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Nº #23  Mar 2022
 
 
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Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto
 
 
Um Manifesto para a Promoção da Investigação e Inovação Clínica em Portugal

É com grande preocupação que assistimos à crónica dificuldade e incontáveis obstáculos à conciliação da atividade assistencial com a investigação clínica, que tem como consequência uma enorme frustração e desmotivação de quem tenta percorrer este caminho e penaliza seriamente o impacto e ganho que pode advir da investigação clínica. Estas dificuldades e obstáculos vão desde a ausência de financiamento à impossibilidade de conciliação da atividade assistencial com a atividade de investigação.


O subfinanciamento público crónico e a ausência de um organismo com capacidade para avaliar e dar resposta a propostas de investigação clínica de forma célere são problemas que requerem intervenção urgente. Claramente, nos moldes atuais a Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT) não está preparada para financiar nem ajudar à implementação de projetos clínicos, quando simultaneamente tem de avaliar e dar resposta a projetos de ciência básica e translacional de todas as áreas do conhecimento. A investigação clínica requer avaliadores com experiência em ensaios clínicos e investigação em humanos, modelos de financiamento adequados e diminuição da burocracia para que a implementação dos projetos não fique atrasada e à espera de resposta durante, no mínimo, 12 a 18 meses.


A Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB) poderia funcionar como entidade independente de financiamento, avaliação, apoio e coordenação de estudos clínicos, mas, atualmente, o papel da AICIB parece limitar-se a divulgar escassas oportunidades de financiamento, claramente insuficientes para realizar um ensaio clínico, por exemplo. 


Os Centros Académicos Clínicos (CAC) deveriam integrar atividade assistencial, ensino, investigação e inovação clínica, funcionando em rede para apoiar e conectar investigadores clínicos de todo o país, apoiando projetos multicêntricos, de grande impacto clínico e com ligações internacionais. No entanto, nos moldes atuais os CAC estão longe de cumprir qualquer destes pressupostos.


Para se fazer investigação e inovação clínica de qualidade, visando mudar a prática clínica independentemente de interesses privados, é necessário financiamento público adequado e processos que facilitem a cooperação interinstitucional e a criação de redes colaborativas para que os projetos sejam implementados de forma célere e possam dar resposta a questões de pertinência clínica.


O financiamento público de investigação clínica é a única forma de melhorar o prognóstico dos nossos doentes de forma independente da indústria farmacêutica, através de ensaios clínicos da iniciativa do investigador e estudos epidemiológicos que ajudem a responder a questões clínicas que levem a um melhor conhecimento das características, prognóstico e tratamento dos doentes. Estes estudos são diferentes dos estudos promovidos pela indústria, pois, sendo da “iniciativa do investigador”, requerem apoio e autonomia suficientes para que a sua implementação seja atempada e não se veja enredada em processos burocráticos intermináveis.


Infelizmente, Portugal nunca colocou a investigação clínica como prioridade. A quase totalidade da evidência gerada para tratar os nossos doentes é importada de outros países. Não conseguimos encontrar nenhum exemplo de um estudo português de investigação clínica com financiamento público que tenha influenciado significativamente a prática clínica.


É urgente, por isso, mudar o paradigma da investigação clínica em Portugal. Em nossa opinião, é fundamental a abertura de concursos especificamente destinados para a investigação clínica. Propomos um modelo semelhante ao modelo francês Programme Hospitalier de Recherche Clinique (PHRC) que financia projetos clínicos (habitualmente com orçamentos de cerca de 1.000.000€ por projeto) com o intuito de melhorar a prática clínica e promover a cooperação entre os hospitais públicos e pequenas-médias empresas.


Portugal poderia facilmente adotar uma estratégia semelhante. Os ganhos potenciais seriam enormes (e não apenas financeiros), incluindo não só todos os associados à inovação em produtos, equipamentos e dispositivos médicos, mas também os relacionados com a redução de hospitalizações e mortalidade e ainda com a promoção da projeção científica portuguesa e consequente atração de investimento estrangeiro.


Os autores deste documento solicitam, assim, a criação urgente de um programa robusto de investigação clínica em Portugal, que poderá advir de uma reestruturação profunda das estruturas existentes ou da criação de novas estruturas. Neste contexto, estamos e estaremos completamente disponíveis e profundamente empenhados em promover um debate sério sobre esta matéria, nomeadamente junto de interlocutores da esfera legislativa e/ou governamental, de modo a que se venha a realizar a devida mudança do atual paradigma. A bem da Saúde dos Portugueses!


João Pedro Ferreira
Investigador Auxiliar

Adelino Leite-Moreira
Professor Catedrático
Diretor do Departamento de Cirurgia e Fisiologia

Altamiro da Costa Pereira
Diretor da FMUP


 
 
 
 
Investigadores da FMUP ''libertam'' doentes que passam horas ligados a ventiladores

Um grupo de investigadores da FMUP desenvolveu um protocolo de suporte ventilatório não invasivo que permitiu adaptar um ventilador a um sistema portátil de fácil transporte. Desta forma, os doentes que sofrem de uma incapacidade respiratória grave podem recuperar uma vida normal, com mobilidade e autonomia, sem necessidade de ficarem “presos” a uma cadeira de rodas ou a uma cama por não terem “fôlego” para se movimentarem sem o ventilador.


Este sistema foi testado e a sua eficácia e segurança foram comprovadas num estudo publicado no American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation.



