Cerca de 240 estudantes do 4.º ano do Mestrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) iniciaram esta semana mais uma etapa do percurso académico, ao vestirem, pela primeira vez, a bata branca, um símbolo da prática clínica em todo o mundo.

Em substituição da Aula Magna da FMUP, o Estádio do Bessa foi o local escolhido para receber, com as devidas condições de segurança, higiene e de distanciamento definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a “Cerimónia de Transição para o Ciclo Clínico 2020/2021”, que assinala a entrada nos anos clínicos do curso.

De uma forma simbólica, a cerimónia visa relembrar os futuros médicos da FMUP das responsabilidades humanas, da importância da compaixão e da empatia inerentes à profissão médica.

Ao ritmo de guitarras, pandeiretas e cânticos universitários, a cerimónia da bata branca contou também com as atuações do Grupo de Fados e das duas tunas da FMUP (masculina e feminina).

“Aproveitem ao máximo os próximos anos”

Dulce Madeira, diretora do Mestrado Integrado em Medicina, recordou o dia em que conheceu os estudantes presentes na cerimónia, na altura a iniciarem o percurso académico, em 2017. Das muitas lições aprendidas ao longo da “primeira parte” do curso, a professora da FMUP realçou a importância da transição, pelo “contacto com os pacientes que será agora uma realidade constante”.

“Aproveitem ao máximo o tempo passado nas enfermarias, com os vossos professores e doentes”, exortou a docente aos futuros médicos da FMUP.

“Façam com que a bata seja valiosa”

Em representação do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), Carlos Silva lembrou os novos desafios que a atual pandemia provocou no ensino da Medicina e desejou a melhor das sortes aos estudantes que iniciam agora uma nova etapa.

Já o presidente da Associação de Estudantes da FMUP (AEFMUP) recordou que a bata deve ser usada como símbolo de algo que traz felicidade e esperança para as pessoas. “Façam com que a bata seja valiosa”, referiu Nuno Ferreira durante o discurso dirigido aos colegas de curso.

A bancada central do Estádio do Bessa foi o palco escolhido para a Cerimónia de Transição para o Ciclo Clínico 2020/2021 da FMUP. (Foto: FMUP)

Estudantes fizeram juramento ético

“Respeitar a bata branca significa respeitar o doente e isso significa ouvi-lo e tratá-lo com carinho”. Nas palavras de Francisco Cruz, subdiretor da FMUP, a “empatia é absolutamente fundamental para se estabelecer uma relação entre o médico e o doente, que se vai manter ao longo do tempo”.

No momento de envergar a bata, os estudantes, que mantiveram uma distância de dois metros entre si ao longo da bancada poente do Estádio do Bessa, levantaram-se das cadeiras e juraram cumprir os altos deveres éticos e médicos perante os doentes, colegas e professores.

Já com a bancada “pintada” de branco, os estudantes do 4.º ano ouviram as palavras do diretor da Faculdade de Medicina da U.Porto, que destacou a oportunidade de se aproveitar as vivências positivas, mesmo as que são vividas em tempos de pandemia.

Altamiro da Costa Pereira encerrou a Cerimónia ao endereçar um especial agradecimento à direção do Boavista pela cedência do espaço.