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Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto |
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Um novo ciclo * |
As funções de direção do Mestrado Integrado em Medicina serão muito influenciadas pelo tempo, cujos extremos serão a continuidade quase imóvel e a reforma, por vezes, ou quase sempre, demasiado ambiciosa. Claramente, tem as suas principais competências partilhadas com os diretores de departamento, a cooperação com os Conselhos Pedagógico e Científico e o controlo pelo Conselhos Executivo e de Representantes. Das suas sugestões e orientações, umas serão projetadas a curto prazo e outras a médio. Numa visão que, reconheço, pode ser muito particular, vejo-me quase como um feitor, talvez por quadrar comigo. Tenho uma paixão não consumada com a agricultura, bastante refreada, é verdade, pela leitura de Eça de Queiroz e pela experiência na minha família. Aprecio imenso o mundo vegetal, embora o conheça muito pouco – se viram o filme Oppenheimer, lembrem-se da pequeníssima cena com Einstein e Kurt Godell, cuja fala é a curtíssima afirmação do seu gosto e respeito pelo mundo vegetal. O mundo vegetal é muitíssimo variado, é lento e silencioso, por inerência sobrevive ao mundo animal, com a exceção notória da ilha da Páscoa. Não podia haver nome mais irónico… Classicamente, ainda antes da escola de Atenas, a interação entre os docentes e os alunos é a transmissão, logo modificação, dos conhecimentos – aquilo que já sabemos condiciona enormemente aquilo que vamos ficar a saber (isto é óbvio, mas o óbvio é quase tão esquecido como aquilo que o não é). A continuidade dos processos nas escolas tem sido abalada mais recentemente, os conhecimentos estão em expansão desde sempre, mas com maior velocidade no último século e isto não é tão benévolo como possa parecer. Pelo contrário, a aversão, contra a demasiado ampla expansão do saber que se torna demasiado insípida para a necessidade de sentimentos imediata e essa aversão impele a todo o lado à busca da simplicidade. Mais, ainda, essa aversão brota da ancestral racionalidade limitada, parceira imprescindível da evolução e seleção. O excesso do conhecimento – “para onde foi o conhecimento com tanta informação, para onde foi a sabedoria com tanto conhecimento” – também é saudado pelo divino Janus, quer o que entra quer o que sai, ou, no dizer de Kuhn, o sítio onde há maior inovação são os cemitérios onde uma geração de cientistas repousa para dar lugar à seguinte com o seu próprio paradigma – na realidade, o excesso do conhecimento pode trazer com razoável probabilidade o regresso do humanista e a obliteração dos especialistas.
Outro dos efeitos laterais do excesso do conhecimento é a tentativa de controlo do cidadão a quem lhe dizem que não vale pena pensar, tudo deve ser deixado aos técnicos. A confrontação com esta ameaça não costuma ter origem no espírito livre, mas nas associações religiosas e abstraindo da essência particular da religiosidade, essa confrontação vai depender de associações organizadas, o que, por seu lado, aponta, mais uma vez, para a falta de autonomia, a necessidade de ser conduzido, a dependência exterior e, na sequência desta, interior, do ser humano dos nossos dias. No fundo, a resistência a uma estrutura só pode ser operada por outra. As faculdades poderiam desempenhar esse papel de liberdade, mas raramente o fazem. Esta defesa da liberdade é anda mais difícil porque a medicina é praticamente, por essência, coletivista – o paradoxo da emergência de uma profissão liberal na fase intermédia do seu desenvolvimento. Os séculos XVIII a XX foram claramente um desvio corrigido pelo regresso à etapa inicial, desta vez sem a religião, logo mais fraca, mas novamente coletiva no século XXI, com a introdução da complicação adicional da regulação e a mais do que conhecida captura do regulador pelo regulado, ou, como disse Herbert Spencer, “a cada aumento da liberdade aparente corresponde uma diminuição da liberdade real”. No meu fraseado, liberdade é igual a responsabilidade.
Apesar da liberdade intrínseca à vida, a medicina, ciência biológica parece precisar da matemática e da física porque não conseguiu introduzir na sua praxis os conceitos da física atual. Recuperando Arthur Clark, “qualquer tecnologia suficientemente avançada não se distingue da magia”.
E mais uma vez de forma inesperada, só será na física que poderemos recuperar solidamente a liberdade, ou o mundo micro a dar lições ao mundo macro, quem diria.
Osler diz que “um bom médico trata a doença, um grande médico trata o paciente com a doença” e “aquele que estuda medicina sem livros navega em mares não cartografados, mas aquele que estuda medicina sem doentes não sai sequer para o mar”.
José Gerardo Oliveira Diretor do Mestrado Integrado em Medicina
* Excerto do discurso proferido na Cerimónia do Ciclo Clínico (12 de setembro de 2023)
Discurso integral da Cerimónia do Ciclo Clínico
Discurso da Cerimónia de Receção aos Novos Estudantes
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FMUP REALÇA IMPORTÂNCIA DE UM MELHOR CONTROLO DO PESO DURANTE A GRAVIDEZ |
Um ganho de peso adequado durante a gravidez pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 no período pós-parto em mulheres que têm diabetes gestacional, uma doença metabólica comum. Um estudo nacional retrospetivo realizado por investigadores da FMUP avaliou os dados de mais de dez mil mulheres e veio mostrar que os quilos ganhos durante a gravidez têm, de facto, um papel importante na persistência da diabetes ao longo do tempo.
