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Serviço de cuidados intensivos Neurocríticos do Hospital de São João, no Porto, 26 de outubro de 2020. As “doenças de inverno” que habitualmente lotam os serviços dos hospitais ainda não chegaram, mas no Centro Hospitalar Universitário de São João há alas esgotadas devido à “pressão” da covid-19, algo que os especialistas veem com “muita preocupação”. (ACOMPANHA TEXTO DA LUSA DO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2020). ESTELA SILVA/LUSA
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ESTELA SILVA/LUSA

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A evolução da pandemia no Norte: o que justifica que os casos tenham crescido 180% num mês?

No Norte há 62 concelhos com risco elevado. Mais de um terço dos casos e de 65% das mortes aconteceram desde dia 14 de outubro. Grande mobilidade, empresas sem teletrabalho são alguns dos motivos.

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Casas sobrelotadas, elevada densidade populacional, empregos que não permitem o teletrabalho e grande mobilidade entre os municípios são as justificações mais prováveis para o aumento do número de casos de infeções pelo novo coronavírus a que se tem assistido na região Norte, diz a médica de Saúde Pública Teresa Leão. Uma estrutura empresarial na região muito baseada em pequenas e médias empresas e um grande números de polos universitários são outras hipóteses apontadas pelo especialista em Medicina Geral e Familiar Carlos Martins.

E há fatores que serão comuns a várias regiões — ou, no mínimo, à região Norte e de Lisboa e Vale do Tejo —, como o relaxamento das medidas pelos cidadãos, em parte relacionado com falhas na comunicação, diz ao Observador o investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis). Mas também é preciso considerar os eventos superdisseminadores, quando várias pessoas são infetadas no mesmo local num curto espaço de tempo, ou o relaxamento dentro das empresas, como não manter sempre a máscara ou as pessoas estarem mais próximas nas horas da pausa.

São hipóteses dos médicos que analisam a situação, mas chegar a uma conclusão definitiva não é fácil. O vírus está espalhado na comunidade e não apenas associado a surtos específicos e circunscritos a um determinado local e, pior, as equipas de saúde pública esgotaram a capacidade de conseguir acompanhar todos os novos casos e fazer os inquéritos epidemiológicos a tempo de se evitarem novos contágios. Os médicos concluem que, sabendo que se avizinhava uma nova vaga, o país devia ter-se preparado melhor.

Entre os fatores que afetaram todo o país e aqueles que podem ter contribuído mais para a evolução tão rápida na região Norte — onde, no espaço de cerca de um mês, cresceu em cerca de 180% o número de infeções —, o Observador apresenta-lhe o retrato possível da situação com dados até 12 de novembro.

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Durante o verão, o vírus continuou a disseminar-se

Se recuarmos a março, ainda antes de ser decretado o estado de emergência, já as escolas tinham fechado e os portugueses estavam recolhidos em casa. Aguardavam todos que o problema se resolvesse depressa e que se voltasse rapidamente à vida normal. Mas foi preciso mais de um mês e meio para começarem a sair, primeiro a medo — principalmente nas duas primeiras semanas de maio —, depois com uma confiança crescente, conferida sobretudo pelos números relativamente baixos e estáveis de novas infeções diárias.

"Depois de um verão muito tranquilo [em termos de infeções e óbitos], as pessoas sentiram que a pandemia tinha passado e que já estavam à vontade para fazerem uma série de celebrações em conjunto."
Teresa Leão, Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto

Carlos Martins critica, no entanto, que Portugal não tivesse sido mais ambicioso, que não tivesse procurado reduzir ainda mais o número de novos casos positivos de SARS-CoV-2 registados em cada dia, porque o que se passou durante o verão é que o vírus se continuou a disseminar pelo país sob a ideia de que a situação estava controlada. Com o regresso da atividade profissional e escolar em setembro já era esperado que surgisse uma segunda vaga, diz o professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

“Depois de um verão muito tranquilo [em termos de infeções e óbitos], as pessoas sentiram que a pandemia tinha passado e que já estavam à vontade para fazerem uma série de celebrações em conjunto”, diz ao Observador Teresa Leão. A médica acrescenta que ainda não tem dados sobre esta hipótese, mas que a perceção que tem, juntamente com os colegas, é que os casamentos, batizados e outras celebrações que teriam normalmente acontecido em junho, julho ou agosto foram, em parte, concentradas em setembro.

