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LIVRO DE OBRA: O edifício d' A Nacional
nos Aliados
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Lançamento de Livro • Fundação Marques da Silva • 30 nov'24
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"Não são só o pó, nem o barulho, nem os imprevistos constantes. Uma obra é um momento transitório, um sinal de esperança para um futuro que se imagina."
No próximo sábado dia 30 de Novembro, pelas 16h00, na Fundação Marques da Silva, no Porto, vai ser apresentada a mais recente obra da Dafne Editora, Livro de Obra: O edifício d’A Nacional nos Aliados. Nesta edição, tornada possível graças ao apoio da Fundação Marques da Silva e da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, regista-se em 184 páginas, com fotografias, desenhos e textos, a metamorfose d’ A Nacional entre 2021 e 2024, quando os escritórios da antiga companhia de seguros na Avenida dos Aliados, no Porto, projetados por José Marques da Silva entre 1919 e 1925, se transformaram em habitações.
Para este momento de apresentação do livro estarão presentes Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, e os autores, Francisco Ascensão, Cristina Guedes, Francisco Vieira de Campos e André Tavares.
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JOSÉ MANUEL SOARES Arquiteto e Professor
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Há um novo Arquivo na Fundação Marques da Silva
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José Manuel Soares nasceu no Porto, em 1953. Filho de uma arquiteta, Maria Júlia Gaspar Teixeira, chegado que foi o momento de optar por uma formação, acabou por eleger a Arquitetura em detrimento de um outro interesse, o da Medicina. Perdeu-se um médico, ganhou-se um arquiteto. José Manuel Soares frequentou a Escola Superior de Belas Artes do Porto, entre 1971 e 1977, e aí lhe foi proporcionada a possibilidade de participar, ainda estudante, nas equipas do SAAL para os bairros do Leal e da Arrábida. Colaborou com vários arquitetos entre 1978 e 2002, nomeadamente com Álvaro Siza e Henrique Carvalho, mas desde 1995 estabeleceu o seu próprio atelier. Por lá passaram colaboradores como Pedro Martins, João Pedro Carneiro, Julião da Eira, entre outros, ou o engenheiro civil João Soares, seu irmão e sócio.
Do muito que projetou e construiu com a sua equipa, nos campos da Arquitetura e Urbanismo, tanto em Portugal como no estrangeiro, das moradias aos grandes equipamentos públicos, destaca-se a constante procura de uma linha de continuidade entre o construído e a leitura da sua envolvente, o respeito pela memória dos lugares, a flexibilidade dos projetos, a expressividade das volumetrias onde, seguindo uma abordagem plástica e formal contemporânea, nunca comprometeu a qualidade da essência material e arquitetónica do edificado. Entre as obras mais conhecidas refira-se, só na cidade do Porto, o Planetário e Centro de Astrofísica do Porto (1995-98), a Biblioteca Almeida Garrett e a Galeria Municipal (1994-2000), o novo edifício para o ICBAS/FFUP (2003-14), as novas instalações da EGP – Porto Business School (2011-13), ou a mais recente requalificação do emblemático edifício da Faculdade de Economia da UP, de Viana de Lima (2019); mas também as escolas secundárias de Santa Maria da Feira, Estarreja e da Gafanha da Nazaré (2009-12), para a Parque Escolar; o Instituto do Design da Universidade do Minho, em Guimarães (2010-11); a requalificação do centro histórico e do Parque Municipal de Arouca (2010-13); ou a reabilitação e reconversão do antigo Mercado do Peixe de Vila Franca do Campo, na ilha de S. Miguel, Açores (2013).
Desde cedo exerceu também a atividade docente, experiência que considera estruturante na sua vida e na construção do seu próprio pensamento perante a disciplina: na prática do projeto, "ser professor" foi sempre o prolongamento do "ser arquiteto", e vice-versa. Entre 1980 e 1981, foi Assistente na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Angola; em 1984, de regresso a Portugal, começou a lecionar na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde defendeu o seu Doutoramento em 2013, com a tese A contribuição do Desenho na procura do essencial, e aí permaneceu até 2021. O Ensino foi também um seu espaço de realização.
A Fundação Marques da Silva orgulha-se agora de poder anunciar que o acervo profissional do arquiteto José Manuel Soares passou a fazer parte do Arquivo desta instituição. Aquela que é a mais recente entrada encontra-se já a ser alvo de um rigoroso e atento processo de tratamento tendo em vista a sua posterior disponibilização pública para consulta, estudo e divulgação. A doação contempla a memória documental de processos de projeto (peças desenhadas, escritas e maquetes provenientes do atelier), assim como um significativo núcleo bibliográfico. Trata-se de um importante conjunto documental, não só pelo trabalho projetual que testemunha, como pelas possibilidades de cruzamento que permitirá vir a estabelecer com acervos de outros arquitetos da sua geração e que igualmente pertencem ao Centro de Documentação desta Fundação.
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