No início de 2019, a Comissão de Acompanhamento do Mestrado Integrado em Medicina (MMED) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) iniciou um processo alargado de auscultação de docentes e estudantes da FMUP sobre o plano de estudos então em vigor. Este processo permitiu a identificação de vários aspetos considerados como problemáticos para a qualidade do ensino-aprendizagem e, consequentemente, tornou patente a necessidade de elaborar uma proposta de um novo plano de estudos que permitisse corrigir, ou minorar, essas deficiências e, ainda, colmatar as insuficiências detetadas, preservando aqueles aspetos que foram identificados como funcionando corretamente. Assim, e mais uma vez com a colaboração de docentes, estudantes e Órgãos de Gestão da FMUP, foram encontradas soluções que permitiram ir desenhando, ao longo de dois anos, o plano de estudos que entrou em vigor no presente ano letivo.

No Ciclo Básico, as alterações incidiram sobre um número restrito de unidades curriculares (UC), que foram reestruturadas ou posicionadas em anos distintos deste ciclo. Já no Ciclo Clínico as alterações foram mais visíveis e incluíram a implementação de um sistema de módulos para a maior parte das UC, com vista a aumentar o tempo disponível para a prática clínica. Não menos importante foi a introdução de novas UC dedicadas à Imagiologia, Terapêutica, Competências Clínicas Transversais e Cuidados Paliativos. Estas alterações tiveram como consequência a redução do número de ECTS dedicados a UC optativas. Contudo, estas UC passaram a poder ser livremente escolhidas pelos estudantes em qualquer área do conhecimento, na FMUP, em qualquer Unidade Orgânica da UP ou em qualquer outra Instituição que os estudantes considerem de interesse para aprofundar ou diversificar a sua formação.

A par destas modificações, procurou-se maximizar o tempo de contacto permitido em função do número de ECTS de cada UC. Essa maximização foi especialmente marcada nas UC do 6º ano (onde é superior a 35% do número de horas de trabalho totais), dada a necessidade de reforçar a prática clínica, ou seja, a aprendizagem baseada na vivência quotidiana, por parte dos estudantes, das tarefas, atitudes e decisões relativas aos problemas clínicos.

A implementação deste novo plano de estudos pressupõe o seu acompanhamento e avaliação, procurando-se assim garantir a sua máxima efetividade, num processo de melhoria contínua. Requer também um esforço acrescido por parte de docentes e estudantes, com adaptação a horários mais flexíveis e menos tradicionais, com participação ativa e empenhada no processo de ensino/aprendizagem e com progressiva alteração dos métodos de avaliação com vista à sua aproximação, tanto quanto possível, dos objetivos da Prova Nacional de Acesso. Mas a elevada qualidade do corpo docente e dos estudantes da FMUP deixa-nos confiantes quanto à sua capacidade de responder com prontidão e eficiência a mais um dos muitos desafios que lhe têm sido colocados ao longo da sua já longa, mas ilustre, história de quase 200 anos.

Dulce Madeira
Diretora do Mestrado Integrado em Medicina da FMUP

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) recebeu formalmente os novos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina (MMED), colocados no âmbito do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.

Tendo decorrido simultaneamente nos dois espaços nobres da FMUP - Aula Magna e Auditório do Centro de Investigação Médica - a Cerimónia de Receção assinalou uma nova etapa na vida dos novos “caloiros”, num percurso que se espera pautado pelos princípios de rigor científico, perseverança individual e dedicação aos estudos e aos outros, próprios da Alma Mater.

Mantendo a tradição, o evento contou com a presença de algumas figuras que serão familiares no futuro imediato dos jovens estudantes, que aproveitaram a ocasião para endereçar algumas mensagens de boas-vindas.

Dulce Madeira, diretora do MMED, felicitou os novos estudantes pela entrada num curso com média de ingresso exigente como é o caso de Medicina, desejando-lhes os maiores sucessos para o futuro e que o sentimento de pertença à nova casa “comece a ser construído desde o primeiro dia”.

Na qualidade de presidente do Conselho Pedagógico da FMUP, Isaura Tavares mostrou-se motivada pela energia renovada que sentiu por parte dos estudantes, realçando que os “próximos seis anos vão ser os mais especiais” ao longo da formação médica de cada um. “Esta é uma Faculdade viva, não só em conhecimento técnico e científico, mas também em vivências que vão fazer de vocês melhores pessoas e melhores médicos”, destacou a professora da FMUP.

Já o presidente da Associação de Estudantes da FMUP (AEFMUP) aproveitou para lembrar que o estudo é “apenas uma parte do caminho” que cada um dos novos “caloiros” vai trilhar na instituição, a par das muitas iniciativas culturais, desportivas, científicas e humanistas. “A FMUP é uma casa de sonhos e essa é a nossa essência”, referiu Henrique Moreira.

“É muito simbólico estarmos aqui reunidos de novo”, realçou por sua vez João Freitas, dux medicus facultis. O finalista de Medicina apresentou uma das tradições universitárias mais características entre os estudantes do ensino superior, que, na FMUP, conta com mais de 40 anos de histórias assentes em “três pilares fundamentais: a tradição académica, a moral e os bons costumes”.

No discurso que encerrou a cerimónia, Altamiro da Costa Pereira referiu-se a um “dia bastante feliz” por contribuir para a renovação da própria instituição com a chegada de mais de duas centenas de jovens universitários. “Não abandonem as vossas vidas, os vossos sonhos, os vossos talentos, porque vão precisar de todas essas vertentes no vosso futuro enquanto médicos que elevem o nível da profissão”, elencou o diretor da Faculdade.

Ao ritmo de guitarras, pandeiretas e cânticos universitários, a cerimónia contou com as atuações do Grupo de Fados e das duas tunas da FMUP (masculina e feminina), além da divertida atuação teatral proporcionada pelo Grupo Amador de Teatro Universitário da FMUP.

- A identificação de um tratamento mais eficaz para a obesidade e diabetes, resultado de um estudo desenvolvido por investigadores da FMUP, foi notícia no Público.

- A RTP acompanhou o regresso gradual da normalidade no início do ano letivo da FMUP.

- A divulgação do projeto sobre a procura de novos biomarcadores para detetar e monitorizar o cancro do estômago mereceu destaque em diversos órgãos de comunicação social, como o Observador.

- Um estudo da FMUP mostrou que o smartphone pode ser usado como alternativa ao estetoscópio. Leia a notícia aqui.

- A iniciativa “Medicina Vai”, organizada pela AEFMUP, rumou este ano ao município de Vinhais. A TVI assistiu de perto a alguns dos cuidados prestados pelos futuros médicos à população local.

- Ouvido pelo Expresso, o investigador e professor da FMUP Nuno Vale admite que será necessário que a comunidade continue a manter alguns cuidados relacionados com a COVID-19.

- Um grupo de investigadores da FMUP lançou um alerta sobre as falhas no tratamento da fibrilhação articular. A notícia é da Agência Lusa.

- A coordenadora do desenvolvimento da vacina da Janssen foi uma das cientistas internacionais presentes no YES Meeting. Na FMUP, Hanneke Schuitemaker foi entrevistada pela RTP.

- Paulo Pereira, professor da FMUP, foi um dos convidados do programa “Sociedade Civil”, num programa sobre o poder da mão.