A Direção-Geral de Saúde tem, de facto, apontando várias vezes as reuniões entre familiares e amigos como a principal causa da disseminação do vírus. Carlos Martins concorda que são os contactos sociais mais próximos e sem máscara que aumentam o risco de transmissão, mas não só aqueles que acontecem entre familiares e amigos, também os que acontecem nas cantinas e refeitórios de escolas e fábricas, nos momentos de pausa ou nas aulas de educação física. O médico de Medicina Geral e Familiar critica que se tenha transmitido a ideia de que era seguro frequentar restaurantes. Esplanadas ou espaços abertos e take-away deviam ser incentivados, diz, mas, “em ambientes fechados, a distância física de dois metros não é suficiente, nem há propriamente uma distância segura porque depende do número de pessoas no espaço e da circulação do ar”.

Carlos Martins fala também dos locais de trabalho, onde as pessoas deviam estar sempre de máscara colocada e com o devido distanciamento físico, porque considera que “também aí houve algum facilitismo”. Teresa Leão encontra ainda outro problema: as pessoas não dão o devido valor aos sintomas, não se preocupam muito se tiverem alguma tosse ou sintomas ligeiros como os de uma constipação.

“As pessoas consideram a Covid-19 uma doença grave, mas esquecem-se que qualquer sintoma respiratório que possam ter pode ser sinal de Covid-19”, diz a médica. “Como não valorizam, continuam a ter momentos de proximidade, como nas jantaradas.” Teresa Leão, no entanto, afasta-se da postura do primeiro-ministro António Costa e diz que “não podemos culpabilizar as pessoas”: “De facto, é difícil perceber se é Covid-19 ou não numa altura do ano em que as doenças respiratórias são muito frequentes”.

Dos convívios à perda do rasto dos contactos de risco

Mas se todos os problemas referidos podem ser encontrados em qualquer zona do país, o que justifica a explosão no número de infeções no último mês e meio na região Norte? Seriam precisos estudos psicológicos e sociológicos para o afirmar com certeza, mas os dois médicos arriscam algumas hipóteses e têm todas uma base comum: contribuem para um aumento dos contactos sociais de risco.

No emprego

O regresso à atividade laboral depois de um verão relativamente tranquilo fez com que muitas empresas tivessem optado por deixar o teletrabalho e regressado à atividade presencial. Além disso, muitas das empresas na região Norte nunca deixaram de trabalhar, mesmo durante o primeiro confinamento. Nestas empresas existem alguns fatores que podem contribuir para o aumento do risco: existe muita indústria, o que implica que as pessoas não consigam estar em teletrabalho; muitas delas são pequenas ou médias empresas, por vezes de cariz familiar, onde as pessoas se conhecem bem e os contactos de proximidade são facilitados; e existe uma grande mobilidade entre municípios.

Teresa Leão reconhece também que algumas empresas não cumprem todas as regras necessárias e que os trabalhadores mais vulneráveis, como os imigrantes ou trabalhadores informais, são aqueles que mais sofrem as consequências da pandemia. Por um lado, por vezes não estão abrangidos pelos apoios sociais, o que significa que se não trabalharem (mesmo doentes) não vão ter dinheiro para comer. Por outro, por terem uma condição precária perante o emprego e medo de serem despedidos, não exigem melhorias nas condições de higiene e segurança.

Nos momentos de convívio

Outras empresas cumprem escrupulosamente as medidas de prevenção da transmissão do SARS-CoV-2: máscaras bem ajustadas durante todo o dia, distanciamento físico no horário de trabalho e higienização constante. O problema são os momentos de pausa, sobretudo ao almoço, em que as máscaras não são usadas, as pessoas estão mais descontraídas e passam mais tempo juntas a conversar.

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Carlos Martins aponta ainda outro tipo de convívios: entre os estudantes universitários, que provocaram uma série de surtos em várias universidades do país no regresso às aulas. O médico arrisca mesmo dizer que isto pode ter agravado a situação no Norte em relação às restantes regiões por existirem na região mais polos universitários. De facto, e de acordo com os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, a região Norte tinha, no ano letivo de 2019/2020, 100 estabelecimentos de ensino superior (40 universidades e 60 politécnicos) e a Área Metropolitana de Lisboa tinha 86 (50 universidades e 36 politécnicos).

