A iLoF – Intelligente on Fiber, uma spin-off da Universidade  do Porto nascida no INESC TEC e atualmente incubada na Faculdade de Medicina (FMUP) assinou, nos Estados Unidos da América (EUA), um acordo de financiamento com o fundo M12 da Microsoft e com a Mayfield no valor de 1 milhão de dólares, para intervir em três áreas: Alzheimer, cancro e COVID-19.

A iLOF tem vindo a destacar-se internacionalmente pelo desenvolvimento de uma tecnologia patenteada de deteção de nanoestruturas em fluídos. Através de uma plataforma virtual, a spin-off digitaliza e armazena perfis biológicos de pacientes e biomarcadores de doença.

O mercado americano é um dos maiores do mundo a nível de estudos clínicos e, neste sentido, o financiamento agora obtido constitui um forte impulso no negócio da empresa. “Irá ajudar a acelerar as nossas colaborações com os nossos parceiros clínicos na Europa e nos EUA, aproximando-nos do nosso objetivo de tornar a experiência de desenvolvimento de medicamentos muito mais humana e conveniente para os pacientes, enquanto tornamos o processo muito mais eficiente e flexível para a indústria”, afirma Luís Valente, CEO da iLoF.

“A nossa missão é acelerar uma nova era de medicina personalizada, ajudando a indústria a desenvolver, escolher e democratizar tratamentos personalizados para pacientes em todo o mundo”, acrescenta aquele responsável.

Com base numa amostra de sangue, a tecnologia da iLOF consegue fazer análises de múltiplos perfis biológicos, identificando, por exemplo, se um paciente tem biomarcadores que indiciam Alzheimer, um grau mais ou menos agressivo de cancro, se vai desenvolver sintomas profundos provocados pela COVID-19 ou, então, tornar-se assintomático.

iLOF: Uma empresa em expansão

Este financiamento proveniente dos EUA surge numa altura em que a spin-off se encontra no programa de aceleração “Portugal to Take Off”, lançado pela AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, para ajudar empresas portuguesas de base tecnológica a entrar no mercado da Califórnia.

Com uma “carteira” de clientes que inclui inúmeros hospitais e duas das quatro maiores farmacêuticas mundiais, a iLOF está também a colaborar com o Hospital de São João num projeto que visa apoiar o corpo clínico a estratificar os pacientes de COVID-19, identificando os que devem ser internados ou enviados para isolamento em casa.

A empresa conta atualmente com 15 colaboradores, aos quais se devem juntar mais cinco até ao final de 2020. A equipa de desenvolvimento encontra-se incubada na FMUP, sendo acelerada na Oxford Foundry, a aceleradora da Universidade de Oxford, em Inglaterra.

Recorde-se que, no final de 2019, a iLoF já tinha recebido um financiamento de 2 milhões de euros no âmbito de um programa de aceleração do EIT Health – o maior consórcio da área da saúde no Mundo – para projetos disruptivos na área da saúde. O valor está a ser aplicado no desenvolvimento de ferramentas nos domínios da Inteligência Artificial e da Fotónica, com potencial para serem usadas em tratamentos inovadores para a doença de Alzheimer.