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INVESTIGADORES DEFENDEM ALARGAMENTO DA VACINAÇÃO CONTRA O HPV |
O alargamento da vacinação contra o vírus do Papiloma Humano (HPV) a adolescentes e jovens adultos do sexo masculino que não tenham iniciado a sua vida sexual pode reduzir o risco de infeção pelo vírus e o desenvolvimento de doenças associadas, como o cancro. Desenvolvido por investigadores da FMUP, o estudo revela uma eficácia maior da vacina em homens sem infeção pelo HPV, o que corresponde aos rapazes mais novos, apresentando também evidência da eficácia da vacina em homens até aos 26 anos, com ou sem história de infeção por HPV.
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Uma semana para celebrar a arte e a ciência na FMUP |
Pelo segundo ano consecutivo, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) voltará a estar em festa ao longo de uma semana. Entre os dias 2 e 6 de outubro, a “Semana da FMUP” vai reunir um conjunto de iniciativas institucionais de natureza pedagógica, científica e cultural dirigidas à sua comunidade académica. As celebrações têm início no dia 2 de outubro (segunda-feira), às 21h00, com a apresentação da peça “A conta, por favor!”, levada a cena pelo Grupo Amador Teatro Universitário (GATU-FMUP).
Dividida em pequenos enredos que abordam assuntos frágeis como os relacionamentos entre pares em diversos contextos, social e psicologicamente disfuncionais, e as dificuldades da comunicação humana em situações de precária saúde mental, a nova peça do GATU promete voltar a surpreender a plateia com os dotes artísticos destes futuros médicos. Num registo leve e divertido, o texto promete levar o público a refletir sobre temas da atualidade.
No dia seguinte (3 de outubro), a programação arranca com a reunião “Educação Médica”. Nesta sessão, será debatido o presente e o futuro da educação médica em Portugal. O desinvestimento na educação médica, a transição entre o curso e o internato e a valorização da carreira serão alguns dos temas em discussão.
Para finalizar a noite da melhor maneira, o “Soirée da AEFMUP” irá dar palco aos talentos escondidos de estudantes, técnicos e docentes, num espetáculo que promete estimular a criatividade e divertir o público presente no Teatro Sá da Bandeira (início às 21 horas). Como ditam as regras dos programas de talentos, caberá a um júri especialmente designado para o efeito a avaliação dos protagonistas e a consequente escolha do vencedor.
Para o dia 4 de outubro, está reservado um dos pontos altos da semana, em que a FMUP voltará a celebrar o sucesso académico e científico dos novos médicos, mestres, doutorados e professores agregados. O “Dia da Graduação” realiza-se na Aula Magna, a partir das 15h30 (receção dos convidados), celebrando uma das mais importantes etapas académicas e científicas dos jovens médicos e dos académicos que se dedicam à investigação na área da saúde.
No mesmo dia, às 21h30, no Hall do CIM, a FMUP convida toda a comunidade académica, nomeadamente os seus estudantes e académicos graduados, a marcar presença na “Festa da Graduação”, um momento de celebração que será preenchido por música (atuações da “Bamba Social” e da dupla de DJs “LBs”), street food e muita animação.
A “Semana da FMUP” encerra no dia 6 de outubro com o concerto “Projeto Mozart”, por parte da Ópera na Academia e na Cidade. No Auditório CIM, às 21h00, os convidados serão presenteados com o “Concerto para Clarinete em Lá maior, K.622” e a “Sinfonia n.º 40 em Sol menor, KV. 550”.
Mais informações e inscrições
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FMUP LIDERA ENCONTRO PARA DEBATER A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA SAÚDE |
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FMUP E CÂMARA DO PORTO ENSINAM POPULAÇÃO A ATUAR EM CASO DE EMERGÊNCIA |
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UM DIA "MEMORÁVEL" PARA OS ESTUDANTES DE MEDICINA DA FMUP |
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INVESTIGAÇÃO DA FMUP VENCE PRÉMIOS EM CONGRESSO DA SOCIEDADE RESPIRATÓRIA EUROPEIA |
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FMUP NOS MEDIA |
- Paula Freitas, professora da FMUP, foi ouvida pelo Público a propósito dos fármacos utilizados para a diabetes e perda de peso. - A RTP veio conhecer a história de Maria Antónia Sousa, a estudante com a melhor média de entrada em medicina, que ingressou na FMUP com 19,9 valores.
- Em entrevista ao Expresso, o professor da FMUP João Massano comentou o recente caso em que foi retirado um parasita do cérebro de uma mulher, na Austrália.
- “Estudo da FMUP mostra que pessoas com doenças autoimunes têm receio de vacinas” pode ler-se no site do Público.
- Andreia Neves, investigadora na FMUP, explica ao Viral como, quando e por quanto tempo deve dormir um bebé até aos 24 meses.
- O Jornal de Notícias dá conta do estudo da FMUP que demonstrou que a baixa massa muscular está relacionada com o fígado gordo não alcoólico.
- “O fármaco que as grávidas não devem tomar, mas continua a ser prescrito” é o título da notícia publicada pela Sábado, a propósito do estudo da FMUP que está a recrutar participantes.
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Edição: Unidade de Gestão de Comunicação - FMUP | Redação: Olga Magalhães, Daniel Dias, Cláudia Azevedo | Infografia e Imagem: Bárbara Mota, Miguel Alves e Hugo Silva | Produção: Pedro Sacadura
A equipa editorial da FMUP reserva-se o direito de selecionar os conteúdos informativos Sugestões e pedidos de inserção/remoção da mailing list para comunicacao@med.up.pt
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