A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) foi uma das instituições nacionais que mais financiamento recebeu no âmbito do programa RESEARCH 4 COVID-19, somando quatro projetos de investigação aprovados, num total de 120 mil euros.

Um dos quatro projetos que obteve financiamento é coordenado por João Tiago Guimarães, professor do Departamento de Biomedicina da FMUP e médico no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ). O projeto tem como objetivo estudar a implementação de uma ferramenta baseada em medicina personalizada, rápida e de baixo custo, para prever a evolução da infeção viral por COVID-19 nos pacientes. A ideia é estratificar melhor os doentes, antecipando a sua evolução clínica.

Outro dos projetos aprovados tem coordenação de Miguel Gonçalves, professor do Departamento de Medicina da FMUP e colaborador no CHUSJ. A equipa de investigação vai implementar um protocolo que visa tornar mais segura e eficiente a ventilação não invasiva em doentes com COVID-19, através da sua monitorização real e contínua, de modo a reduzir os casos de insucesso do tratamento e o recurso à ventilação invasiva. “Este novo protocolo irá permitir uma deteção precoce de problemas na ventilação não invasiva e uma resposta atempada, nomeadamente a implementação de parâmetros protetores e o ajustamento da sedação contínua”, afirma Miguel Gonçalves.

Também Ricardo Cruz-Correia, professor do Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde da FMUP e investigador do CINTESIS, lidera um dos projetos financiados. O investigador, em conjunto com a sua equipa, está a desenvolver uma escala de risco de COVID-19 para utilização em hospitais do Serviço Nacional de Saúde, a começar pelo Hospital Dr. Francisco Zagalo, em Ovar, um dos concelhos do país mais atingidos. O objetivo do projeto é criar uma escala de risco que permita determinar o risco de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), responsável pela atual pandemia. Entre os parâmetros utilizados para avaliação do risco estão o número de infetados, a gravidade dos casos e o número de profissionais de saúde.

O quarto projeto com marca FMUP a obter financiamento da FCT é da responsabilidade de Roberto Roncon de Albuquerque (professor do Departamento de Cirurgia e Fisiologia e investigador da UnIC) e tem como objetivo melhorar o diagnóstico e tratamento da lesão do tecido cardíaco em doentes com COVID-19. Para isso, os investigadores esperam conseguir esclarecer de que forma é que o novo coronavírus influencia a função cardíaca nos casos mais graves da doença. “Queremos perceber se o vírus infeta o tecido cardíaco e como é que o coração é atingido pela ativação inflamatória sistémica exagerada”, explicam os autores.

A FMUP iniciou esta semana mais uma época de exames finais. Mas não é apenas mais uma época de exames. É a época de exames mais pensada, analisada, discutida e exigente de que, nas últimas décadas, há memória.

Os meses que nos trouxeram até ao dia de hoje foram, a um tempo, assustadores, por vezes trágicos, mas também profundamente enriquecedores. Exigiram de todos – docentes, técnicos e estudantes da FMUP – resiliência e aprendizagem. Hoje todos sabemos o que significam termos como “Colibri/Zoom” e “Panopto” e todos somos capazes, com maior ou menor destreza, de participar em aulas, seminários e reuniões online. Este facto estimulou a implementação da avaliação à distância, mesmo para unidades curriculares que nunca antes a tinham aplicado. Aprendemos que, a par das suas muitas virtudes, estes métodos requerem muito trabalho e reflexão por parte dos docentes e são exigentes com os estudantes, tanto pela natureza do equipamento tecnológico como pelo cumprimento das muitas regras necessárias à validação deste tipo de avaliação.

Em alternativa, muitas unidades curriculares enveredaram pela avaliação presencial. Ainda que de mais fácil elaboração, porquanto mais familiar, requereu uma complexa organização e uma profusão de informação por forma a garantir as melhores condições de segurança durante a sua implementação. A esta decisão não foi alheio o facto da FMUP saber que pode contar com o sentido de responsabilidade dos seus estudantes, nomeadamente no que diz respeito ao cumprimento estrito das normas de segurança.

Dar início à época de avaliação final é importante do ponto de vista formal. Mas também o é simbolicamente. Significa que, apesar de todas as vicissitudes, os docentes e os estudantes da FMUP estiveram à altura do desafio gerado pela situação de emergência de saúde pública que enfrentamos. Simboliza ainda que FMUP vai dar mais um passo no sentido de retomar a vida que todos entendíamos como normal e que todos acarinhamos.

Dulce Madeira

Joana Brandão e Francisco Dias, estudantes da FMUP, foram alguns dos 500 voluntários do Hospital de Campanha montado para fazer face à COVID-19 e que a RTP entrevistou. Reveja aqui.

“Dos efeitos inesperados dos infortúnios” é o título do artigo de opinião assinado pelo diretor da FMUP, no jornal Público. Leia aqui.

Adelino Leite Moreira, professor da FMUP, alertou para a necessidade de não descurar as doenças cardiovasculares em tempos de pandemia. A entrevista é da RTP3.

Investigadores da FMUP estudam forma personalizada de prever a evolução da infeção por SARS-CoV-2. A notícia foi divulgada pela Agência Lusa. João Tiago Guimarães, que coordena o projeto, falou ainda com a Rádio Observador e com a Antena 1.

Equipa da FMUP implementa protocolo para tornar mais segura e eficiente a ventilação não invasiva em doentes com COVID-19, conforme explica o coordenador do projeto, Miguel Gonçalves. A notícia pode ser lida online. 

Cientistas da FMUP desenvolveram uma ferramenta que calcula as poupanças obtidas com a realização de mais testes à COVID19 e destacam-na no editorial do boletim da OMS, da sua autoria. A notícia é do Público.

Uma equipa da FMUP está a desenvolver uma escala de risco de COVID-19 para utilização em hospitais, noticia a Agência Lusa. Leia mais.

Campanha nacional desenvolvida pela FMUP e CHUSJ quer prevenir as quedas dos idosos. Ana Ferreira explicou como, em entrevista ao Porto Canal.