 
 
Glóbulos vermelhos podem ajudar médicos a prever risco de morte e enfartes do miocárdio

Um grupo de investigadores da FMUP demonstrou que o RDW, um parâmetro hematológico que mede a diferença entre as células maiores e menores dos glóbulos vermelhos, pode ajudar a prever o risco de mortalidade e da ocorrência de enfarte agudo do miocárdio após a realização de uma cirurgia vascular às artérias.


O estudo relata que por cada aumento de uma unidade na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, o já designado RDW, aumenta em 8% o risco de o doente sofrer um enfarte e em 10% o risco de mortalidade no período pós-operatório.



 
 
 
FMUP acelera investigação e inovação no tratamento do cancro

Promover a investigação em Oncologia e estimular o desenvolvimento de novas terapêuticas de combate ao cancro são os principais objetivos da Cátedra Convidada de Inovação em Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Esta nova Cátedra da FMUP conta com o financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Janssen Portugal, num total de mais de 330 mil euros.


“O cancro não é uma simples doença. É urgente desenvolver novas estratégias terapêuticas para combater o cancro, através de múltiplos mecanismos que contribuem para o crescimento do tumor e da exploração de novos tratamentos em Oncologia”, explica Nuno Vale, titular da Cátedra da FMUP e investigador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde/RISE.


De acordo com o professor e investigador, “não existe nenhuma outra Cátedra no país com este tipo de enquadramento ou propósito, sendo única também na Europa”.


Ao longo de três anos, pretende-se avançar com “estudos de novos biomarcadores de cancro de origem molecular e de novas formas de administração de fármacos, envolvendo péptidos e nanopartículas com capacidade de penetração celular”.


O grupo de investigadores reunidos nesta Cátedra irá também apostar na combinação sinérgica de fármacos, no reaproveitamento de fármacos e em estudos de modelação “in silico”, em articulação com instituições hospitalares de referência na área da Oncologia no Norte do país, como o IPO do Porto e o Centro Hospitalar Universitário de São João.


Outro dos principais desafios é o investimento na Medicina de Precisão em Oncologia, através de ensaios de eficácia clínica e de análises de ADN e sequência genómica, possibilitando uma melhor seleção dos doentes para tratamento e uma melhor compreensão dos mecanismos de resistência.


Além da forte componente de Investigação Clínica e de Translação, a Cátedra está igualmente direcionada para o Ensino e a Formação Contínua de investigadores e estudantes de Medicina e de outras áreas da saúde. Pretende-se, desta forma, ampliar e sedimentar a especialização de profissionais nesta área do conhecimento.


“A troca de conhecimento com a academia é fundamental, no sentido de fomentar a inovação e o desenvolvimento de novas respostas para áreas como as do cancro. Estamos convictos de que esta parceria contribuirá de forma muito ativa para a busca de novas soluções no combate às doenças oncológicas”, afirma Manuel Salavessa, diretor médico da Janssen.


Esta Cátedra tem especial importância para a Janssen e para a FMUP, uma vez que permitirá não só desenvolver estudos colaborativos na área da oncologia, bem como potenciar a discussão e partilha de conhecimento científico, através de educação médica contínua nesta área. Esta cátedra é desenvolvida numa parceria inédita, visando aproximar o mundo académico e a investigação básica ao mundo empresarial e à investigação aplicada, fomentando uma prática com resultados noutras regiões do globo.


Neste momento, os investigadores estão a procurar estabelecer parcerias internacionais e de redes, bem como promover a criação de novos projetos de excelência, preferencialmente em consórcios nacionais e internacionais.


A Cátedra tem contado ainda como o apoio do CINTESIS, do Laboratório Associado RISE, da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB) e do Oslo Cancer Cancer. 


 
 
 
 
Professor da FMUP premiado por estudo sobre o tronco cerebral


 
 
Morreu José Luís Medina, antigo professor da FMUP e "mestre" da Endocrinologia


 
 
Projeto pedagógico da FMUP premiado pela U.Porto


 
 
Prémio Maria de Sousa 2022


 
 
FMUP NOS MEDIA

- A notícia sobre a primeira Cátedra Convidada de Inovação em Oncologia da FMUP fez capa na edição impressa e esteve em destaque no site do Jornal de Notícias. Foi também alvo de reportagem na SIC.


- Em declarações ao Diário de Notícias, José Artur Paiva, professor da FMUP, falou sobre a redução do consumo de antibióticos em Porugal.


- O projeto que demonstrou que o microfone dos smartphones é capaz de ouvir e registar os sons respiratórios foi apresentado no programa “90 Segundos de Ciência” pela investigadora da FMUP Cristina Jácome.


- Na opinião de Luís Delgado, professor da FMUP, é pouco provável haver imunidade sem contrair o vírus da COVID-19. A notícia é da CNN Portugal.


- Um grupo de investigadores, que contou com a colaboração da FMUP, desenvolveu uma técnica não invasiva que permite caracterizar o cancro do pulmão. Leia a notícia aqui.


- Entrevistada pela Agência Lusa, Oksana Sokhatska, investigadora da FMUP, falou sobre a situação atualmente vivida na Ucrânia.


- Miguel Ricou, professor da FMUP, foi um dos especialistas ouvidos pelo Expresso a propósito do motivo que leva as pessoas a acreditar em teorias da conspiração.



 
 
 
 
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Edição: Unidade de Gestão de Comunicação - FMUP | Redação: Olga Magalhães, Daniel Dias, Cláudia Azevedo | Infografia e Imagem: Bárbara Mota e Catarina Carrinho | Produção: Pedro Sacadura
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