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Nº #39  Set 2023
 
 
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Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto
 
 
Um novo ciclo *

As funções de direção do Mestrado Integrado em Medicina serão muito influenciadas pelo tempo, cujos extremos serão a continuidade quase imóvel e a reforma, por vezes, ou quase sempre, demasiado ambiciosa. Claramente, tem as suas principais competências partilhadas com os diretores de departamento, a cooperação com os Conselhos Pedagógico e Científico e o controlo pelo Conselhos Executivo e de Representantes. Das suas sugestões e orientações, umas serão projetadas a curto prazo e outras a médio. Numa visão que, reconheço, pode ser muito particular, vejo-me quase como um feitor, talvez por quadrar comigo. Tenho uma paixão não consumada com a agricultura, bastante refreada, é verdade, pela leitura de Eça de Queiroz e pela experiência na minha família. Aprecio imenso o mundo vegetal, embora o conheça muito pouco – se viram o filme Oppenheimer, lembrem-se da pequeníssima cena com Einstein e Kurt Godell, cuja fala é a curtíssima afirmação do seu gosto e respeito pelo mundo vegetal. O mundo vegetal é muitíssimo variado, é lento e silencioso, por inerência sobrevive ao mundo animal, com a exceção notória da ilha da Páscoa. Não podia haver nome mais irónico…


Classicamente, ainda antes da escola de Atenas, a interação entre os docentes e os alunos é a transmissão, logo modificação, dos conhecimentos – aquilo que já sabemos condiciona enormemente aquilo que vamos ficar a saber (isto é óbvio, mas o óbvio é quase tão esquecido como aquilo que o não é). A continuidade dos processos nas escolas tem sido abalada mais recentemente, os conhecimentos estão em expansão desde sempre, mas com maior velocidade no último século e isto não é tão benévolo como possa parecer. Pelo contrário, a aversão, contra a demasiado ampla expansão do saber que se torna demasiado insípida para a necessidade de sentimentos imediata e essa aversão impele a todo o lado à busca da simplicidade. Mais, ainda, essa aversão brota da ancestral racionalidade limitada, parceira imprescindível da evolução e seleção. O excesso do conhecimento – “para onde foi o conhecimento com tanta informação, para onde foi a sabedoria com tanto conhecimento” –  também é saudado pelo divino Janus, quer o que entra quer o que sai, ou, no dizer de Kuhn, o sítio onde há maior inovação são os cemitérios onde uma geração de cientistas repousa para dar lugar à seguinte com o seu próprio paradigma – na realidade, o excesso do conhecimento pode trazer com razoável probabilidade o regresso do humanista e a obliteração  dos especialistas.


Outro dos efeitos laterais do excesso do conhecimento é a tentativa de controlo do cidadão a quem lhe dizem que não vale pena pensar, tudo deve ser deixado aos técnicos. A confrontação com esta ameaça não costuma ter origem no espírito livre, mas nas associações religiosas e abstraindo da essência particular da religiosidade, essa confrontação vai depender de associações organizadas, o que, por seu lado, aponta, mais uma vez, para a falta de autonomia, a necessidade de ser conduzido, a dependência exterior e, na sequência desta, interior, do ser humano dos nossos dias. No fundo, a resistência a uma estrutura só pode ser operada por outra. As faculdades poderiam desempenhar esse papel de liberdade, mas raramente o fazem. Esta defesa da liberdade é anda mais difícil porque a medicina é praticamente, por essência, coletivista – o paradoxo da emergência de uma profissão liberal na fase intermédia do seu desenvolvimento. Os séculos XVIII a XX foram claramente um desvio corrigido pelo regresso à etapa inicial, desta vez sem a religião, logo mais fraca, mas novamente coletiva no século XXI, com a introdução da complicação adicional da regulação e a mais do que conhecida captura do regulador pelo regulado, ou, como disse Herbert Spencer, “a cada aumento da liberdade aparente corresponde uma diminuição da liberdade real”. No meu fraseado, liberdade é igual a responsabilidade.


Apesar da liberdade intrínseca à vida, a medicina, ciência biológica parece precisar da matemática e da física porque não conseguiu introduzir na sua praxis os conceitos da física atual. Recuperando Arthur Clark, “qualquer tecnologia suficientemente avançada não se distingue da magia”.


E mais uma vez de forma inesperada, só será na física que poderemos recuperar solidamente a liberdade, ou o mundo micro a dar lições ao mundo macro, quem diria.


Osler diz que “um bom médico trata a doença, um grande médico trata o paciente com a doença” e “aquele que estuda medicina sem livros navega em mares não cartografados, mas aquele que estuda medicina sem doentes não sai sequer para o mar”.


José Gerardo Oliveira
Diretor do Mestrado Integrado em Medicina


* Excerto do discurso proferido na Cerimónia do Ciclo Clínico (12 de setembro de 2023)


Discurso integral da Cerimónia do Ciclo Clínico


Discurso da Cerimónia de Receção aos Novos Estudantes



 
 
 
 
FMUP REALÇA IMPORTÂNCIA DE UM MELHOR CONTROLO DO PESO DURANTE A GRAVIDEZ

Um ganho de peso adequado durante a gravidez pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 no período pós-parto em mulheres que têm diabetes gestacional, uma doença metabólica comum.


