A rotina de Juliana foi um processo quase automatizado, calculado ao minuto, ao longo de quatro anos. Todos os dias pareciam iguais. “Acordava em Aveiro às 5h45 e a minha mãe dava-me boleia até à estação. Eu apanhava o comboio às 6h19 para o Porto, onde chegava às 7h30, a tempo de apanhar o metro para estar na faculdade às 8h00. Chegava sempre cheia de fome”, recorda a jovem de 25 anos ao Expresso.
Este era apenas o capítulo matinal da odisseia. “Tinha aulas na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto durante a manhã, por volta das 13h00 regressava de comboio para Aveiro, onde tinha a minha avó à espera para me dar o almoço e me levar à Universidade de Aveiro para ter aulas até às 18h00 ou às 20h00”, conta Juliana Couras, para quem a jornada ainda não tinha terminado. “Quando chegava a casa, ainda havia a parte de estudar até depois da meia-noite”, nota, lembrando o “ritmo muito acelerado de vida” em que “dormia muito pouco”. Todo este esforço hercúleo, com maratonas diárias entre duas cidades, foi feito em nome de um sonho, ou melhor, dois: fazer os mestrados integrados em Medicina e em Engenharia Computacional ao mesmo tempo.
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