O projeto da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que irá avaliar qual a relação entre o sono e o desenvolvimento psicomotor na infância, recebeu cerca de 300 inscrições em apenas três semanas, algo que estimavam acontecer num prazo de quatro a seis meses. Esta afluência de respostas demonstra que a qualidade do sono das crianças é uma das maiores preocupações dos pais.
Andreia Neves, investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto sente que o sono é uma área onde ainda não existem muitas orientações, por isso achou “que participar num estudo pode ajudar a que essas recomendações começem a existir”.
O estudo pretende obter orientações claras de boas práticas e um conhecimento credível da realidade nacional, dando respostas aos pais sobre está questão que afeta toda a familia.
Margarida Araujo, mãe de uma das participantes do estudo, queixa-se de despertares noturnos, “por volta da meia noite há sempre um despertar, são despertares recorrentes geralmente sempre às mesmas horas, às 02:00, 04:00, 06:00 Por vezes, acorda às 06:00 e não volta a adormecer”. Para além de prejudicar o rendimento da criança durante o dia, “a parte mais dificil é conseguir conciliar uma má noite de sono com um dia de trabalho. A minha principal atenção é mesmo puder ter dias mais produtivos”, conta Margarida
O estudo é feito através de várias fases. Na primeira de três sessões, é feita uma avaliação psicomotora da criança. Para além de outros parâmetros, as crianças terão um aparelho que mede a exposição à luz durante 72 horas consecutivas. Será também feita uma recolha de urina para medir os níveis de melatonina, uma hormona que contribui para regular o relógio biológico.
As crianças em estudo têm entre 18 meses e dois anos e três meses.
O objetivo do estudo é dar respostas a perguntas como “Quantas horas dormem as nossas crianças? Se têm ou não rotina regular? Se a qualidade do sono delas é boa? Se isso está relacionado com melhor ou pior desempenho nas diferentes áreas do desenvolvimento?” , afirma Andreia Neves, investigadora na Faculdade de Medicina da Univercidade do Porto,
As crianças serão seguidas ao longo de dois anos, sendo feitas três avaliações: no início do estudo, um ano depois e no final do estudo.