No esgotamento dos recursos

“Há outro elemento que entra aqui no meio e que tornou explosivo o crescimento de casos no Norte”, diz a médica de Saúde Pública. “A partir do momento em que surgem muitos casos de Covid-19, as unidades de saúde pública começam a ter muita dificuldade em fazer atempadamente o inquérito epidemiológico e, obviamente, colocar pessoas que são contactos de alto risco em isolamento.” Resultado: as pessoas que tiveram contactos de alto risco, mesmo sem saber, continuam a circular nas ruas e a conviver com os outros por não saberem que corriam o risco de estar infetados.

O problema está identificado: as unidades de Saúde Pública no Norte atingiram o limite e perderam a capacidade de fazer um rastreamento organizado — mais ou menos o que aconteceu na região de Lisboa e Vale do Tejo antes do verão. “Era essencial que tivéssemos preparado as unidades de saúde pública com muito mais gente, pessoas que soubessem fazer inquéritos epidemiológicos, pessoas que percebessem de saúde pública”, diz Teresa Leão. A solução parece ser, agora, contar com pessoas que sejam deslocadas para estes serviços para dar apoio e incentivar os cidadãos para serem os seus próprios agentes de saúde pública e os daqueles que lhe são mais próximos.

Mais de metade dos municípios de risco elevado estão na região Norte

Na semana de 12 a 19 de outubro, Paços de Ferreira, Penafiel, Lousada, Paredes, Porto e Felgueiras foram os concelhos que mostraram os maiores aumentos no número de novas infeções — mesmo só incluindo as notificações médicas feitas no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Sinave) e não as notificações laboratoriais. Três destes concelhos —Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira — ficaram obrigadas desde o dia 23 a uma série de restrições, incluindo dever de confinamento domiciliário, grupos limitados a um máximo de cinco pessoas e estabelecimentos a ter de fechar às 22 horas.

Dia 31, a lista dos três concelhos em situação de risco de contágio elevado foi aumentada para 121 — todos aqueles que tinham “mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias”, segundo os critérios seguidos pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC). Desses 121 concelhos, 62 estavam localizados na região Norte e 30 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 12 são capitais de distrito em Portugal continental (das 18 existentes) e é abrangida cerca de 70% da população residente no continente (7,1 milhões de habitantes). Esta quinta-feira, passaram a 191, 70 na região Norte.

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Dever de confinamento e recolhimento obrigatório entre as 23h00 e as 5h00 são algumas das medidas impostas a este conjunto de municípios. Mas as pessoas, confirma agora a PSE, começaram a ficar mais em casa logo a partir do momento em que se registaram os maiores aumentos no número de infeções, ou seja, a partir da semana que começou a 12 de outubro. Só que, como mostram os dados, desde o início da pandemia que as pessoas da Área Metropolitana de Lisboa sempre se recolheram mais em casa do que as da Área Metropolitana do Porto — o acesso ou não ao teletrabalho pode justificar parte da diferença.

Em termos globais, a consultora PSE assistiu a um aumento do confinamento no país a partir daquela semana de outubro, que ronda agora os 33%, e é superior aos 25 a 28% que eram normais na época pré-pandemia. Da experiência adquirida ao longo da pandemia, a PSE afirma, num relatório divulgado esta quarta-feira, que “a diminuição do confinamento tem um impacto negativo no número de casos”, mais 50% em 12 a 14 dias, e que, em sentido contrário, “o aumento de casos tem um impacto positivo no confinamento” — quando os números aumentam há mais 20% das pessoas em casa em 2-3 dias.

Tendo em conta alguns dos fatores de risco apontados pelos investigadores, identificámos os cinco concelhos com:

  • Maior densidade populacional: Porto, Matosinhos, São João da Madeira, Vila Nova de Gaia e Maia;
  • Maior número de alojamentos sobrelotados (divisões a menos para o número de pessoas): Vila Nova de Gaia, Porto, Gondomar, Matosinhos Guimarães;
  • Maior proporção de pessoas a recebe Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção: Porto, Murça, Peso da Régua, Resende e Santa Maria da Feira;
  • Maior proporção de trabalhadores qualificados na indústria e construção e não qualificados em relação à população ativa: Paços de Ferreira, Lousada, Paredes, Baião e Penafiel.

