurgia do Porto e de Lisboa. Este marco histórico representa não apenas o início do ensino cirúrgico moderno em Portugal, mas também o compromisso contínuo com a formação médica e com a investigação científica.

O espetáculo na Casa da Música, que contará com o apoio da Câmara Municipal do Porto e do Jornal de Notícias, será precedido pela tradicional Sessão Solene, que decorrerá na manhã do mesmo dia, às 10h30, na Aula Magna, com os discursos institucionais, atuações dos grupos académicos e um Porto de Honra.

Nesta Sessão deverão participar os vários órgãos e departamentos da Faculdade, membros da comunidade académica, bem como representantes de diferentes entidades e instituições a nível local e nacional que fazem questão de marcar presença num dia que se pretende de júbilo, dentro e fora de portas.

Através desta dupla iniciativa – sob o mote “Inspirar a Saúde, Liderar a Inovação: 200 anos de Medicina” e com uma extensa programação prevista até ao final de 2025 –, a FMUP presta homenagem a dois séculos dedicados ao ensino médico, à ciência e à promoção da saúde, afirmando-se como uma referência incontornável na história da Medicina do país.

– O Jornal de Notícias e a TSF falaram com o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, sobre temas da atualidade, numa grande entrevista enquadrada nas celebrações do Bicentenário.

– O estudo liderado por Joana Ferreira-Gomes, no qual a FMUP vai avaliar os efeitos da suplementação em crianças com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, foi destaque no Público e na Antena 1.

– “Médicos não estão a reportar às autoridades suspeitas de maus-tratos a crianças”. É o título da reportagem do Jornal de Notícias sobre estudo coordenado por Teresa Magalhães, professora da FMUP.

– "O poder dos medicamentos para emagrecer” é o título de um artigo da revista Sábado, que conta com as declarações de João Sérgio Neves, professor da FMUP.

– O Jornal de Notícias, a Rádio Nova e o JPN deram conta da última edição do “Mass Training em Suporte Básico de Vida”, iniciativa organizada pela FMUP no “coração” da cidade do Porto.

– A propósito do Dia Mundial da Esclerose Múltipla, a investigadora Magda Fonseca falou com o Diário de Notícias sobre a divulgação de novos dados acerca desta doença autoimune.

– A professora da FMUP Paula Freitas explicou ao Público o mecanismo de ação dos novos medicamentos para combater a obesidade.

– Um projeto que conta com a participação de Ricardo Horta, professor da FMUP, está a desenvolver um novo substituto de pele humana. Para ler no site do Observador.

– Francisco Nuno Rocha-Gonçalves, professor da FMUP, é o novo secretário de Estado da Gestão da Saúde, como noticiou a Agência LUSA.

– Que papel podem ter os “chatbots” na saúde mental? Miguel Ricou, professor da FMUP, respondeu à questão, no programa “Que Voz é Esta”, podcast semanal da SIC Notícias.

– A CNN Portugal questionou diversos especialistas sobre quais deveriam ser as prioridades do novo governo. Na área da saúde, Sofia Baptista, professora da FMUP, defendeu a importância de garantir médico de família para todos.

– Ao Viral, Paulo Santos, médico e professor da FMUP, falou sobre os sete cancros mais mortais, de acordo com os dados de um relatório internacional.