A investigadora Emília Pinto Miquidade, estudante de doutoramento da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), acaba de ser distinguida com o Prémio Maria das Neves Rebelo de Sousa, por um projeto para a integração dos Cuidados Paliativos no Sistema Nacional de Saúde em Moçambique.

“Efetivamente, o país tinha elevada necessidade de prestação de cuidados paliativos, já que a maior parte dos pacientes oncológicos sofria não só pela ausência destes serviços, bem como pelo limitado conhecimento sobre esta temática por parte dos profissionais de saúde”, esclarece Emília Pinto Miquidade.

De acordo com a estudante do Programa Doutoral em Cuidados Paliativos da FMUP, verificava-se uma “escassez de medicamentos essenciais para os cuidados paliativos, particularmente os opióides”, em que, por exemplo, “mais de 90% dos pacientes não tinham acesso a morfina”.

Neste momento, os serviços de Paliativos já foram integrados no sistema de saúde moçambicano, com a abertura da primeira Unidade de Dor e Cuidados Paliativos no Hospital Central de Maputo. No entanto, Emília Pinto Miquidade defende que “os paliativos deveriam ser incluídos em todas as políticas e orçamentos nacionais, integrados em todos os níveis de cuidados de saúde”.

No valor de 7.500 euros, o galardão vem premiar o trabalho desenvolvido no âmbito da tese de doutoramento “Avaliação das necessidades dos Cuidados Paliativos em Moçambique e proposta de integração no Sistema Nacional de Saúde”, orientada por Guilhermina Rego, professora da Faculdade de Medicina da U.Porto.

Sobre o Prémio

Instituído pela primeira vez em 2019, o Prémio Maria das Neves Rebelo de Sousa tem como finalidade reconhecer individualidades ou organizações que, pela sua relevância e pelo trabalho desenvolvido, se tenham distinguido na área da Responsabilidade Social em Moçambique.

Atribuído pela Câmara de Comércio Portugal Moçambique, o nome do galardão homenageia o contributo de Maria das Neves Rebelo de Sousa – mãe do Presidente da República portuguesa – enquanto uma das primeiras Assistentes Sociais de Portugal e que dedicou parte da sua vida nas causas sociais e humanitárias em Moçambique, nomeadamente entre 1967 e 1970.