Veja a situação em cada concelho passando o cursor sobre o mapa e analise a situação global em cada região.

A solução é diminuir os contactos de risco

Usar corretamente a máscara (limpa, sobre o nariz e a boca e bem ajustada à cara) sempre que estamos num espaço fechado ou a menos de dois metros de outras pessoas é a medida mais repetida. Mas não funciona sozinha. O distanciamento mínimo de dois metros (e já agora pelo menor tempo possível) é outra das medidas apontadas como muito eficaz. Depois, é combinar isto com os restantes fatores demográficos e económicos. Até pode parecer fácil, mas não é.

A regra fundamental, dizem os especialistas ouvidos pelo Observador, é diminuir os contactos de risco (de proximidade e sem máscara). Medidas restritivas como o recolher obrigatório em determinados horários é uma forma muito indireta de se alcançar resultados — ou até ineficaz, segundo os especialistas. Restringir a circulação aos contactos à noite ou ao fim de semana, deixando que as pessoas façam uma vida normal durante a semana, vai permitir, ainda assim, que o vírus se continue a disseminar, dizem os médicos.

"O problema é que quando existe incoerência nas mensagens, como ocorreu muito frequentemente em todo este processo, a fadiga começa a vir ao de cima e começa a haver muito ruído de comunicação."
Carlos Martins, Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde

A consultora PSE também questiona até que ponto as medidas de restrição da mobilidade terão o efeito desejado. Desde o início de outubro que o confinamento em casa, entre as 23 horas e as 5 horas do dia seguinte esteve sempre acima dos 90%, refere a PSE no relatório desta quarta-feira. Mas acrescenta: “Se, por um lado, os portugueses estão a cumprir o recolher obrigatório, por outro estão também a desenvolver as suas atividades com normalidade”. Isto porque 90% das pessoas sai de casa pelo menos uma vez por semana e apenas cerca de 30% fica em casa durante os dias da semana.

Para diminuir os contactos de risco e a mobilidade das pessoas, os investigadores e a PSE sugerem:

  • Ensino online para alunos do terceiro ciclo e superior e/ou aulas alternadas (presenciais e à distância) para vários ciclos de ensino;
  • Uso de máscara nas aulas de educação física;
  • Alargar a pausa letiva do Natal para quatro semanas;
  • Cantinas e refeitórios em horários desfasados e espalhados por outras salas que estejam livres;
  • Inibição de circulação entre concelhos específicos, mas diminuir a hipermobilidade;
  • Recolha do perfil de mobilidade nos inquéritos epidemiológicos, para identificar supertransmissores;
  • Incentivar o teletrabalho.

Além de tudo isto, é necessário reorganizar os cuidados de saúde. Os médicos de família têm de voltar a tratar os seus doentes, defende Carlos Martins, também ele médico de Medicina Geral e Familiar. “Se isso não for feito, vamos ter uma mortalidade sazonal [associada ao inverno e ao frio] superior ao normal.” Para o especialista, os médicos de família têm de deixar de fazer os contactos diários com as pessoas que estão em isolamento ou quarentena sem sintomas ou apenas sintomas ligeiros. Esse trabalho pode ser feito por profissionais não médicos, forças militares, voluntários, estudantes das áreas da saúde ou mesmo através de uma plataforma online onde o doente possa reportar os sintomas.

Teresa Leão destaca, no entanto, uma medida importante na área da saúde e que acaba por se relacionar com o emprego: o facto da linha SNS24 poder emitir uma declaração provisória em como não pode ir trabalhar porque se encontra em isolamento profilático. É que o atraso nas equipas de rastreio e a falta de justificação médica para as pessoas que não podiam faltar ao trabalho nem ficar a trabalhar a partir de casa, empurrava os trabalhadores para uma situação em que se tornavam potenciais veículos de infeção das pessoas com quem contactassem.

Olhando para a situação atual e para as mensagens que são divulgadas pelo Governo e autoridades de saúde, Carlos Martins confessa-se preocupado. O tipo de narrativa em que “estamos a fazer sacrifícios para salvar o Natal”, faz o médico pensar que “estamos prestes a cometer os mesmos erros”. Ou seja, desconfinamos com muita confiança, como no verão, juntamos as famílias todas no Natal, e no início do próximo ano “corremos o risco de avançar rapidamente para uma terceira vaga”.

Titulo corrigido às 19h20

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