A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) aderiu, pela primeira vez em 2020/21, ao “Programa Mentoria U. Porto”- Programa Transversal de Mentoria Interpares da Universidade do Porto. O referido programa integra 11 unidades orgânicas da U.Porto e visa promover a integração académica e social dos estudantes que ingressam, pela primeira vez, em ciclos de estudo. No programa, têm papel preponderante os Mentores, estudantes inscritos em anos mais avançados dos respetivos ciclos de estudos. 

Até ao ano letivo 2020/21, a FMUP tinha em funcionamento o programa Tutoria Estudante- Estudante, coordenado pela Associação de Estudantes, que pretendia acolher e acompanhar os estudantes que ingressavam no Mestrado Integrado em Medicina (MMED-FMUP). De modo a rentabilizar o trabalho prévio e ajustar o seu funcionamento aos princípios do Programa Mentoria U. Porto, foram percorridas diversas etapas, nomeadamente a definição do regulamento de funcionamento e a inclusão de docentes na equipa de coordenação. A criação do Programa Mentoria FMUP permitiu alargar, à comunidade da U. Porto, a partilha de experiências e saberes do TEE-FMUP e, tendo por base o despacho Reitoral N.º GR.09/09/2020, averbar as atividades dos Mentores nos respetivos diplomas de conclusão do MMED-FMUP.  No ano letivo 2020/21, o Programa Mentoria-FMUP acolheu 232 estudantes inscritos pela 1.ª vez no 1.º ano do MMED-FMUP. Foi atribuído um Mentor a cada estudante, dos 250 estudantes do MMED-FMUP que se disponibilizaram para serem Mentores (115 inscritos no 2.º ano, 52 no 3.º, 47 no 4.º, 13 no 5.º e 5 no 6.º ano do MMED-FMUP). 

O Programa Mentoria U.Porto obedece a um formato que inclui, entre outros, formações para os Mentores, sessões de esclarecimento, reuniões periódicas das equipas de coordenação envolvidas, encontros de toda a comunidade envolvida e monitorização da satisfação dos envolvidos. Adicionalmente a estas atividades transversais, na Mentoria-FMUP implementaram-se atividades mais específicas como apresentação da realidade FMUP através de vídeos de divulgação da Faculdade, seus recantos, suas Pessoas e suas Histórias, realização de "workshops” destinados à otimização do funcionamento do 2.º semestre aos estudantes do 1.º ano e participação em “Escape Room” (aberto a todos os estudantes do 1.º ano). Os questionários disponibilizados revelam que os Mentorados se mostraram satisfeitos com o Programa Mentoria U.Porto, evidenciando interesse em desempenhar o papel de Mentores em futuras edições do Programa.

Em ano de estreia no Programa Mentoria U. Porto em tempos de pandemia, o nosso Programa Mentoria-FMUP desempenhou um papel relevante no acolhimento dos estudantes do MMED-FMUP, facilitando a sua integração e a transição para a vida universitária. O programa é um exemplo de como se pode participar ativamente na vida académica de modo mais solidário e empenhado com o bem-estar comum. A todos os Mentores que, de uma forma generosa e responsável, se disponibilizaram a acompanhar os colegas mais novos, é devida uma palavra de apreço e reconhecimento. OBRIGADO, Mentores FMUP! 

Os elementos da equipa Mentoria-FMUP

Isaura Tavares (Presidente do Conselho Pedagógico da FMUP)
João Sérgio Neves (Assistente Convidado da FMUP)
Daniel Gaspar (Estudante do MMED-FMUP; membro da AEFMUP)
Filipa Correia (Estudante do MMED-FMUP; membro da AEFMUP)
João Gonsalves (Estudante do MMED-FMUP; membro da AEFMUP)

Um grupo de investigadores da Faculdade Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) colaborou num estudo que identificou um conjunto de mutações genéticas que comprometem a formação e o desenvolvimento de espermatozoides, causando a infertilidade masculina.