Um estudo nacional retrospetivo realizado por investigadores da FMUP avaliou os dados de mais de dez mil mulheres e veio mostrar que os quilos ganhos durante a gravidez têm, de facto, um papel importante na persistência da diabetes ao longo do tempo.



 
 
INVESTIGADORES DEFENDEM ALARGAMENTO DA VACINAÇÃO CONTRA O HPV

O alargamento da vacinação contra o vírus do Papiloma Humano (HPV) a adolescentes e jovens adultos do sexo masculino que não tenham iniciado a sua vida sexual pode reduzir o risco de infeção pelo vírus e o desenvolvimento de doenças associadas, como o cancro.


Desenvolvido por investigadores da FMUP, o estudo revela uma eficácia maior da vacina em homens sem infeção pelo HPV, o que corresponde aos rapazes mais novos, apresentando também evidência da eficácia da vacina em homens até aos 26 anos, com ou sem história de infeção por HPV.



 
 
 
Uma semana para celebrar a arte e a ciência na FMUP

Pelo segundo ano consecutivo, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) voltará a estar em festa ao longo de uma semana. Entre os dias 2 e 6 de outubro, a “Semana da FMUP” vai reunir um conjunto de iniciativas institucionais de natureza pedagógica, científica e cultural dirigidas à sua comunidade académica.


As celebrações têm início no dia 2 de outubro (segunda-feira), às 21h00, com a apresentação da peça “A conta, por favor!”, levada a cena pelo Grupo Amador Teatro Universitário (GATU-FMUP).


Dividida em pequenos enredos que abordam assuntos frágeis como os relacionamentos entre pares em diversos contextos, social e psicologicamente disfuncionais, e as dificuldades da comunicação humana em situações de precária saúde mental, a nova peça do GATU promete voltar a surpreender a plateia com os dotes artísticos destes futuros médicos. Num registo leve e divertido, o texto promete levar o público a refletir sobre temas da atualidade.


No dia seguinte (3 de outubro), a programação arranca com a reunião “Educação Médica”. Nesta sessão, será debatido o presente e o futuro da educação médica em Portugal. O desinvestimento na educação médica, a transição entre o curso e o internato e a valorização da carreira serão alguns dos temas em discussão.


Para finalizar a noite da melhor maneira, o “Soirée da AEFMUP” irá dar palco aos talentos escondidos de estudantes, técnicos e docentes, num espetáculo que promete estimular a criatividade e divertir o público presente no Teatro Sá da Bandeira (início às 21 horas). Como ditam as regras dos programas de talentos, caberá a um júri especialmente designado para o efeito a avaliação dos protagonistas e a consequente escolha do vencedor.


Para o dia 4 de outubro, está reservado um dos pontos altos da semana, em que a FMUP voltará a celebrar o sucesso académico e científico dos novos médicos, mestres, doutorados e professores agregados. O “Dia da Graduação” realiza-se na Aula Magna, a partir das 15h30 (receção dos convidados), celebrando uma das mais importantes etapas académicas e científicas dos jovens médicos e dos académicos que se dedicam à investigação na área da saúde.


No mesmo dia, às 21h30, no Hall do CIM, a FMUP convida toda a comunidade académica, nomeadamente os seus estudantes e académicos graduados, a marcar presença na “Festa da Graduação”, um momento de celebração que será preenchido por música (atuações da “Bamba Social” e da dupla de DJs “LBs”), street food e muita animação.


A “Semana da FMUP” encerra no dia 6 de outubro com o concerto “Projeto Mozart”, por parte da Ópera na Academia e na Cidade. No Auditório CIM, às 21h00, os convidados serão presenteados com o “Concerto para Clarinete em Lá maior, K.622” e a “Sinfonia n.º 40 em Sol menor, KV. 550”.


Mais informações e inscrições



 
 
 
 
FMUP LIDERA ENCONTRO PARA DEBATER A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA SAÚDE


 
 
FMUP E CÂMARA DO PORTO ENSINAM POPULAÇÃO A ATUAR EM CASO DE EMERGÊNCIA


 
 
UM DIA "MEMORÁVEL" PARA OS ESTUDANTES DE MEDICINA DA FMUP


 
 
INVESTIGAÇÃO DA FMUP VENCE PRÉMIOS EM CONGRESSO DA SOCIEDADE RESPIRATÓRIA EUROPEIA


 
 
FMUP NOS MEDIA

- Paula Freitas, professora da FMUP, foi ouvida pelo Público a propósito dos fármacos utilizados para a diabetes e perda de peso.


- A RTP veio conhecer a história de Maria Antónia Sousa, a estudante com a melhor média de entrada em medicina, que ingressou na FMUP com 19,9 valores.


- Em entrevista ao Expresso, o professor da FMUP João Massano comentou o recente caso em que foi retirado um parasita do cérebro de uma mulher, na Austrália.


- “Estudo da FMUP mostra que pessoas com doenças autoimunes têm receio de vacinas” pode ler-se no site do Público.


- Andreia Neves, investigadora na FMUP, explica ao Viral como, quando e por quanto tempo deve dormir um bebé até aos 24 meses.


- O Jornal de Notícias dá conta do estudo da FMUP que demonstrou que a baixa massa muscular está relacionada com o fígado gordo não alcoólico.


- “O fármaco que as grávidas não devem tomar, mas continua a ser prescrito” é o título da notícia publicada pela Sábado, a propósito do estudo da FMUP que está a recrutar participantes.



 
 
 
 
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