“Os nossos resultados indicam que a presença de variantes patogénicas no gene PNLDC1 está associada à ocorrência de infertilidade masculina, nomeadamente em casos de azoospermia não obstrutiva”, conclui Joana Marques, investigadora da FMUP e uma das autoras do artigo publicado no The New England Journal of Medicine. 

A equipa de cientistas sequenciou e analisou amostras de ADN e ARN de homens com infertilidade, obtidas a partir de sangue e de biópsia do tecido testicular, e identificou variantes patogénicas do PNLDC1 relacionadas com casos de azoospermia não obstrutiva (ausência total de espermatozoides no sémen).

“A expressão do gene PNLDC1, bem como as proteínas associadas às moléculas piRNA (PIWIL1, PIWIL4, MYBL1 e TDRKH), está muito diminuída nas células testiculares destes doentes”, afirmam os autores.

Como explicam os cientistas, o gene PNLDC1 é crucial para o processamento de piRNA, um tipo específico de RNA não codificantes que estão presentes nas células germinativas e que são essenciais para o correto desenvolvimento dos espermatozoides, como foi já demonstrado em modelos animais. “Essas variantes são a causa mais provável das falhas na espermatogénese num subgrupo de doentes com infertilidade masculina grave”, dizem. 

Para os autores, o conhecimento destas mutações é “uma ferramenta importante para o estudo do casal infértil e para o tratamento da infertilidade”, doença que afeta aproximadamente um quarto dos casais, sendo que 50% dos casos se devem a causas masculinas. 

“A identificação de causas genéticas de infertilidade masculina poderá ser um primeiro passo para que, no futuro, se possam desenvolver tratamentos baseados em novas tecnologias, tais como a edição do genoma humano, apesar de serem ainda necessários vários passos para garantir a segurança e a eficácia destas novas tecnologias”, afirmam.

Este trabalho envolveu vários investigadores da FMUP, nomeadamente Joana Marques, Alberto Barros, Filipa Carvalho e Susana Fernandes, tendo sido realizado em colaboração com Alexandra Lopes, do i3S, Kristian Almstrup, da Universidade de Copenhaga, e Don Conrad, da Universidade de Oregon (coordenadores), no âmbito do consórcio internacional GEMINI: Genetics of Male Infertility Initiative.

- Juliana Couras terminou recentemente um Mestrado em Medicina e outro em Engenharia Computacional. O percurso de sucesso da antiga estudante da FMUP é dado a conhecer no Expresso.

- Até 2050, o número de pessoas com doenças associadas à demência vai aumentar significativamente. Na Rádio Observador, Lia Fernandes, professora da FMUP, explicou o que está em causa.

- Um estudo internacional que teve como primeiro autor Nikolay Lukoyanov, professor da FMUP, demonstrou que as hormonas podem aliviar dificuldades de movimento após lesão cerebral ou AVC. A notícia é da Agência Lusa.

- Acácio Rodrigues, professor da FMUP, foi ouvido pela Lusa no âmbito da divulgação de uma investigação inovadora de combate ao cancro da próstata. As explicações sobre o projeto mereceram destaque em vários órgãos de comunicação social, como a Visão.

- Irene Carvalho, professora da FMUP, foi convidada do programa “Mentes que Brilham”, do Porto Canal, a propósito do estudo que concluiu que o crescimento do QI das crianças portuguesas foi afetado negativamente pela crise económica entre 2008 e 2016.

- Paulo Santos e Carlos Martins, ambos professores da FMUP, foram dois dos especialistas auscultados pelo Expresso, defendendo que "temos de aprender a conviver com o vírus, mantendo a mortalidade baixa".

- “Teorias da conspiração: uma perspetiva da psicologia”, é o título do artigo de opinião assinado no Público em coautoria por Miguel Ricou, professor da FMUP.

- Um trabalho de investigação focado no estudo da leucemia mieloide aguda, liderado por Delfim Duarte, professor da FMUP, foi distinguido por duas instituições americanas. A notícia é da Agência Lusa.

- Num artigo de opinião assinado no Observador, António Ferreira, professor da FMUP, lança o apelo para serem avaliados, de modo independente, os reais efeitos e consequências das medidas adotadas para combater a pandemia.